domingo, 4 de fevereiro de 2024

Vendo filmes (XII)



Refeição Cultural

Filmes que retratam guerras diversas, guerras contra pandemias causadas por algum tipo de vírus ou bactéria ou mesmo guerras causadas por pandemias de ódio e intolerância são filmes que podem nos pôr a refletir sobre a condição humana.

Nossa espécie se julga superior às demais espécies do planeta, sendo a Terra um pontinho de nada na imensidão do universo que conhecemos até o momento. Será que somos mesmo superiores às demais formas de vida?

Os dois filmes desta postagem me colocaram a pensar sobre nossa natureza humana. 

Filmes que retratam guerras sanguinolentas dentro de nossa espécie animal me fazem desacreditar na inteligência humana. Que diacho de espécie racional é essa que cria as coisas mais fantásticas e não consegue conviver em paz?

Já os filmes sobre pandemias e riscos à espécie humana nos fazem acordar para a realidade de nossa fragilidade. A vida é algo frágil e por isso deve ser protegida e comemorada. Viver é muito perigoso, como dizia o personagem Riobaldo Tatarana, do Grande sertão: veredas.

Gostei dos dois filmes que comento abaixo.

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Anne Frank, minha melhor amiga (2021) - Direção: Ben Sombogaart. Roteiro: Paulo Ruven. Com Aiko Beemsterboer (como Anne Frank) e Josephine Arendsen (como Hannah). Filme conta a história verdadeira da amizade entre Anne Frank e Hannah Goslar, meninas com origens sociais diferentes, sendo Goslar considerada cidadã alemã. Elas passaram a infância juntas, se separaram quando a família de Anne Frank se escondeu e depois acabaram se reencontrando no campo de concentração de Auschwitz.

COMENTÁRIO: quando li anos atrás os diários de Anne Frank, fiquei muito impactado. À época, sendo ainda um adulto jovem, experimentava os primeiros contatos com as questões da 1ª e 2ª Guerra Mundial, Nazismo, Fascismo e demais totalitarismos. Com o tempo, fui me politizando como cidadão brasileiro bancário, virei dirigente da classe trabalhadora e estudei muita coisa nas últimas décadas. 

Hoje, tenho sentimentos difusos ao ver um filme que retrata nos anos quarenta todo aquele sofrimento imposto ao povo judeu - crianças, mulheres, idosos e civis - pelos alemães nazistas num momento (2023/24) em que os judeus sionistas impõem um sofrimento semelhante a crianças, mulheres, idosos e demais seres humanos palestinos ao vivo e a cores e, ao invés do mundo "civilizado" se colocar contra o novo genocídio de pessoas, os países ocidentais se colocam na posição de "neutralidade" ou apoiam na cara dura o líder de extrema-direita dos sionistas praticar a limpeza étnica na terra palestina. É estranho, é um sentimento difuso... 

Que somos nós? Que esperar do amanhã?

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Guerra mundial Z (2013) - Direção: Marc Forster. Com Brad Pitt e Mireille Enos. Uma doença misteriosa se espalha pelo mundo rapidamente, transformando as vítimas em espécies de zumbis. Um investigador da ONU, Gerry Lane (Brad Pitt), é escalado à força - para salvar mulher e filhas - para uma missão de investigação para decifrar a origem da pandemia e uma provável cura para ela.

COMENTÁRIO: No começo, eu achava as estórias de zumbis muito ruins, sem verossimilhança alguma e não via filmes de mortos-vivos. Hoje, vejo a questão dos zumbis como uma metáfora e já me disponho a ver algumas dessas estórias. Melhor ainda quando se associa contaminação por algum tipo de agente patológico ou engenho externo à condição de uma pessoa se tornar uma espécie de morto-vivo, um corpo sem consciência, aí é que acho a estória mais verossimilhante com a realidade do mundo atual.

No filme, as vítimas da pandemia de zumbis são infectadas por mordidas, por contato entre um infectado e uma pessoa sã. Tenho prestado mais atenção em filmes com o ator Brad Pitt porque passei a considerá-lo um bom ator depois que vi algumas de suas interpretações.

Quanto aos zumbis dos filmes, sejam eles zumbis lentos, ou zumbis rápidos como os dessa estória, a metáfora de humanos como zumbis me parece cada dia mais factível. 

Sob certos pontos de vista, poderia até dizer que já estamos vivendo num mundo de zumbis, corpos que andam por aí tomados por alguns agentes externos como parasitas que comandam corpos hospedeiros. Ideias, abstrações, são vírus informacionais. 

Uma aglomeração de bolsonaristas alucinados por cantos e orações para extraterrestres e adorando pneus no meio da rua não seria uma cena de zumbis?

Sei lá!

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É isso, amigas e amigos leitores.

O texto anterior sobre filmes que vi e refleti pode ser lido aqui.

William


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