terça-feira, 26 de novembro de 2019

Margo Glantz - Reflexões e memórias de uma época através da ironia de um Eu ficcional


Margo Glantz. Foto Wikipedia, de Aline L. Cámara.

Refeição Cultural

Este artigo é meu trabalho de conclusão de semestre na disciplina que fizemos com a professora Adriana Kanzepolsky. Eu gostei muito da matéria e das aulas da professora. Não consegui fazer o trabalho da forma como gostaria. Faltaram mais leituras críticas. Cheguei a pensar em não fazer o trabalho, mas o fiz de forma honesta e do jeito que foi possível. Dessa forma, sugiro a eventual leitor do texto que o leia de forma crítica, mais como curiosidade e para despertar interesse na escritora e no tema.

William

Margo Glantz - Reflexões e memórias de uma época através da ironia de um Eu ficcional

"Me acuerdo que he escrito varios de estos recuerdos en otros libros. pero los he formulado de manera diferente: el orden de los factores en literatura altera definitivamente el producto." (GLANTZ, 2014, p. 91)

INTRODUÇÃO

A oportunidade de conhecer e estudar a poética da escritora e ensaísta mexicana Margo Glantz foi bastante enriquecedora sob vários aspectos. Alguns deles me agradaram bastante.

Sua obra é um excelente leque de opções para se compreender o conceito atual de literaturas inespecíficas. Em muitos de seus livros e narrativas ficcionais, vemos Eu líricos que apontam e registram com textos argumentativos e ensaios profundos grandes dilemas da atualidade. Suas ficções e contos mesclam autobiografia, histórias coletivas e questões de época e suas pitadas de ironia e humor amenizam o tom narrativo, sem deixar de pontuar as graves denúncias sociais.

A poética e a técnica narrativa de Margo Glantz fazem com que sua leitura seja leve e prazerosa, e suas temáticas lidam muito bem com a questão do texto e do mundo fragmentado de nossa realidade, porém seus textos alinhavam fragmentos sobre as coisas de nosso tempo, unificam e dão sentido aos grandes problemas de nossa época.

Dos conteúdos que vimos durante o semestre de aulas, um dos que mais me identifiquei na temática e poética de Glantz foi o das formas de contar a memória própria, a memória familiar e a memória de uma época. Os livros Las genealogias (1998) e Yo también me acuerdo (2014) me agradaram muito e me fizeram pensar bastante sobre a vida e sobre a nossa realidade.

Vivemos numa época dura em que a velocidade dos acontecimentos, a simultaneidade das coisas e a necessidade de estarmos sempre informados de tudo - como se isso fosse possível - causa tensão e sofrimento aos indivíduos, e a cada amontoado de informações e dados que nos chegam, verdadeiros ou falsos, mais perdidos e desinformados nos sentimos.

Margo Glantz é uma escritora que vale a pena ler e acompanhá-la, pois além de viajar o tempo todo, ela é adepta das redes sociais, não pensa duas vezes antes de expor o que pensa, mantém perfil no Twitter e diariamente opina sobre fatos e acontecimentos, além de compartilhar suas ideias e reflexões.

Apresento abaixo, alguns fragmentos de obras de Margo Glantz com reflexões geradas a partir dos registros feitos pela autora ou, como os críticos apontam após o ressurgimento dos autores - mortos desde Barthes em 1968 (SPERANZA, 2008) -, registros feitos através de Eu líricos que se mesclam com sua criadora.

TODOS OS GÊNEROS VALEM A PENA

Se tomarmos como referência os dois livros que disse sobre a autora, que abordam a memória, o instante que se registra e o passado que vem à tona, podemos citar questões apontadas pela escritora, enquanto exercício de memória, que nos levam a refletir sobre a temática e dela gerar nova reflexão.

Vejamos algumas citações de Yo tambiém me acuerdo:

"Me acuerdo que para Poe la novela moderna es objetable por ser demasiado larga." (GLANTZ, 2014, p.)

"Me acuerdo de Poe e su Teoría de la composición: se inclinaba sin vacilar por el texto breve, por el cuento en prosa, escribió que prefería la narración breve, cuya lectura dura entre una hora y dos."
(GLANTZ, 2014, p.)

Lendo as recordações de Glantz a respeito do que pensava Poe sobre a importância da brevidade dos textos e narrativas, fico pensando até que ponto a humanidade deveria repensar a tendência deste início de século XXI em reduzir, reduzir e reduzir o uso da linguagem como temos visto em ferramentas de comunicação como, por exemplo, o Twitter, ou por "memes" e emojis, ou mesmo se comunicar só por imagens.

Em entrevista recente ao jornalista Luis Nassif, o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis aponta dados alarmantes em relação à regressão naquilo que poderíamos chamar de capacidade de comunicação e linguagem humana.

