domingo, 31 de maio de 2009

Poema - Musas para o existir


Desenho de Mário Augusto.

Musas para o existir

Não pode ser!
Aceitar a ideia de sobrevida diária
passivamente, pacificamente.

Não pode ser!
Conformar-se em ser infeliz
cotidianamente, diuturnamente.

Caieiro...
Talvez a inspiração em Caieiro seja a solução:
não pensar, não buscar motivos. Só existir.

Drummond...
Atingido o primeiro estágio,
nada mau transfigurar-se em Drummond,
para seguir adiante:

Parecer delicado,
porém ser forte e robusto com as palavras e atos;
parecer negativo,
porém explodir esporadicamente em esperanças;
parecer escondido
atrás dos óculos e bigode, porém irradiar sempre.

Graciliano...
Atingido o segundo estágio,
o ideal, o meu ideal:
ser conciso como Graciliano.

Dizer apenas o necessário,
mas de forma incontestável.
Nunca estar satisfeito com a forma,
por acreditar ser possível dizer mais
com menos.


Wmofox, 8/4/06

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