quarta-feira, 19 de maio de 2021

Ulysses - Éolo (O Jornal)



Refeição Cultural

"As máquinas tilintavam em compasso três por quatro. Prensando, prensando, prensando. Agora se ele ficasse paralisado ali e ninguém soubesse como parar aquelas prensas elas iam continuar tilintando sem nem dar por isso, imprimir e comprimir e oprimir e deprimir. Bagunçar a coisa toda. Precisa ter cabeça fria." (JOYCE, 2012, p. 250)


Mais um capítulo vencido do clássico Ulysses, de James Joyce. Li o capítulo 7 e me aproximo da página 300 da minha edição com tradução de Caetano W. Galindo. Estou lendo bem concentrado e meu entendimento está sendo muito bom, bem melhor que da outra vez que li duas décadas antes.

Acho que as estratégias adotadas pelo tradutor Galindo facilitaram a leitura do romance em nossa língua. A leitura que fiz anteriormente foi na tradução de Antônio Houaiss e tive muita dificuldade de compreensão. Deixo bem claro que a experiência do leitor pesa bastante também, eu sou outro, minha bagagem é outra ao ler agora e aos trinta anos de idade.

A verdade é que desta vez eu consigo descrever o que li até agora, o andar do romance nos sete capítulos que li. Ao olhar o esquema da obra feito pelo próprio Joyce, o quadro esquemático, fica mais claro ainda. 

Sobre este capítulo "Éolo" cujo cenário é o jornal, o quadro esquemático diz que a "arte" é a "retórica" e isso fica bem claro ao ler os diálogos e pensamentos e eventos que acontecem no cenário.

É necessário ter atenção para ler o romance porque os fluxos de pensamento estão o tempo todo no meio das frases que não são diálogos. Tem que se atentar para isso. Inclusive para perceber quem está pensando no fluxo de pensamento.

Enfim, seguimos avançando na epopeia joyceana pela Dublin de antigamente, no dia 16 de junho de 1904. 

Será que consigo acabar a leitura até o "Bloomsday"? (difícil, tenho 800 páginas pela frente...)

Abraços, amig@s leitores.

William


Bibliografia:

JOYCE, James. Ulysses. Tradução de Caetano W. Galindo. 1ª ed. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2012.


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