domingo, 11 de fevereiro de 2024

Vendo filmes (XIII)



Refeição Cultural

Nesta postagem reflito sobre dois filmes que abordam a questão da tecnologia na vida da gente.

Em um dos filmes, o protagonista se apaixona por um programa de computador, passando a namorar com uma máquina ao invés de se relacionar com um ser humano. Eu fiquei muito pensativo sobre essas questões de trocar pessoas por máquinas desde o filme com Tom Hanks, Finch (comentário aqui).

No outro filme, um anime longa-metragem, uma máquina tem o poder de gravar os sonhos das pessoas como se fossem filmes. Aí a gente tá ferrado!, nem sonhar mais em paz poderíamos, já que algo totalmente pessoal passaria a ser de conhecimento de outrem. Seria terrível!

Enfim, estórias que nos colocam a pensar sobre nós humanes e sobre um hipotético futuro, caso haja um futuro para a humanidade, se a gente mudar a tendência das coisas e interromper a destruição do planeta, para que possamos continuar existindo nas próximas décadas e quiçá séculos. 

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FILMES

Ela (Her), de 2013 - Direção: Spike Jonze. Com Joaquin Phoenix, Scarlett Johansson, Amy Adams e demais elenco. Sinopse: Um escritor solitário encontra o amor onde menos espera: ele se apaixona pelo sistema operacional que comprou para ajudar a administrar sua vida.

COMENTÁRIO: imagino que, já à época do lançamento do filme, uma década atrás, a estória deve ter causado uma grande reflexão. Estávamos apenas começando a discussão a respeito das "IA" na vida cotidiana das sociedades. 

Filmes de ficção científica são de longa data, mas filmes de ficção com aparência de possibilidade logo ali, como esse "Ela", são mais recentes. 

A estória nos apresenta a relação entre um humano e uma máquina "inteligente", dessas que organizam respostas mais ou menos coerentes e hoje muita gente tem uma em casa, uma Alexa.

A cada filme ou texto sobre essas máquinas "inteligentes", eu mais reflito sobre o destino da humanidade. Não sou contra tecnologia nenhuma enquanto ferramenta criada pelo animal humano para facilitar sua existência enquanto espécie. 

No entanto, tenho senões a respeito do que se faz com as ferramentas criadas por nós. Se uma tecnologia for para benefício de alguns em prejuízo de milhares e ou milhões, entendo que a tecnologia deva ser avaliada sob a ótica da ética humana.

Tenho leitura enquanto hipótese de que as "IA" do momento, controladas e utilizadas por meia dúzia de sujeitos de corporações capitalistas, podem levar a espécie a se tornar outra espécie, não mais homo sapiens, mas uma espécie idiotizada ao invés de sábia, tendo as capacidades cerebrais reduzidas desde a tenra infância. É o que penso!

O filme pode ser visto como um exemplo do que estou afirmando, ou problematizando. Aquelas pessoas da estória podem se tornar isso que falei. Ao se desumanizarem, trocando relações humanas por nada (coisas, máquinas, abstrações) - afirmo que "relações" com máquinas não são relações -, as pessoas deixam de ser o que somos: humanes.

Enfim, achei interessante o filme e gostei da personagem Samantha, que, verdade seja dita, encanta qualquer ser humano com aquela voz e "personalidade" marcantes! Facilitou muito a verossimilhança da estória a interpretação da atriz Scarlett Johansson.

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Paprika (2006) - Direção: Satoshi Kon. Anime de ficção científica. Baseado em livro de Yasutaka Tsutsui, livro de mesmo nome. Sinopse: um aparelho - DC Mini - que permite acessar os sonhos das pessoas é inventado pelo Dr. Tokita. O aparelho é usado pela Dra. Atsuko Chiba para tratamentos a partir dos sonhos. O aparelho é roubado e alguém está manipulando perigosamente o sonho de várias pessoas do laboratório. A Dra. Chiba assume seu alter ego Paprika para tentar descobrir quem está por trás do uso indevido do aparelho.

COMENTÁRIO: a estória é muito doida! E as cenas do anime também. Eu fiquei imaginando que merda seria para nós humanos se até isso fosse possível, as pessoas saberem de nossos sonhos, como se fossem filmes ou vídeos... seria foda! 

Já estamos convivendo com máquinas e pessoas por trás dessas máquinas que se vendem como "IA" (que sempre tem alguém de carne e osso por trás delas), enfim, máquinas de "Inteligência Artificial" que criam vídeos e imagens falsas, com as características das vítimas, para diversos fins, inclusive criminais, imaginem se nem nossos sonhos estivessem mais salvos da invasão de privacidade na qual estamos mergulhados nesta fase da história humana?

Legal o anime longa-metragem! A sugestão foi de meu filho, ele é uma espécie de filtro para indicar animes e filmes para nós.

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É isso!

Espero que tenham gostado das reflexões que compartilhei com vocês. A postagem anterior sobre filmes pode ser lida aqui.

Abraços,

William


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