domingo, 3 de março de 2024

Cuba (I)


Minha solidariedade a Cuba e ao povo cubano.

Refeição Cultural

Osasco, 3 de março de 2024. Domingo.


Voltei de Cuba faz poucos dias. Foi minha segunda visita à República Socialista de Cuba, a maior das ilhas do Caribe. Da mesma forma que ocorreu em minha primeira visita à ilha, a viagem foi tranquila, sem imprevistos, agradável e de muita aprendizagem. Voltei muito pensativo e até agora não me senti preparado para escrever um pouco a respeito de minhas impressões e sentimentos sobre a experiência de passar mais quinze dias no país socialista.

Ano passado, em minha primeira visita a Cuba, voltei com sentimentos complexos que me faziam refletir bastante sobre o contato com o país socialista e com o povo cubano. Ao mesmo tempo em que sentia uma alegria imensa por ter conhecido um país e um povo referências para nós do campo da esquerda e que lutam contra o imperialismo (e ou capitalismo?), sentia também um aperto enorme no coração porque fiquei com a impressão que o país não resistiria muito tempo mais ao bloqueio econômico assassino imposto pelo império do norte.

Nesta segunda visita a Cuba, com programação diferente da primeira vez, com contatos e experiências novas e complementares, voltei com os mesmos sentimentos complexos até para escrever a respeito. 

Quero contar as novas sensações que experimentei e quero falar também do aperto no peito ao sentir que as dificuldades impostas ao povo por parte das centenas de medidas norte-americanas contra o país para causar miséria extrema estão surtindo efeito e, se nada for alterado, temo pela continuidade das conquistas da Revolução e libertação do povo em 1º/jan/1959. 

Só para se ter uma ideia, mesmo variando as fontes, estima-se que mais de 600 mil pessoas deixaram a ilha nos últimos anos (Cuba tem 11 milhões de cubanas e cubanos). É o maior êxodo desde 1959. O objetivo dos Estados Unidos é justamente esse: inviabilizar de qualquer forma a vida e a felicidade de um povo que escolheu outra forma de organizar a sociedade, sem ser a forma de exploração capitalista de uns sobre os outros.

Li entre ontem e hoje, três reportagens de jornalistas brasileiros que abordaram de forma séria e sem esculhambação, na minha opinião, a questão da crise econômica que tem dificultado a vida do regime socialista e do povo cubano, crise que tem o bloqueio de mais de seis décadas como motivo principal, mas que alguns analistas atribuem também a outros fatores - climáticos, a pandemia de Covid-19, etc - a crise na qual se encontra a economia do país.

Os artigos que li são do jornalista Jamil Chade, que entrevistou inclusive o escritor Leonardo Padura para fazer suas reportagens "Cuba vive maior êxodo desde a revolução" e a entrevista em si.  E li um texto de Mario Sergio Conti: "Cuba sem futuro à vista".


Enfim, espero poder aos poucos compartilhar as experiências maravilhosas que vivi nestas duas semanas em Cuba, experiências que incluem a participação na 32ª Feira Internacional do Livro de Havana - e os contatos com intelectuais brasileir@s como Frei Betto, Conceição Evaristo, Ailton Krenak e Emicida -, apresentações musicais, visitas a organizações sociais que cuidam de crianças e a um Comitê de Defesa da Revolução.

A preocupação com os riscos à experiência socialista empreendida pelo povo cubano é mais por leitura de mundo que tenho, pela experiência de quem atuou na política e na organização da classe trabalhadora por décadas.


TRINCHEIRAS DE IDEIAS VALEM MAIS QUE TRINCHEIRAS DE PEDRA

Começamos assim as reflexões sobre Cuba. Meu compromisso neste blog é o que as leitoras e leitores já conhecem, é escrever fatos e opiniões de forma sincera e honesta.

Viva Cuba e viva o povo cubano! Toda a minha solidariedade a Cuba! Lutemos pelo fim do bloqueio criminoso dos Estados Unidos!

Viva a Revolução Socialista!

Abraços,

William Mendes


Post Scriptum: a postagem anterior sobre a primeira viagem a Cuba, pode ser lida aqui. A sequência dos relatos sobre esta viagem está disponível aqui.


2 comentários:

  1. Que experiência maravilhosa! Fiquei com vontade de ir novamente!

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  2. Quem sabe eu possa ir com você, companheira Miriam. Estamos unidos pela amizade, pelas lutas por um mundo mais justo e pela solidariedade a Cuba!

    Abração, companheira!

    William

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