domingo, 13 de abril de 2008

Santiago de Compostela


Sem uma concha indicando o caminho,
mas os caminhos têm sua dose de natureza.


Pois é, desde que iniciei meu longo caminho até Santiago de Compostela, já tenho refletido e refletido sobre essa minha existência torta e cheia de encruzilhadas.

Pra começar, dias atrás, tomei consciência que não serei professor de português quando terminar - se terminar - minha faculdade de Letras: é evidente que não levo jeito para a Gramática.

Andei pensando que devo aceitar minha natureza e alguns de meus limites. Não gosto e não tenho interesse em informática - odeio computador e coisas eletrônicas. Assim como sei que Gramática não é minha praia. Fazer o quê? A vida segue.

Resumindo: 

- Nem "gramatiquez", nem "informatiquez" comigo, falou?

POR OUTRO LADO, este negócio de saber e aceitar os limites é relativo: a questão dos limites individuais é uma questão de momento. Um limite é um limite até você estabelecer um novo limite. Certo? (esta ideia é importante para que não se fique sentado no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar... como já dizia Rauzito)

Então, ontem fui a uma palestra sobre o Caminho de Santiago. Recebi muitas informações interessantes e instigantes. Porém, confesso que ainda não sei ao menos se irei em 2008 ou 2009; se irei em agosto ou em abril; se se se...

É mole? É o Caminho e suas bifurcações sem o símbolo da concha para direcionar este caminhante...

William


Post Scriptum (19/4/19):

Interessante a releitura deste registro momentâneo de minha vida onze anos depois.

Não fiz o Caminho de Santiago. Fiz na USP em 2010 as últimas matérias que completariam minha grade de matérias das graduações em Português-Espanhol. Quando fui pedir colação de grau em 2014, descobri que faltou uma matéria (2 créditos) e não poderia colar grau em Português, só em Espanhol. Não aceitei. 

Agora em 2019, após anos morando fora de São Paulo a trabalho (em Brasília DF), voltei para a FFLCH para completar a grade atual de créditos nas duas línguas. Virei estudante de novo aos 50 anos. E os 2 créditos se transformaram em mais de 30 para colar grau nas duas graduações. Tenho dois anos de prazo para cumprir essa nova meta estudantil (prazo definido pela Comissão de Graduação que me aceitou de volta).

Aliás, é tão estranha essa vida, que agora que saí do Banco do Brasil, não posso tirar passagens e ir para o Caminho de Santiago de Compostela porque estou matriculado na USP com nova chance de completar a graduação, e não posso faltar... engraçado, né? Se quiser fazer esta caminhada, provavelmente só daqui a dois anos ou em algum mês de julho, período que é extremamente cheio de gente no caminho.

O caminho para fazer o Caminho tem sido longo para mim, bem longo.

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