Umberto Eco ambientou um romance no século XIV, na região de reinos que viria a ser a Itália no século XXI. Falo do livro "O Nome da Rosa", de 1980.
Naquele tempo, se queimavam pessoas em praça pública. Os inquisidores tinham poder de vida ou morte sobre os seres humanos.
Um dia, no caixa da agência do Banco do Brasil, estava conversando com uma colega de trabalho, quando disse a ela que era ateu (herege). Ela me olhou com os olhos vidrados, estupefata, e depois do choque, me disse que até então eu era uma pessoa muito legal. Era o ano dois mil, fim do século XX.
Da ambiência do romance de Umberto Eco, na idade média, até o século XXI, os seres humanos desenvolveram ciências por quase 700 anos. Criamos tecnologias antes impossíveis sequer de imaginar.
No entanto, pelas consequências do que fizemos nesses séculos de ciência, e por sermos o que somos, seres dotados de um cérebro altamente desenvolvido, mas crédulos em qualquer abstração inventada por um de nós, vamos desaparecer da Natureza.
As pombas, as galinhas, baratas, quiçá animais mais complexos, que já habitavam a Natureza antes de nós, talvez sigam por aqui, nos destroços que deixarmos.
A Terra voltará a ser habitada somente por hereges. Os deuses já se empapuçaram desses crentes que matam, enganam e destroem em nome deles.
William
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