domingo, 19 de fevereiro de 2023

Vendo filmes antigos (III)



Refeição Cultural

Osasco, 19 de fevereiro de 2023. Domingo de Carnaval e chuva.


Eu que nunca vi muitos filmes na vida, por vários motivos como, por exemplo, preferir leituras e por falta de tempo livre, entendi nesta fase de minha vida (não estou vendendo minha força de trabalho) que deveria ver os filmes que acumulei em casa ao longo do tempo. Sendo assim, estou vendo filmes que tenho em diversos tipos de mídia. Comecei pelos filmes em VHS.

Primeiro vi 6 filmes comprados ou gravados, filmes de décadas diversas (comentário aqui). Dessa primeira lista, O predador (1987), com Schwarzenegger, foi um dos melhores. Gostei dos dois da Coleção Folha também, o filme com a Madonna e o dirigido por Polanski.

Da segunda lista de filmes, documentários e programas em VHS (comentário aqui), o melhor que vi foi o filme Como água para chocolate (1992). Os dois filmes do Jerry Lewis, dos anos 60, são muito ruins. Os dele dos anos 50 são melhores, me parece.

Nesta terceira leva de filmes antigos, vi 5 filmes da Coleção Folha. Gostei de todos eles, sendo A casa dos espíritos (1993) o de maior destaque. Porém, fiquei pensando também no filme do Don Juan. Enfim, para quem vê poucos filmes, já está de bom tamanho ter visto 14 filmes em poucas semanas.

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OS FILMES QUE VI

- Beleza Roubada (1995) - Filme dirigido por Bernardo Bertolucci e estrelado por Liv Tyler, jovem de grande beleza. Sinopse do filme: Lucy Harmon (Liv Tyler) tem 19 anos, alguns sonhos e um trauma: sua mãe suicidou-se. Para tentar superar a dor, entre outros motivos, vai passar as férias na Toscana, Itália, na casa de Diana (Sinead Cusack) e Ian Grayson (Donal McCann). Há mais dois motivos para a viagem de Lucy: Ian quer que ela pose para um retrato e, principalmente, ela espera reencontrar Niccolo Donati (Roberto Zilbetti), com quem trocou o primeiro beijo. Mas há um motivo mais profundo: ela deseja solucionar o enigma deixado pela mãe num diário. 

Comentário: gostei do filme. É um filme com muita sensualidade no ar e as tomadas de cena com os olhares de Liv Tyler encarando o telespectador são de arrepiar. Ao ver as cenas da região da Toscana, me lembrei dos lugares por onde andei na Itália em 2009: Turim, Milão, Veneza e Florença. É um país com belas paisagens. Valeu a pena ver o filme depois de tanto tempo guardado em casa.

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- Don Juan DeMarco (1995) - Filme escrito e dirigido por Jeremy Leven e protagonizado por Johnny Depp, Marlon Brando e Faye Dunaway. Sinopse: Um rapaz usando uma máscara e trajes de época decide acabar com sua vida por perder o seu verdadeiro amor. Ele diz ser o lendário Don Juan e é salvo de se jogar de um prédio pelo psiquiatra Jack Mickler (Brando), que está a poucos dias de sua aposentadoria. O médico tem 10 dias para tentar achar um diagnóstico e cura para o jovem. O jovem paciente acaba mexendo também com a cabeça do psiquiatra... 

Comentário: na minha opinião, o filme é muito bom! O jovem Don Juan é tão bem interpretado por Depp que o telespectador acaba se encantando pelo rapaz e por seu romantismo. O que é real e o que é imaginação em nossas vidas? A história me fez pensar no amor... a música de Bryan Adams é a cereja do bolo: maravilhosa! Have You Ever Really Loved a Woman? Só quem amou sabe a respeito do amor.

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- Traídos pelo desejo (1992) - Filme inglês dirigido por Neil Jordan e estrelado por Stephen Rea, Forest Whitaker, Jaye Davidson e demais elenco. Jody, soldado inglês (Whitaker), é sequestrado por membros do IRA para ser trocado por líder preso. Se o governo não ceder em três dias o soldado será executado. Fergus (Rea), o voluntário do IRA responsável por ficar com Jody e executá-lo, acaba criando uma relação de confiança com a vítima. No desenrolar da história, Fergus acaba conhecendo a namorada de Jody em Londres, a bela cabeleireira e cantora Dil. 

