quarta-feira, 15 de setembro de 2021

150921 - Diário e reflexões (Carta Capital)



Refeição Cultural - Carta Capital 1172


O CUSTO BOLSONARO

Começo esta refeição cultural com o início do editorial de Mino Carta a respeito do sujeito no comando do país:

O ANTICRISTO

"Conta um caríssimo amigo, Celso Amorim, ter ouvido de Leonardo Boff a seguinte definição da natureza de Jair Bolsonaro: 'Trata-se do anticristo'. Talvez seja este o perfil mais convincente para qualificar o presidente brasileiro, eleito, como sabemos, ao cabo de uma série de golpes de Estado que reduziram o Brasil à situação atual. Que quer dizer anticristo? O destruidor de tudo aquilo que na vida faz sentido, da razão e de qualquer nobre sentimento, como a solidariedade e a compaixão."

Gostei muito desse conceito de anticristo, um conceito para lá da religião e do sobrenatural. Hoje, de fato, convivemos com uma horda de anticristos, principalmente os animais humanos que denominamos no Brasil como "bolsonaristas". Essa gente é do mal, é uma gente que segue o anticristo, cujo objetivo diário é destruir tudo o que dá sentido à vida humana, solidariedade, amor, fraternidade, tolerância, amizade etc.

A matéria de "Capa" traz o custo que estamos pagando pelo golpe de Estado que interrompeu a democracia e a esperança que avançava no Brasil com os governos petistas. O quadro na página 13 traz números que desesperam qualquer pessoa que segue os princípios cristãos, independente da religião ou fé pessoal. O povo está sem emprego, sem direitos, sem oportunidades, o povo está na merda por causa do que fizeram com o Brasil os bandidos da Lava Jato, os meios de comunicação comercial e os partidos de direita como o dos tucanos.


Eu tenho tido até dificuldades para ler a edição impressa de Carta Capital porque a leitura nos traz informação factual, informação dolorosa, mas é preciso ser firme e conhecer a realidade. Estou demorando, mas acabo lendo a revista uma ou duas semanas depois que chega. Não tenho o direito de me alienar. Senão viro um desses zumbis aí fora.

Termino o comentário recomendando o artigo de Lídice da Mata, excelente como sempre. "Estado em desconstrução" é um texto para reflexão e para nos manter indignados. Ela fala dos riscos da Reforma Administrativa (PEC 32) que vai acabar de vez com os serviços públicos do Estado brasileiro. Sem se indignar com as injustiças e com o que é ruim para o povo, a gente corre o risco de virar aqueles zumbis lá fora.

"A taxa de funcionários de estatais e órgãos dos governos federal, estaduais, municipais, além de autarquias e entes como o Judiciário e o Ministério Público, não corresponde a 5% do total de habitantes no Brasil, quando o porcentual ideal seria em torno de 10%, como vemos em países desenvolvidos, como Alemanha, Espanha, Itália e Estados Unidos, dentre outros." (p. 29)

Enfim, a edição 1172 está muito boa (a capa com a efígie está demais!), mas não dá para comentar cada uma das seções. 

Gostei das indicações de livros da seção "Plural", tem um livro novo de Alberto Manguel, o autor de um dos melhores livros que já li: Uma história da leitura, de 1996 (ler a respeito aqui). O livro Encaixotando minha biblioteca eu gostaria de ler. Mas eu efetivamente preciso parar de comprar comprar e comprar livros, é um abuso isso. Além de não conseguir ler tudo o que tenho, é uma coisa que tem me incomodado muito - comprar - em meio a tanta miséria do povo de meu país.

É isso. Fico por aqui.

William


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