Ao falar sobre a redução da importância da imprensa escrita, Nicolelis comenta que o ser humano está passando por um processo de mutação de sua espécie. O coeficiente de inteligência sofreu redução de 10 pontos nos últimos 20 a 30 anos nas sociedades avançadas; a redução do uso de palavras e do vocabulário dos jovens norte-americanos foi de 30% nos últimos 40 anos; houve redução da compreensão de texto escrito e diminuiu-se a habilidade para escrever e comunicar ideias nos últimos anos.

O cérebro é flexível e realoca energia de áreas que não estão sendo utilizadas para outras áreas do corpo humano. Ou seja, ao se deixar de ler textos complexos, usar o cérebro para criar e resolver problemas, estamos inutilizando o cérebro. É chocante!

Segundo o neurocientista, a longo prazo, poderia estar surgindo uma nova espécie, a homo digital, espécie menos vocal, menos social, menos comunicativa, menos inteligente e menos capaz de desafiar o automatismo e controle que os sistemas políticos poderiam exercer sobre nós.

As informações de Nicolelis só confirmam o que aprendi desde que comecei a estudar, que estudos científicos destacaram a importância da solução de problemas complexos na evolução do cérebro humano, e o uso intensivo do cérebro aumentou nossa inteligência e nossa capacidade de uso da linguagem, nos destacando dos demais animais existentes. A linguagem verbal e escrita teve papel central em nossa evolução.

"Me acuerdo que Poe pensaba que al no poder leerse de un solo impulso la novela se ve privada de la inmensa fuerza que se deriva de la totalidad." (GLANTZ, 2014, p.)

O escritor, contista, poeta e ensaísta norte-americano Edgar Alan Poe, por exemplo, foi um produtor de textos literários do século XIX. Ele nos deixou um patrimônio cultural importante. Acertou em muitas coisas; errou em outras. Ainda bem que outros escritores, de outros gêneros literários, inclusive, também nos deixaram patrimônios culturais com técnicas antagônicas às de Poe.

Se a contradição não fosse possível e se prevalecesse somente a simpatia pelo texto breve por ser aquele que melhor expressaria a totalidade de uma história, não seria no mesmo século XIX em várias partes do mundo que o romance moderno cairia nas graças populares justamente pela técnica de se publicar em capítulos e fragmentos os romances e novelas em jornais e revistas, em folhetins, deixando interrompido o texto num momento importante, para se saber no texto seguinte o que aconteceu na trama.

A estratégia de se publicar romances e novelas em folhetins, além de fixar de vez na cultura popular a leitura de literatura, criou o que hoje conhecemos como leitores de literatura e também fortaleceu um mercado editorial. Que o diga um contemporâneo de Poe, Balzac na França.

Vale destacar que a literatura pode e deve ser uma fonte de prazer. Compartilho do gosto de Margo Glantz pelos contos de Poe, que também me encantam.

"Me acuerdo que me gusta releer los cuentos de Poe, en especial Berenice, enterrada viva y despojada brutalmente de sus dientes por el protagonista." (GLANTZ, 2014, p.)

O REGISTRO DO INSTANTE COMO MEMÓRIA DE UMA ÉPOCA

"Al leer las noticias ¿cómo decidir qué es lo más importante?"
(GLANTZ, 2018, p. 11)

Dentro do tópico de formas de contar a memória, de registrar o instante e evocar o passado, Y por mirarlo todo, nada veia (2018) é outra obra de Margo Glantz muito peculiar em sua estética do fragmento e que aborda a questão da enorme dificuldade que as pessoas têm na atualidade em lidar com a quantidade absurda de informações simultâneas e ininterruptas, gerando com isso algum tipo de sofrimento e dilemas em se definir o que seria relevante ou não nas notícias.

Vejamos o exemplo abaixo do livro de Glantz e o registro comparativo de uma época, que poderíamos fazer a respeito do momento dramático por que passa o Brasil:

"(...) ¿qué policías de Estados Unidos hayan matado a más de mil personas indefensas durante 2015, (...)"
(GLANTZ, 2018, p. 11)

Cito aqui uma notícia comparativa, um dado de nossa realidade brasileira e um registro de época, talvez mais relevante que o exemplo norte-americano, se compararmos o volume de vítimas assassinadas pela polícia dos Estados Unidos em 2015 com o caso da polícia fluminense; lembrando que naquele país vivem mais de 328 milhões de pessoas.

Segundo o artigo do jornalista Eric Nepumoceno, do Jornalistas pela Democracia, a polícia do Estado do Rio de Janeiro matou nos primeiros 10 meses do ano de 2019, o total de 1.546 pessoas. Foram em média 5 pessoas por dia, num Estado que tem uma população de pouco mais de 17 milhões de pessoas (IBGE, 2018).

