domingo, 16 de novembro de 2008

O mecanismo da flexão portuguesa (2)




O QUE DIZEM NOSSAS GRAMÁTICAS PORTUGUESAS... 

Costuma-se chamar de FLEXÃO DE GRAU, ocorrências como: 

fácil - facílimo 
triste - tristíssimo 
negro - nigérrimo 

Faltam no processo, para MATTOSO, entretanto, as condições para tal. 

Não há obrigatoriedade no emprego do adjetivo com esse sufixo de superlativo (é mais uma questão de estilística) e não há uma sistematização coerente para todos os adjetivos (paradigma exaustivo e exclusivo) 

O QUE OCORRE COM OS SUPERLATIVOS É UMA DERIVAÇÃO. 

"Em outros termos. A expressão de grau não é um processo flexional em português, porque não é um mecanismo obrigatório e coerente, e não estabelece paradigmas exaustivos e de termos exclusivos entre si" 

CONFUSÃO COM AS REGRAS DO LATIM: 

No latim havia morfemas gramaticais para graus (complexo flexional). Em português, o processo comparativo é SINTÁTICO e não de morfemas. 

Ex.: 

HOMO FELIX - homem feliz 
HOMO FELICIER LUPO - o homem é mais feliz do que o lobo 
HOMO FELICISSIMUS ANIMALIUM - o homem é o mais feliz dos animais 

Ou seja, mecanismos sintáticos no português: 

... mais do que... 
... o mais... dos... 

Varrão, diria aqui "DERIVATIO VOLUNTARIA" 

Bibliografia: 

CÂMARA Jr., J. Mattoso: 

.Estrutura da Língua Portuguesa, 23a. edição, Editora Vozes, Petrópolis 1995.

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