terça-feira, 28 de abril de 2020

280420 (d.C.) - Diário e reflexões



Instantes...

Li um conto pela manhã. Vários interesses na fila de leitura. Mesmo sendo um à toa hoje, o tempo não tá prestando pra nada, quando vê é tarde, quando vê é noite, quando vê não fizemos o que queríamos. O tempo psicológico é muito mais cruel que o tempo da física do universo. É porque estamos caminhando pro fim desde que nascemos. Uns tão mais adiante, outros mais atrás. E ainda me vem essa merda de Covid-19. A vida não tem graça sem sair à rua; pior ainda ter que usar aquelas merdas na cara. E lavar tudo que entra em casa, então? Que saco, que merda! E ainda tem o mundo destruído pelos golpistas; tem a miséria geral do povo no mundo; uns desgraçados no bem bom f... o povo. Que preguiça desgraçada de lavar o banheiro e limpar a casa, mas a gente tem que fazer o que tem que ser feito. E eu fico me perguntando pra que isso, pra que aquilo, se ao final é tudo uma solidão só do existir, mesmo acompanhado, mesmo na multidão. E ainda tem a pressão alta, e o cuidar-se pro corpo não explodir ou falhar... casa pra limpar, isolamento social por fazer, coisas pra ler sem ler. E as memórias que poderiam ser escritas pra ninguém ler... quanta inutilidade, nem sabemos que mundo vai ter. Saco, saco com tudo isso. Que se fodam ao menos os desgraçados que causaram o mal generalizado, porque do lado de cá, do povão, o sofrimento é cotidiano mesmo, com ou sem pandemia, com ou sem bico sem direitos trabalhistas.


Post Scriptum:

O sofrimento é sério, mesmo com direitos sociais de "classe média" mas sem direito à felicidade, sem ser feliz, ou por não ter direito ou por não saber mesmo como abstrair de tudo que infelicita. Como ser feliz em meio a tanta miséria alheia, ao redor, tendo consciência que isso é projeto, é proposital, planejado por uns desgraçados?

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