E pensar que dos milhares de dados e informações pesquisados pela escritora Margo Glantz, chamou atenção dela e mereceu registro em seu livro o grande volume de pessoas mortas pela polícia norte-americana.

Que fique registrado aqui o quanto as coisas no Brasil são exponenciais quando comparamos nossas misérias com as dos países chamados avançados ou desenvolvidos.

CRÍTICA ÁCIDA E BEM HUMORADA

Um dos traços característicos que apreendemos ao ler a poética de Glantz é a forma de tecer crítica a grandes questões da sociedade e da humanidade.

De repente, em meio a descrições de fatos ou nas narrativas ficcionais, surgem as críticas a temas como discriminação, violência, pobreza, crimes diversos, e a escritora tem uma maneira bem peculiar de fazer as críticas, com uma fina ironia ou com certa dose de humor.

Vejamos o exemplo abaixo, em Yo también me acuerdo:

"Me acuerdo de que los arquitectos famosos son buenos diseñadores, pero se olvidan de los usuarios; en la Cineteca Nacional los baños son exiguos y las salas de exhibición no tienen salida de emergencia." (GLANTZ, 2014, p. 87)

"Me acuerdo que cuando diseñan los baños de los edificios públicos a los arquitectos se les olvida que las mujeres necesitamos más espacio para orinar que los varones." (GLANTZ, 2014, p. 87)

"Me acuerdo que en los baños de mujeres siempre se hace cola y que los baños de hombres casi siempre están vacíos." (GLANTZ, 2014, p. 87)

Seu humor e a forma irônica de fazer denúncias sociais ou críticas sobre algum tema são muito refinados em seus textos. Percebi isso nos contos que lemos da autora e também nas entrevistas que li e ouvi na internet ao longo do semestre letivo.

Vejamos abaixo mais um exemplo da técnica através de uma passagem no livro Las genealogías, em uma frase dela quando o pai conta que levou umas bofetadas quando foi cobrar uma dívida de pães e confeites de um cliente mexicano:

"Así cumplió mi padre con los preceptos bíblicos y gano el pan con el sudor de su frente" (GLANTZ, 1998, p. 105)

POLÍTICA, ECONOMIA E HISTÓRIA

Margo Glantz faz registros de acontecimentos e fatos da época que estamos vivendo. O fechamento de livrarias como consequência do capitalismo e da tecnologia; as lutas de emancipação e igualdade de gênero, sempre aquém do avanço necessário; grandes eventos políticos e sociais que alteram a história. A diferença dos registros dela está na qualidade da escrita: crítica, irônica e reflexiva.

Desaparecimento das livrarias:

"Me acuerdo que hace unos días otra librería desaparecío en París." (GLANTZ, 2014, p. 55)

"Me acuerdo que hace como cuatro años fui a buscar libros y revistas a esa librería: había sido sustituída por una boutique Lévi-Strauss." (GLANTZ, 2014, p. 55)

Direitos das mulheres:

"Me acuerdo de una frase que escribió Simone de Beauvoir en 1980: No olvidar jamás que bastará una crisis política, económica o religiosa para poner en cuestión los derechos de las mujeres." (GLANTZ, 2014, p. 56)

Fim do regime de Stálin:

"Me acuerdo de un titular periodístico mexicano, en marzo de 1953: Alzó los tenis el padrecito Stalin." (GLANTZ, 2014, p. 19)

Questões nacionais do México:

"Me acuerdo que México ya tiene el primer lugar en casos de obesidad, y que, afortunadamente, alcanzamos el tercero en casos de corrupción." (GLANTZ, 2014, p. 62)

"Me acuerdo que las calles de la Ciudad de México se han vuelto intransitables." (GLANTZ, 2014, p. 62)

SOBRE KARL MARX

Um dos maiores filósofos da humanidade é também um homem, nos lembra Margo Glantz, e com isso está sujeito a todas as questões de época, cultura e costumes. Nesta passagem, vemos a questão do machismo e da desigualdade de gênero.

"En un libro recientemente publicado en Francia, las hijas de Karl Marx definen en cartas sucesivas la felicidad desdichada de tener como padre el famoso doctor. Al nacer alguna de ellas, Eleanor, Marx le anuncia a su fiel Engels: 'Desgraciadamente es del sexo por excelencia.' Puede absolverse a Marx quizá si se piensa que uno de sus hijos ya había muerto por entonces y el otro estaba agonizando y que el único vástago de Marx que sobreviviera fue el que tuvo con la sirvienta, hijo que, como amigo entrañable, por no decir otra cosa, Engels adoptó como suyo y que las hijas de Marx ignoraron hasta la muerte del barbudo compañero de su padre..."
(GLANTZ, 1998, p. 76)

RESMUNGANDO UMA LÍNGUA QUE NÃO É SUA

Nas obras de Margo Glantz vemos o tempo todo algumas questões relativas a certas hierarquizações de estratos sociais - pessoas e grupos que se colocam acima dos outros -, e isso se dá como algo cultural.

