domingo, 20 de maio de 2012

A diferente duração dos tempos de nossa vida


Capa do livro que comprei para 
meu filho na exposição que fomos.


Refeição Cultural


Estou aqui refletindo neste domingo à noite sobre a brevidade de alguns momentos da vida e também na longevidade de outros momentos.

Pensando no quanto o tempo psicológico é completamente diferente do tempo real, aquele que marca os eventos astronômicos e que definem as horas do nosso mundo e de nossa existência.

O tempo real pode ser tão rápido que mal possa ser curtido. Pode ser tão lento que dure uma infinidade para passar.

Quando a gente trabalha muito, o fim de semana não dá para nada. Quando estamos em um momento feliz, ele voa e passa. Acabado, volta o tempo normal, chocho ou de agrura. Aí então, como demora a voltar um tempo de boa graça!

TEMPO RÁPIDO

Neste fim de semana, fui com meu filho ver a exposição O fantástico corpo humano. Foi um momento feliz. Meu filho e eu, pai e filho, saindo para uma exposição.

Eu aproveitei para explicar a ele um monte de coisas, pois fiz a metade de um curso de Educação Física e fui muito bom nas matérias de anatomia e biológicas. Eu estudava os corpos da faculdade toda semana e conhecia muito do tema. A exposição me fez recordar um tempo em que eu quase fui alguma coisa, quase tive uma profissão. Seria um bom profissional na área.

O que ficou daquele período foi um respeito pelo ser humano muito grande. Antes de estudar anatomia, tinha uma visão comum do "outro". Acho que aquela matéria me fez ser mais humanista. Depois o movimento sindical ajudou-me a melhorar muito como ser humano também.

Engraçado, após momentos idílicos com meu filho, experimentei horas depois explosões juvenis dele sem motivo aparente. Vai entender o ser humano... felizmente ganhei muita paciência em minha jornada de vida.

TEMPO LENTO

Assim como passou rápido o tempo que tive com meu filho, sei o quanto está longo o tempo de cada jornada diária na casa de meus pais, onde minha avó está acamada após a cirurgia pela queda e quebra do fêmur. Não está fácil a recuperação dela. O esforço de suas filhas sexagenárias - minha mãe e minha tia - está acabando também com a saúde delas. As coisas lá estão muito difíceis e cada hora cronológica deve estar demorando uma eternidade até o momento do pequeno repouso. Minha impotência de não poder fazer nada é dilacerante.

A BREVE EXISTÊNCIA DAS COISAS

Me tornei um escravo do tempo cronológico após os compromissos assumidos por mim com família e militância. Serei cobrado pelas partes interessadas no meu ser. Em minha casa, no trabalho, na casa de meus pais, serei cobrado por todos que me têm como seus.

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Não há caminho, o caminho é andar como disse Antonio Machado.

Estou caminhando... há muito mato no caminho, mas tenho que caminhar.
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Para quem conheceu tão bem o corpo humano, espero que o meu aguente. Essa máquina é tão maravilhosa, é ao mesmo tempo tão forte e tão sensível...


Que a minha suporte...

Que a de minha mãe suporte...

Precisamos do suporte uns dos outros...

Sempre...

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