sexta-feira, 30 de junho de 2023

Diário e reflexões - Junho


Momentos, seguimos nos movimentos...

Refeição Cultural - Junho

Osasco, 30 de junho de 2023. Sexta-feira.


INTRODUÇÃO

Fiquei olhando a lista de livros que li neste semestre e refletindo sobre eles. Foram leituras bem diversas. Pensei em alguns filmes que vi neste semestre. Pensei em algumas frases ou pensamentos ou coisas que tivessem me impactado, mexido comigo.

Em alguma data de aniversário, a respeito do tempo de vida, vi que disseram que a gente não tem a idade cronológica da gente, a gente só tem o tempo que nos resta. Achei a ideia profunda. É isso. 

Eu não tenho 54 anos. Não tenho. Tenho esse tempo do agora, do momento em que escrevo minha avaliação do semestre que passou. Quando acordei nesta sexta-feira 30, tive que decidir sobre o que fazer do meu tempo. É o que tenho enquanto vivo.

Fiquei indeciso se lia Os miseráveis até determinada página, se lia mais alguns poemas do 8º livro de poesias de Cecília Meireles, o Vaga Música, e pensei se lia ou escrevia o texto de fechamento do semestre em meu blog. Desde menino queria muito ler e não podia, meu tempo era dos outros, era de quem o comprava barato.

Decidi escrever ao invés de ler. Os porquês da escolha são diversos, são confusos, talvez inconfessáveis. Tem a ver com o que somos, humanos.

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PENSO, LOGO EXISTO

Quando penso no tempo que não tenho, o tempo passado, penso no filme Meu pai, com o excelente Anthony Hopkins. Eu não tenho alma na forma de espírito ou energia que continuará após minha morte. Isso é uma das diversas abstrações criadas pela mente deste animal fantástico homo sapiens. Por isso sofro ao pensar na situação do personagem do filme e nos personagens da vida real ao nosso redor.

Minha alma, minha essência, minha identidade e o que sou e penso sobre o mundo e a vida é meu cérebro com os seus 86 bilhões de neurônios e as incontáveis sinapses e idas e vindas de impulsos elétricos e o sangue que corre por essas veredas celulares alimentando a vida de cada célula. É o que nós animais somos. E esse cérebro nosso cria coisas inimagináveis para ursos, morcegos, cachorros, galinhas, baratas, lesmas, peixinhos dourados.

Neste momento de minha consciência humana, a possibilidade de perda de minha identidade ocupa um espaço das preocupações de meu tempo presente, porque um Acidente Vascular Cerebral ou alguma doença degenerativa pode fazer eu deixar de ser o que sou de um instante a outro, ou aos poucos. 

Se meu cérebro sofre uma pane, já era o William. Aí perco a minha alma. Aquela mesma que acreditava existir para além da matéria quando era criança e adolescente. Era tão mais fácil crer que poderia levar comigo para outra vida o que acumulasse de conhecimento... como são confortantes essas abstrações que nossa espécie cria!

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NÃO TEMOS MAIS O TEMPO QUE PASSOU...

Quando penso no tempo passado que não tenho, pois o passado pode não existir, ou pode existir de acordo com a narrativa que se impôs, penso no livro de Leonardo Padura, O homem que amava os cachorros. O que é a vida humana ao longo da história de nossa caminhada pelo planeta no qual vivemos? 

Qual passado nós teremos ou teríamos como agentes políticos? A mim e a você, qual passado restará? (não tenho o tempo passado) São os outros que decidem qual narrativa ficará de nosso passado... ou até mesmo o apagamento total, talvez nunca tenhamos existido.

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LULA E CHE, HOMENS SINCEROS E DE FÉ

Mais dois livros me deixaram pensando tanto tanto neste semestre... Os sentidos do lulismo, de André Singer, e Evocación, de Aleida March, companheira de Ernesto Che Guevara, livros que martelam tanto em meus 86 bilhões de neurônios que um conjunto de reações químicas são disparadas por meu corpo a ponto de meus olhos se encherem de lágrimas. É o que somos, humanos.

