domingo, 1 de dezembro de 2019

011219 - Diário e reflexões




Refeição Cultural

E, então, entramos em dezembro. 

Novembro foi um mês estressante. No entanto, fizemos o que tinha que ser feito, como procurei fazer durante o longo tempo em que fui pessoa pública e era movido pela ética e pelo compromisso dos mandatos de representação. Percebi que a motivação para superar as dificuldades e as tristezas é outra quando é só para si mesmo, no âmbito pessoal. No meu caso, a energia da representação era nitroglicerina pura em meu corpo. Ainda estou buscando um novo equilíbrio existencial.

Mesmo não fazendo os trabalhos de faculdade da forma como gostaria, pois queria ter lido mais textos críticos sugeridos, entreguei os trabalhos confeccionados com o que apreendi dos conteúdos, não inventei palavras, fiz de forma simples o que pensava sobre cada autor e disciplina. O mesmo em relação à prova em outra disciplina. Como já refleti comigo mesmo, não estou fazendo planos mirabolantes para o caso de completar minhas duas habilitações em Letras. Só achei um desperdício estudar tanto tempo e não concluir o que fiz.

Nós brasileiros que temos consciência política, ética, vergonha na cara, que acreditamos em solidariedade e num mundo melhor para todos os seres vivos, que defendemos a tolerância e o respeito para com o diferente e a política como solução das controvérsias e não a violência e a morte, a guerra e a destruição dos outros, estamos sofrendo como nunca. Estamos adoecendo ao ver diariamente o mal, o gozo do mal, a falta de resistência ao mal. Essa vitória da barbárie está nos matando. E não podemos morrer, nem desistir. Mas não está fácil achar equilíbrio físico e mental e depois organizativo para a resistência.

Precisamos apostar na inteligência, no amor, na leitura e na imaginação para em algum instante acharmos a fórmula para unir pessoas, instituições que representem possibilidade de democracia e, então, reagirmos à barbárie instalada no país. De alguma forma, temos que achar um jeito de sermos úteis para a coletividade, mas primeiro tendo um equilíbrio interno. Estou procurando um caminho.

Continuo acreditando na literatura como uma ferramenta de saber, de prazer e de descoberta para algo novo na vida. Quero mergulhar e me perder e quem sabe me encontrar na literatura, como já escreveram sobre isso grandes escritores como Kafka e Bolaño. Eu tenho tantas lacunas, tanta coisa pra ler e descobrir, talvez até escrever, contar, partilhar...

I still haven't found what I'm looking for...

William

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