Falar uma língua que não é sua, por exemplo, pode fazer com que você se sinta excluído, diminuído em certos ambientes que utilizam isso para classificar pessoas e grupos. Não por parte do falante estrangeiro, mas por preconceito do ouvinte nativo.

Ela usa o verbo "mascullar" para apresentar o contexto em que um personagem tenta se comunicar em uma segunda língua, em um mundo que não é o seu mundo de origem.

"El señor Filler le prestó a mi mamá 50 pesos, mismos que sirvieron para pagar la cuenta del hospital. Mientras mi padre estaba enfermo, mi madre salía a vender el pan con Serafín, el muchacho oaxaqueño, bajito y fornido, que se reía todo el tiempo cuando oía a mi papá mascullar el español. Toda la gente veía a mi mamá como si fuera marciana, vestida muy elegante, vendiendo pan de casa en casa."
(GLANTZ, 1998, p. 110)

UN RATO* CON LAS RATAS

Momento em que o pai de Margo foi preso nos anos vinte por ser de esquerda (e ser confundido com anarquistas) e protestar contra as injustiças do governo no México.

"Y no es juego de palabras, pero ese rato se convertía en ratas que de tamaño descomunal se paseaban sobre la cama y sobre el preso..." (GLANTZ, 1998, p. 113)


* Em espanhol "un rato" é um instante, um tempo curto, um momento.

CRISTÓVÃO COLOMBO OU HERNÁN CORTÉS?

"Todo emigrante que viene a América se siente Colón y si viene a México quiere ser Cortés. Mi padre prefirió a Colón y, como Carpentier, escribió un poema épico lírico sobre el navegante genovés..."
(GLANTZ, 1998, p. 136)

O senhor Glantz extraía dentes para sobreviver. Mas não gostava nem um pouco da atividade "sangrenta". Também não gostava de fazer obturações porque era algo chato. Nas horas vagas escrevia poesia, era o que gostava e preferia.

"Sacar muelas era menos aburrido pero más sangriento, lo único que importaba era leer y hacer poesía. Por eso escribió Banderas ensangrentadas, en 1936, poema político en honor de los republicanos españoles, y luego, en 1938, su gran poema dedicado a Colón..." (GLANTZ, 1998, p. 137)

OVELHA NEGRA E FILHA PRÓDIGA

"Kzaid es el pedazo de pan que se arranca de la hogaza antes de bendecir el sábado. Luego escribió otro gran poema, Nizaión (Prueba), dedicado a mí, cuando traicioné al pueblo elegido. Fue traducido por los 50 como Cantares de ausencia y de retorno. Allí, aparezco como oveja negra, y luego, quizá también, como Hija Pródiga." (GLANTZ, 1998, p. 138)

A MEMÓRIA PODE NOS TRAIR (OU PODE SER CONVENIENTE)

"Repetir un acto mil vezes condensa el recuerdo, pero los recuerdos traicionan aunque se recuerden mil veces en la mente. Jacobo niega ciertas minucias que antes recordaba y los calzones con encaje se transforman simplemente en encaje suizo, maravilloso, delicado, pero aún suelto, sin ropa que decorar. Mi padre dice que cada vez recuerda mejor las cosas de su infancia y que casi todo lo demás se borra: a veces resucita y yo lo aprovecho como buitre."
(GLANTZ, 1998, p. 103)

Interessante essa reflexão sobre nossas memórias e suas seletividades. O que antes era calcinha com renda, artefato talvez inapropriado para pessoas de certa religião ou visão conservadora de comportamento individual, se transforma por um misterioso ato da memória em renda suíça, sem ligação com a calcinha que adornava.

Se pensarmos bem, nossa memória faz isso o tempo todo, quando lhe é conveniente.

Fim

BIBLIOGRAFIA

GLANTZ, Margo. Las genealogías. Alfaguara, México, 1998.

GLANTZ, Margo. Y por mirarlo todo, nada veía.
Editorial Sexto Piso, Espanha, 2018.

GLANTZ, Margo.
Yo también me acuerdo. Editorial Sexto Piso, Espanha, 2014.

SPERANZA, Graciela. ¿Dónde está el autor?, en Otra parte. Revista de letras y artes, nº 14, outono de 2008.

NEPOMUCENO, Eric. Jornalistas pela Democracia, no site Brasil247, em 25 de novembro de 2019: https://www.brasil247.com/blog/o-genocida-wilson-witzel-e-sua-policia-assassina

NICOLELIS, Miguel. Entrevista a Luis Nassif, no site GGN, em 12 de julho de 2019: https://jornalggn.com.br/novademocracia/nova-democracia-tv/uma-entrevista-imperdivel-com-nicolelis-por-luis-nassif/

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