Comentário: o filme me fez lembrar do mundo nos anos 70 e 80, quando o conflito entre o governo inglês e o Exército Republicano Irlandês (IRA) era uma realidade no noticiário. Atentados terroristas não eram incomuns. Outra questão bem interessante no filme do início dos anos 90 é a questão de gênero retratada na obra. A história da rã e do escorpião, contada pelo soldado inglês no cativeiro é conhecida por mim desde a mais tenra idade. 

Para reflexão: o escorpião precisa atravessar um rio e pede que a rã o leve em seu dorso, a rã desconfia da proposta porque sabe do ferrão do escorpião, que usa a razão para explicar que não teria sentido ferroar a rã e morrerem os dois afogados. No caminho a rã sente o ferrão e começa a afundar com o escorpião às costas e antes de afundarem pergunta o porquê de ação tão sem razão. O escorpião disse que foi inevitável porque era a sua natureza...

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- Surpresas do coração (1995) - Filme dirigido por Lawrence Kasdan e estrelado por Meg Ryan, Kevin Kline e Timothy Hutton. Sinopse: Kate (Meg Ryan) não acompanha o noivo Charlie (Hutton) a uma viagem a Paris porque tem muito medo de avião. Ela está entusiasmada com a hipótese de comprar uma bela casa para eles viverem após o casamento, ela inclusive poupou uma boa quantia de dinheiro pra isso. Dias depois da viagem de Charlie, ele liga dizendo que encontrou uma mulher irresistível, que se apaixonou, que sente muito pelo fato e termina o noivado. Kate inconformada com a situação, toma coragem, embarca num avião e vai a Paris para lutar por seu noivo. No voo ela conhece Luc (Kline), um ladrão francês que esconde um colar em sua bolsa. Chegando a Paris, Kate tem a bolsa roubada e então começam as peripécias da história. O ladrão atrás do colar, Kate atrás do noivo... 

Comentário: comédia romântica de entretenimento. Me distraiu por duas horas. Achei o filme bem fraquinho.

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- A casa dos espíritos (1993) - Filme dirigido por Bille August e estrelado por Winona Ryder, Meryl Streep, Jeremy Irons, Glenn Close, Antonio Banderas e elenco. Sinopse: O filme conta a história da família Trueba ao longo de décadas e ao mesmo tempo o telespectador tem ao fundo a história do Chile do início do século XX até o golpe de Estado que derrubou o governo democrático e socialista de Salvador Allende. Vemos os acontecimentos através das lembranças de Blanca (Winona Ryder), que conta a história de sua família, a mãe Clara (Streep) e o pai Esteban (Irons). O filme é baseado no livro homônimo da escritora Isabel Allende, que é filha de um primo irmão de Salvador Allende. 

Comentário: dessa sequência de filmes que vi, este foi sem dúvida o melhor deles. O filme nos faz refletir sobre muitas questões centrais da sociedade como, por exemplo, distribuição da riqueza produzida pela classe trabalhadora, a questão do amor, a fé e religiosidade de cada cultura humana, a democracia, a tolerância e a discriminação social por questões de gênero e raça etc. Filme muito bom!

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COMENTÁRIO GERAL

Se eu tivesse que escolher entre os filmes atuais e os filmes de décadas atrás, eu não pensaria duas vezes e escolheria os filmes antigos, aqueles feitos com pessoas e figurantes de carne e osso, cenários construídos ou naturais e com menos produção por um programa de computador, de forma toda digital. 

Também não tenho interesse nessa série interminável de super-heróis que resolvem as coisas do jeito deles e dane-se a opinião dos outros ou a construção coletiva. Contudo, sei o quanto os cinéfilos gostam dessas franquias e respeito o gosto de cada um. Já vi alguns filmes desses com a família e... normal.

Dos filmes que vi agora, o filme com a história do IRA e do governo inglês - Traídos pelo desejo - me fez pensar sobre algo que eu já percebia quando era criança e adolescente: viver é perigoso... o mundo não é um lugar para se viver em paz, assim como a natureza é bela só do ponto de vista humano, pois na verdade na natureza é matar ou morrer a todo instante. Me lembro dos noticiários sobre o IRA e o governo inglês.

Os dois com a temática do amor e da beleza também me agradaram bastante. Essa série da Coleção Folha tem muitos filmes com a sensualidade e a questão do desejo e sexo destacados.

Por fim, o filme - A casa dos espíritos - que se passa no Chile e que traz a questão da luta entre poderosos e a classe trabalhadora é o mais intenso. 

É isso!

William


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