domingo, 16 de novembro de 2008

O mecanismo da flexão portuguesa




O termo FLEXÃO é a tradução do alemão BIEGUNG 'flexão, curvatura', introduzido pelo velho filólogo Schlegel (1772-1829) e serve para indicar que UM DADO VOCÁBULO SE DOBRA A NOVOS EMPREGOS. 

Em Português equivale a segmentos fônicos pospostos ao radical - ou sufixos. São os SUFIXOS FLEXIONAIS, ou DESINÊNCIAS, que não se devem confundir com os sufixos derivacionais, destinados a criar novos vocábulos. 

Para Varrão (116 a.C. - 26 a.C.) se trata de DERIVATIO NATURALIS, para indicar modalidades de uma dada palavra e DERIVATIO VOLUNTARIA, que cria novas palavras. 

No caso das DERIVAÇÕES, os morfemas gramaticais não constituem um quadro regular, coerente e preciso. 

Na FLEXÃO há OBRIGATORIEDADE E SISTEMATIZAÇÃO COERENTE: É naturalis. Os morfemas flexionais estão concatenados em paradigmas coesos e com pequena margem de variação. 

Na língua portuguesa também há a necessidade da CONCORDÂNCIA. 

Na FLEXÃO existe uma RELAÇÃO FECHADA: "a lista de termos é exaustiva, 'cada termo exclui os demais' e não está na nossa vontade introduzir um novo termo no quadro existente" (Halliday). 

AO CONTRÁRIO, para cada vocábulo, há sempre a possibilidade, ou a existência potencial, de uma DERIVAÇÃO. A lista dos seus derivados não é nem exclusiva nem exaustiva. 

Bibliografia: 

CÂMARA Jr., J. Mattoso: 

.Estrutura da Língua Portuguesa, 23a. edição, Editora Vozes, Petrópolis 1995.

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