sexta-feira, 24 de novembro de 2023

55. A Celestina - Fernando de Rojas (1499)



Refeição Cultural - Cem clássicos

Osasco, 24 de novembro de 2023. Sexta-feira.


Ao trabalhar na revisão de meus textos no blog durante o dia de hoje, acabei me debruçando na leitura do clássico da Literatura Espanhola A Celestina (1499), atribuído a Fernando de Rojas. A obra foi objeto de leitura e confecção de texto em uma disciplina que fiz na Faculdade de Letras da USP.

Foi uma releitura muito interessante a que fiz hoje nas postagens que incluí no blog em 2009 sobre La Celestina (a edição que usei no trabalho foi em espanhol). Para ler o texto final e a partir dele postagens de leitura da obra, é só clicar aqui e acompanhar os links ao final de cada postagem.

Cada vez que encontro séries de textos como essa, relembro o objetivo que me levou a criar um blog de cultura: compartilhar de forma gratuita conhecimento. Eu mesmo me surpreendo quando revejo o que fiz ao longo de quase duas décadas. Minha dedicação e disciplina foram impressionantes!

Para postar dezenas ou centenas de textos ao ano era preciso abrir mão de descanso e de horas de lazer. É só nos lembrarmos que sempre trabalhei muito e estudei. Para alimentar este blog, abri mão de coisas importantes na vida de qualquer pessoa.

Ao olhar para trás, pelo menos nesta dimensão de minha vida, posso colocar a cabeça no travesseiro e dormir com a consciência leve de alguém que buscou compartilhar conhecimento com as demais pessoas do mundo.

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A Celestina

Vários críticos consideram A Celestina uma obra tão importante quanto Dom Quixote em relação à Literatura Espanhola e mundial. E a obra de Rojas tem um século a mais de existência em relação à de Cervantes. 

O clássico conta a história de uma alcoviteira famosa em sua comunidade e a história de amor de um casal de jovens: Calixto e Melibeia. Celestina é uma personagem muito atual e a história de amor espanhola é anterior ao casal Romeu e Julieta de Shakespeare.

Uma coisa que me atrai muito nos clássicos de séculos atrás são as expressões populares e sabedorias que resistem ao tempo e chegam até nós, através de nossos familiares ascendentes e idosos de nossas comunidades. Citei vários exemplos no texto que fiz sobre a obra.

Para finalizar esse breve texto para registro de leitura de mais uma obra clássica que já li, comento rapidamente uma reflexão que fiz enquanto relia postagem a postagem essa história que se passa lá na Idade Média, cinco séculos atrás.

Como fui uma pessoa religiosa por décadas, tenho a plena consciência do poder de influência das crenças nas mais diversas formas de concepções de mundo que as religiões abrangem. Quase nada tem tanto poder de influência no comportamento humano como as abstrações mentais relativas às religiões.

Durante milhares de anos, em praticamente todos os lugares do mundo habitados por humanos, abstrações religiosas definiram os tipos de relações sociais. Marx que me perdoe, mas eu diria que não só os modos de produção definiram as relações sociais ao longo da história humana, as religiões também.

Pensei sobre isso enquanto lia e imaginava a vida na Idade Média...

Como diz Italo Calvino, é melhor ler que não ler os clássicos. Uma refeição cultural clássica tem como consequência uma digestão com muita absorção de nutrientes de evolução mental. Experimentem!

William


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