O livro de Singer, e as leituras de décadas sobre Lula e o PT e a CUT, e sobre Política e História me fazem compreender muita coisa do comportamento e do pensamento de Lula, essa figura extraordinária. Uma referência para mim, ontem e hoje, mesmo eu nunca tendo sido um "cristão bonzinho" como o Lula. Lula acredita demais nas pessoas e nas instituições. Às vezes, isso até incomoda, mas compreendo ele, Lula é uma pessoa fantástica, uma inteligência que desnorteia a gente!

Já o médico revolucionário Che Guevara... como não se surpreender a cada nova descoberta sobre esse homem de carne e osso, de saúde até frágil por causa de seus pulmões? (além da asma, Che teve pneumonia assim que venceram a guerra de libertação de Cuba) 

O livro confessionário de Aleida March mexeu muito comigo. Trouxe o livro de Cuba. Sua esposa e companheira de lutas e de vida nos conta sobre o Che que não conhecemos. O homem que declamava poemas pra ela e que deixou gravados poemas antes de se despedir para seguir nas lutas de libertação dos povos da África e de Nuestra América... Che viveu por sua fé no novo homem, numa nova sociedade. É de encher os olhos d'água...

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A CRÍTICA DEVE SER RESERVADA QUANDO EXISTE O ESPAÇO RESERVADO PARA A CRÍTICA (PENSO EU)

Eu entendo o que Lula quer dizer quando afirma que as críticas à esquerda não devem ser feitas de forma pública e sim de forma mais reservada. Eu entendo Lula porque fiz (não faço?) parte da história do movimento sindical surgido com Lula e com a companheirada da CUT: o Novo Sindicalismo. 

Eu tanto entendo que já falei para as pessoas que o maior problema é a barreira intermediária que se monta entre nós nas bases sociais e o líder, o Lula ou outra posição na estrutura hierárquica do movimento. Certas paredes são intransponíveis, e as ideias só chegam ao líder de forma pública porque seus intermediários bloqueiam tudo. É muito comum alguém da militância ter uma ideia, sugestão ou crítica construtiva e os intermediários nunca permitirem que a opinião da base chegue ao líder! Lidei com isso uns 20 anos.

No entanto, sempre achei lideranças como o Lula às vezes crentes demais na bondade humana e muito crentes no funcionamento das estruturas políticas que nós mesmos criamos. O movimento sindical e partidário mudou tanto, companheiro Lula, que hoje é quase impossível fazer alguma crítica de forma mais reservada... o crítico é cancelado, bloqueado, invisibilizado. Nas bolhas d@s "capas pretas (líderes)" só chegam os que elogiam e concordam com tudo. Aí a pessoa que pensa diferente acaba gritando ao mundo... é isso, querido Lula, o que acontece muitas vezes.

Vejam, por exemplo, os espaços que poderiam ser reservados para se pontuar questões, fazer críticas e sugestões, ou até mesmo se aproximar dos líderes da direção, companheiro Lula, as assembleias de base, os encontros e conferências e mesmo plenárias políticas... nos fóruns onde poderia haver divergências e embates de ideias. Uma parte hoje desses fóruns é não-presencial, é virtual, companheiro Lula. 

Assim evita-se até um senão diferente do pensamento da cúpula sindical ou partidária. E então os fóruns presenciais são muito mais controlados, já que não foram para aquela instância as divergências que poderiam existir. Pois é, fica difícil assim fazer críticas no reservado, presidente Lula.

Há exceções, felizmente, muitas bases sociais ainda fazem os fóruns democráticos de forma presencial. Com debates intensos de ideias, divergências, proposições, construção de unidade e convergência de encaminhamentos das lutas. 

Até congressos anuais históricos de trabalhadores de bancos públicos me parece que não ocorrerão mais... acho isso uma pena, uma oportunidade perdida de mobilizar a militância para os enormes desafios que podem surgir caso a política do país tenha uma reviravolta, afinal de contas, a vida real é dinâmica. Um dia estamos num governo progressista, no dia seguinte... aqui é o Brasil! 

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A DEMOCRACIA É RELATIVA... UM CONCEITO ELÁSTICO

Nesta mesma semana na qual o presidente Lula falou, com razão, sobre as formas preferenciais de se fazer a crítica no campo da esquerda, de forma mais "reservada" (se possível, penso eu), Lula também falou a respeito de democracia e suas diversas formas de interpretação.

