quinta-feira, 8 de abril de 2021

080421 - Diário e reflexões



Refeição Cultural

Quinta-feira, 8 de abril. 2º ano de mortes por Covid-19. 3º ano da destruição de tudo pelo regime fascista e genocida no Brasil.

Li nesta manhã mais um capítulo do livro do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis - O verdadeiro criador de tudo - Como o cérebro humano esculpiu o universo como nós o conhecemos. Foi o 5º capítulo. Foram 3 horas de leitura densa. Meu cérebro agradece o esforço intelectual realizado.

Nicolelis é um cientista revolucionário. Definiu conceitos novos a respeito do funcionamento do cérebro após duzentos anos de "certezas" sobre o órgão. Estou lendo suas teorias sobre o cérebro relativista com um livro de anatomia do lado, assim relembro meus bons tempos de estudos do corpo humano em laboratório. Focado como sou, naquela época eu sabia muito sobre aquilo que estava estudando. Pena que não terminei o curso.

É foda! Me lembro até hoje daquele dia em que entramos no laboratório de anatomia pela primeira vez em 1997. O professor fez uma apresentação e nos falou da importância em tratar com o máximo respeito os corpos nos quais iríamos estudar ao longo do ano. Os corpos eram de pessoas como nós e mereciam o nosso respeito. Por quase dois anos frequentei aquele laboratório e aprendi muito, e mudei como pessoa porque passei a respeitar mais o ser humano.

Agora, vivendo aos 52 anos num país onde existem pessoas que apoiam aquela coisa maléfica na presidência do país, de novo passei a ter um sentimento muito ruim a respeito dos seres humanos. Que merda, isso! Aquele monstro no poder e seu séquito de gente vil e canalha faz piada todos os dias com os milhares de mortos e sequelados por Covid-19 no país governado por ele. É racista, xenófobo, machista, prega a favor da violência, a favor dos ricos, pratica atos apontados como quebra de decoro do cargo que ocupa todos os dias, e tem gente que o apoia. Não uma pessoa, que já seria absurdo. Milhões de seres humanos apoiam esse animal desprezível.

Acho que regredi décadas em pouco tempo. Não sei se sou mais um humanista.

William


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