segunda-feira, 27 de maio de 2019

270519 - Diário e reflexões - Tempus Fugit


Imagem da internet.

Refeição Cultural

Estava pensando a respeito das expressões latinas memento mori, memento vivere e carpe diem quando vi na internet a imagem de uma moeda com essas expressões. Junto a elas, vemos uma ampulheta ao centro onde o tempo escorre, da vida para a morte, com a expressão tempus fugit. Fiquei impressionado pela profundidade da imagem e pelos significados contidos nela.

Após ver a imagem, li a respeito dos significados das expressões em questão e outros conceitos que vieram com a leitura como, por exemplo, o estoicismo. Todos trazem reflexões a respeito de como lidar com a vida, com a morte, com o cotidiano; como encarar tristezas e frustrações, como aproveitar melhor o tempo indeterminado que temos de existência, que pode ser longa, que pode ser breve. Como ter a humildade de se lembrar que todos somos mortais, mesmo aqueles que estão por cima em determinado momento.

A existência humana tem pelo menos duas dimensões perceptíveis em seu cotidiano, por sermos dotados de características evolutivas distintas dos demais seres vivos: além de lidarmos com o aqui e o agora, usamos nosso cérebro para o ontem e o amanhã. Temos a relação com o mundo exterior em que habitamos e temos a relação conosco mesmo, para dentro de nós. Ambas dimensões são extremamente complexas e com relação de dependência para uma existência satisfatória.

Em algum momento de nossa existência passamos a perceber mais a questão da passagem do tempo, do tempo que voa ou "foge"; ou talvez nunca percebamos o tempo, dependendo do estado de consciência ou do tempo de existência mesmo. 

A percepção do tempo sempre esteve presente em minha existência. Quando olho para o ontem, quando vejo na memória meus tempos vividos, e quando tento me lembrar da sensação e percepção daqueles tempos, percebo como era tensa a minha relação com cada tempo de insatisfação que vivia: na infância; na adolescência; na fase adulta das últimas décadas.

Aqui e agora, percebo mais ainda que o tempo foge, voa; escoa. Ao mesmo tempo em que a consciência adquirida com as décadas de existência quer o carpe diem, o memento vivere, o corpo que habito, marcado com toda a história das dores e labores que carrega, vai me lembrando do memento mori, que o tempo é implacável na existência dos seres vivos. Tempus fugit...

As escolhas que passamos a fazer nessas condições do aqui e agora vão ficando cada vez mais difíceis porque tempus fugit. Olhamos para fora e olhamos para dentro e vemos tanta incompletude, tanta coisa a se fazer, e tanto tempo que seria necessário... 

Difíceis são as escolhas a serem feitas em nossa única existência. Os tempos lá fora são de total destruição de tudo que ajudamos a construir em décadas. O tempo cá dentro deveria ser de busca de um pouco de paz.

Paz parece ser algo tão distante! Seja lá fora; seja cá dentro.

William

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