sábado, 24 de junho de 2017

Diário e reflexões - 240617 (Pensando o mito Fausto)



Edição que vi do filme. O livro traz informações interessantes.
O filme completo está disponível no Youtube também.

Refeição Cultural

Olá prezad@s leitores amig@s!

Nesta semana, assisti à fantástica obra "Fausto" (1926), do cinema expressionista alemão, com direção de F. W. Murnau, o mesmo diretor de "Nosferatu" (1922). Para aqueles que gostam de filmes antigos, em preto e branco, e clássicos do cinema mudo, o filme é um banquete.

"Fausto" (1770), de Goethe, foi o primeiro livro que reli neste ano (comentário AQUI). Havia lido este clássico na adolescência.

A ideia da busca do conhecimento e do saber através da ciência, da filosofia e do místico, das religiões e dos mitos é algo que faz parte da história da humanidade desde os tempos ancestrais. É uma pena que parte tão pequena dos humanos desenvolva sua curiosidade filosófica e desejo de saber, haja vista que a maioria das pessoas acaba levando uma vida ou só em função do sustento, ou do prazer material, ou ambos, e com pouco desejo ou oportunidade de aprofundamento em um saber enciclopédico e filosófico.

Apesar de minha origem humilde, no seio da classe trabalhadora de nosso País, desde adolescente acumulo papeis, livros e revistas com o desejo de buscar conhecimento e autoconhecimento. Já busquei nas religiões, nos livros, filmes, documentários e nas formas diversas de cultura, ser menos ignorante e sem noção do que no dia anterior, nesta rápida existência humana que temos.

Já completei 48 anos e por mais que tenha me esforçado para estudar e ler nas poucas horas livres em que não estou vendendo minha força de trabalho e, nos últimos vinte anos, utilizando toda a minha energia para as lutas do movimento social, a verdade é que vai ficando mais distante o sonho de ler o que gostaria ou, ao menos, os livros que adquiri em quase três décadas de vida.

Há muitos anos minhas tentativas de estudos são frustradas pelo sono e pelo esgotamento físico.

Neste sábado, fiquei pensando se continuava a leitura de um livro clássico de Eduardo Galeano - Las venas abiertas de América Latina (1971), se seguia com o ensaio de Paul Preston - La Guerra Civil Española (1999), ou se escolhia algum livro mais leve e que não remetesse minha atenção para as guerras e as barbaridades da humanidade. 

Peguei o segundo romance de Chico Buarque - Benjamim (1995), que ganhei de minha esposa. Decidi por este. E quem disse que eu conseguia ler depois de uma semana de trabalho pela Cassi dormindo umas 5 horas por noite e chegando ao fim de semana prostrado como ocorre há 3 anos?

Eu continuo com um grande sonho de ler e estudar os diversos saberes e me tornar uma pessoa com mais conhecimento. É verdade que não sei ao certo qual seria a utilidade disso em minha existência atual. Talvez eu devesse dormir mais e descansar mais. Mas algo dentro de mim não me deixa relaxar, sabendo que tenho livros que gostaria de ler e uma existência finita logo ali.

A minha militância pela Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil e seus associados vai exigir de mim toda a energia e inteligência que tenho para o período que entra, como já ocorreu nas lutas que empreendemos nestes 3 anos. Ao mesmo tempo, teria que pegar fatias do tempo que sobra para olhar minha família, minha saúde e minha essência.

Por exemplo, eu já deveria estar me preparando para fazer minha caminhada de 75k em agosto e estou muito fora de forma para qualquer coisa...

Não é uma equação fácil de resolver. Não é.

Um abraço aos amig@s amantes da leitura.

William


Post Scriptum:

Texto feito ao som de Carmina Burana, de Carl Orff.

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