sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

140122 - Diário e reflexões



Refeição Cultural

Osasco, 14 de janeiro de 2022.


IGNORÂNCIA NEM SEMPRE É POR QUERER

Ao me conectar às redes sociais minutos atrás, vi várias postagens de companheir@s do movimento sindical expressando os pesares pela morte do poeta Thiago de Mello, poeta amazonense de 95 anos. Meus pêsames aos familiares, amig@s e companheir@s de Thiago de Mello. Eu não conhecia o poeta. E isso acontece comigo há décadas! Essa ignorância, esse não saber, não é porque eu quero, não é porque eu quis. Mesmo assim, isso me comprime ao chão, me sufoca, me tira o ar dos pulmões. Ano passado li 52 livros, li vários autores pela primeira vez, conheci poéticas novas, novas ideias e histórias, e mesmo assim sigo mais ignorante que nunca! Que coisa esquisita isso! Difícil, viu! Dá até vontade de desistir de ser menos ignorante. Mas passado o sentimento de nada, preciso retomar o caminho da leitura e dos estudos e seguir tentando ser menos ignorante. Não sou ignorante porque quero, nunca quis ser ignorante, desde muito novo chorava porque queria ler e estudar e o corpo exaurido pelo trabalho não contribuía para ficar acordado e isso me agoniava. Não quis ser ignorante desde que me entendo por gente, desde que saía pra trabalhar com meus onze ou doze anos. E chegamos ao início da 3ª década do século XXI com o elogio à ignorância prevalecendo em parte dos homo sapiens do mundo... difícil! Não quero morrer ignorante, seguirei lendo e estudando e tentando saber hoje algo a mais em relação ao que sabia ontem. (vou incluir o falecido poeta Thiago de Mello em minhas listas infindáveis de autores a ler e conhecer ao menos uma obra)

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E POR FALAR EM MORTES E IGNORÂNCIA

E por falar em morte e ignorância, o regime dos bolsonaros não caiu. A casa-grande não quis interromper o mandato da máfia colocada no poder em 2018 porque a máfia no poder representa a casa-grande que a colocou lá. Não teve quebra de decoro parlamentar, nem CPI da Covid, nem contravenções penais, nem nada que tirasse do poder o ser mais abjeto que o Brasil já viu no poder. Bolsonaro pode tudo. E como pode tudo, a morte é a marca do período do regime implantado pela casa-grande em 2018; em 2016 na verdade, com o golpe de Estado. 

GENOCÍDIO? - Quantas das 620.830 mortes por Covid-19 no Brasil seriam evitadas caso o regime dos bolsonaros tivesse procedido como o restante dos governos do mundo chamados de civilizados? Meio milhão de brasileiras e brasileiros talvez ainda estivesse entre nós. (vocês, eleitores e eleitoras de Bolsonaro estão com as mãos cheias de sangue e não há álcool gel que desinfete essas mãos de vocês! Não há!)

Viva a ignorância! O regime atuou e atua contra a ciência, contra as vacinas, contra as instituições construídas há décadas para a produção de dados e conhecimentos úteis ao Estado e à cidadania. Neste momento em que registro palavras, a Covid-19 se espalha como as mentiras dos bolsonaros e bolsonários. A cada hora, mais conhecidos testam positivo para Covid. As contabilizações de contaminações e mortes já nem se computam mais porque um vírus estranho invadiu os sistemas do Ministério da Saúde do país espelho do país ficcional do George Orwell (1984) e nunca mais tivemos dados confiáveis sobre a pandemia. Nosso ministério da saúde é o ministério da não-saúde. O da educação é o da não-educação. É a novilíngua dos bolsonários.

Os regimes de Temer, Bolsonaro e da casa-grande destruíram a saúde, a educação, os direitos sociais, políticos e civis do povo deste país jabuticaba. Assassina-se quem quer no país, só se investiga e pune culpados se for de interesse da casa-grande. A casa-grande não gosta de pobres, pretos, mestiços, trabalhadores, sindicalistas, esquerdistas, artistas, povo, gente. É isso! Meus pêsames aos familiares, amig@s e companheir@s de Zé do Lago, sua esposa Márcia e sua filha Joene, família de ambientalistas da região de "Mucura", nas proximidades do Rio Xingu, Pará, assassinados barbaramente nesta semana. 

Meus conhecidos acreditam que as mudanças se darão por processos de paz e conciliação pelas vias das instituições burguesas corrompidas pelo golpe promovido pela casa-grande em 2016. Eu não acredito! Pelas regras das instituições corrompidas da casa-grande Moro não é ficha-suja, Dallagnol não é ficha-suja, Queiroz não é ficha-suja, os bolsonaros não são fichas-sujas. Mas tá cheio de preto pobre trabalhador esquerdista gente boa ficha-suja por aí. O povo do meu lado da classe é quase tudo ficha-suja. Quem do meu lado for ficha-limpa vai ser ficha-suja a qualquer momento, antes ou depois de querer ser candidato ou eleito. E os meus conhecidos acreditam nesse processo de conciliação etc e tal.

William


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