domingo, 20 de maio de 2012

Admirável mundo novo – Aldous Huxley, 1931


Cabeça Mecânica, escultura de Haoul Hausmann, 
utilizada na capa de uma das edições que tenho.

(Atualizado em 30/08/15, às 22:22h)



ADMIRÁVEL MUNDO NOVO – ALDOUS HUXLEY, 1932

CLÁSSICO DA LITERATURA INGLESA

Li este livro duas vezes, quase três, se contar todas as vezes que já o peguei para reler trechos ou capítulos.

É um dos livros de literatura mundial que abordam distopias que merecem ser lidos de tempos em tempos. Ele foi escrito em 1932 e imaginou tanta coisa que o engenho humano viria a criar nas décadas seguintes, que não se deve deixá-lo de lado por muito tempo.

Li a primeira vez quando era adolescente e outra quando tinha uns trinta anos. Recuperei o volume da primeira leitura recentemente, quando meu primo me deu vários livros antigos do Círculo do Livro e outros da época, livros que foram minha fonte de iniciação de leituras nos anos oitenta. Meu primo comprava e eu tomava emprestado para ler. Eu não tinha recursos para algo além da sobrevivência.


CAPÍTULO 1

Relendo o primeiro capítulo, fiquei novamente estupefato ao pensar o quanto o autor já lidava nos anos trinta com tendências de avanços biológicos no campo da genética.

Início:

“Um edifício atarracado e cinzento de apenas trinta e quatro andares. Sobre a entrada principal, as palavras: Centro de Incubação e Condicionamento de Londres e, num brasão, o lema do Estado Mundial: Comunidade, Identidade, Estabilidade.

O início da estória nos fala de uma sociedade do futuro (ano da estabilidade, 632 d.F.) onde as pessoas são reproduzidas em laboratório, fecundadas e separadas por características definidas propositadamente para gerar castas de seres humanos que exercerão papéis já determinados naquela sociedade mundial.

Os Alfas e Betas eram as castas com boa genética e os Gamas, Deltas e Ipsilones eram fabricados com adaptações genéticas para suportar terríveis trabalhos fabris e braçais.

A Estabilidade Social era alcançada pela produção de humanos em série definidos para realizar suas obrigações sem nenhum questionamento. O Processo Bokanovsky era o principal instrumento daquela estabilidade social. Através dele produzia-se vintenas de seres iguais para trabalhos uniformes.

Segundo o diretor do Centro, o segredo da felicidade e da virtude é: “gostar daquilo que se tem que fazer. Este é o propósito de todo o condicionamento: fazer as pessoas amarem o destino social do qual não podem escapar”.


COMENTÁRIOS

Para os amantes da leitura, em especial para as chamadas gerações Y e Z que ainda não leram o livro, fica a sugestão de fazê-lo (que horror! A nominação lembrou-me o livro).

Felizmente, é possível adquirir o livro em sebos por até 5 reais, bem como ler de forma eletrônica.

A cada capítulo, o leitor do século XXI ficará chocado com as previsões daquele “admirável mundo novo” que hoje é o nosso admirável mundo velho e que nos desafia a pensar mudanças para que não acabemos com o nosso admirável mundo humano.

Boa leitura...


Bibliografia

HUXLEY, Aldous. Admirável Mundo Novo. Abril SA Cultural, São Paulo, 1981. Tradução de Felisberto Albuquerque.

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