Bechara nos diz que "A linguagem como atividade humana universal do falar, que se realiza individualmente, mas sempre de acordo com tradições de comunidades históricas, pode diferenciar-se em 3 planos relativamente autônomos:
a) UNIVERSAL ou do falar em geral: o plano universal alude àquilo que faz parte de todo falar, não importa em que língua.
b) HISTÓRICO ou da língua concreta: língua portuguesa, espanhola etc. O adjetivo pátrio aponta para uma tradição histórica determinada.
c) INDIVIDUAL: a atividade de falar de um indivíduo segundo a conveniência de uma circunstância determinada chama-se discurso (diferente de produto do discurso = texto).
3 pontos de vista diferentes da atividade cultural e real de falar:
a) como a própria atividade criadora, e capaz de criar saber linguístico. Enérgeia = forma e potência.
b) como o saber, ou competência = dínamis (Aristóteles).
c) como o produto criado pelo falar, ou seja, o érgon = texto.
3 planos de saber linguístico correspondentes aos 3 níveis acima:
a) O saber elocutivo ou competência linguística geral. Relativos ao conhecimento geral que o humano tem do mundo empírico.
b) O saber idiomático ou competência linguística particular. É o falar em uma determinada língua histórica.
c) O saber expressivo ou competência textual. Um saber fazer gramatical e estilístico.
Humboldt
"A linguagem não é na essência érgon 'produto', 'coisa feita', mas enérgeia, 'atividade', atividade criadora, isto é, que vai além da técnica 'aprendida', além do seu saber (dínamis)"
3 planos do ponto de vista do produto:
a) não só o já falado, mas tudo o que ainda pode ser criado na linguagem.
b) o produto do falar de uma língua já concretizado em gramáticas e que já é objeto da linguística da tal língua.
c) o produto do falar individual é o texto, tal como pode ser anotado ou escrito.
Bibliografia:
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37a. Edição Revista e Ampliada. 16a. Reimpressão. Editora Lucerna, RJ 2006.
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