domingo, 11 de setembro de 2022

Formação Econômica do Brasil - Celso Furtado (XXVII)

Quarta Parte

Economia de transição para o trabalho assalariado (século XIX)

XXVII. A tendência ao desequilíbrio externo


Neste capítulo, Furtado vai discorrer sobre fundamentos econômicos, o texto é até meio chato, mas necessário para se compreender causas e efeitos de modelos econômicos.

"Numa economia do tipo da brasileira do século XIX, o coeficiente de importações era particularmente elevado, se se tem em conta apenas o setor monetário, ao qual se limitavam praticamente as transações externas. Por outro lado, os desequilíbrios na balança de pagamentos eram relativamente muito mais amplos, pois refletiam as bruscas quedas de preços das matérias-primas no mercado mundial. Por último, caberia ter em conta as inter-relações entre o comércio exterior e as finanças públicas, pois o imposto às importações era a principal fonte de renda do governo central." (p. 160/161)

AS IDEIAS FORA DO LUGAR

Furtado vai explicar o quanto foi equivocado os economistas e os agentes públicos quererem simplesmente aplicarem aqui as teorias econômicas e de sistemas de pagamentos que funcionavam bem nos países centrais. O padrão-ouro não dava certo em economias como a brasileira, que não era industrializada e com pouca circulação de moedas na economia interna.

"(...) Em tais condições, é fácil prever as imensas reservas metálicas que exigiria o pleno funcionamento do padrão-ouro numa economia como a do apogeu do café no Brasil. À medida que a economia escravista-exportadora era substituída por um novo sistema, com base no trabalho assalariado, tornava-se mais difícil o funcionamento do padrão-ouro." (p. 163)

Como disse, o capítulo é até meio chato. Pra ficar claro os motivos da não adequação do padrão-ouro aqui, seria necessário eu citar muita coisa na postagem. 

Pra mim, o essencial é a questão de ser bem antiga essa coisa de querer aplicar aqui ou nos países com origens distintas dos países imperialistas e colonizadores as teorias econômicas deles pra nós. Um século depois, o FMI e as demais agências internacionais seguem fazendo a mesma merda...

É isso.

William


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Bibliografia:

FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. Grandes nomes do pensamento brasileiro. 27ª ed. - São Paulo. Companhia Editora Nacional: Publifolha, 2000.


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