Eu penso há muito tempo sobre essa questão da relatividade do que se chama de democracia. Após mais de três décadas estudando e lendo a respeito de história dos povos e das sociedades humanas, e mediante o que eu mesmo vivi como um adulto politizado no Brasil dos anos noventa até o momento, eu diria até mais sobre democracia ser algo relativo... eu chego a pensar que democracia é uma utopia, um desejo de, algo impraticável, na vida real. Por isso ela é relativa, é uma questão de interpretação e de força impositiva de seu conceito.

Não vou me alongar muito sobre essa questão, mas em linhas gerais poderia fazer alguns questionamentos para problematizar o que seria considerado democracia e o que não seria considerado democracia.

O sistema político dos Estados Unidos é democrático? Desde quando vivemos numa democracia no Brasil? Cuba e Venezuela não são países com sistemas democráticos? Existe democracia no movimento sindical? A democracia da antiga Grécia ou da Roma antiga era democracia? Democracia que exclui a maior parte das pessoas de participação nos processos de decisão política é democracia?

Fala sério, né! Nos Estados Unidos os caras colocam na presidência o candidato menos votado pelo povo, lembram do Bush filho? Os bushs, os clintons, Obama, Trump, Biden, o próximo presidente democrata ou republicano... essa tal eleição indireta norte-americana é o governo do povo desde quando? 

Os países do mundo são geridos por aristocracias, plutocracias, autocracias, teocracias (até do deus dinheiro) e por aí vai. Todos! Falar a favor de uns e contra outros é uma escolha arbitrária do falante, é um relativismo descarado!

E no Brasil dos golpes civis-militares desde a retirada do poder de Dom Pedro II, quando foi que teve democracia aqui? Excluir a maioria da população por voto censitário, não permitir que segmentos inteiros da sociedade votem como as mulheres até recentemente no Brasil e tirar o governante cada vez que ele ameaça favorecer um pouquinho o povão miserável é democracia desde quando? A democracia no Brasil sempre foi uma mentira, uma fake news, um faz de conta.

Aí ouço gente do meu lado da classe, da trabalhadora, dizer que não há democracia em Cuba, mas que há democracia nos EUA e no Brasil... sei...

Em Cuba, o povo escolheu em março deste ano os 470 deputados e deputadas da Assembleia Nacional do Poder Popular. Vejam lá quantas mulheres foram eleitas parlamentares... É atribuição da Assembleia Popular eleger o presidente e o vice-presidente do país.

Por que nos EUA é democracia aquela coisa de eleição indireta e em Cuba não é democracia? Seria porque lá tem dois partidos possíveis e em Cuba não? Qual a diferença mesmo dos democratas e republicanos em relação às questões centrais da sociedade? Nenhuma! E em relação ao poder imperial no mundo? Nenhuma!

Democracia no Brasil? E o golpe contra a presidenta Dilma, eleita com 54,5 milhões de votos e impedida "com o Supremo com tudo" para colocar a casa-grande lesa-pátria no poder? E esse parlamento eleito em 2022 com bilhões do orçamento público usado de forma secreta para comprar votos em milhares de municípios, fora a grana da casa-grande e Faria Lima e agro pop para colocar no legislativo centenas de representantes deles, do dinheiro? Democracia?

E a democracia nas centenas de sindicatos que existem no Brasil? E no movimento estudantil? As pessoas conhecem mesmo como funciona a dinâmica nos movimentos sociais? Gente, a prática é bem diferente da teoria e do desejo. Tem muita coisa boa por aí, mas também tem muito problema, desde sempre. Política é assim, é um eterno esforço para melhorar as organizações e instituições sociais.

Nem vou continuar... já foi suficiente esse registro cansativo sobre essa questão política em voga, a democracia.

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E A CASSI, UMA IMPRESSÃO SOBRE A NOSSA CAIXA DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE

Quando penso sobre a Cassi não é um leigo tirando conclusões baseadas em lugares-comuns como acontece normalmente com a ampla maioria dos associados e participantes do sistema de saúde privado Cassi, dos funcionários da ativa e aposentados do Banco do Brasil. 

Fui gestor eleito da nossa autogestão em saúde e nunca estudei algo tanto em minha vida quanto a nossa associação, sua história, nossas lutas, os dilemas, o mercado de saúde onde ela atua, os direitos e deveres dos participantes ao longo de décadas. Como disse, não sou um leigo sobre a Cassi e seu sistema de saúde.

A Cassi voltou a estar sob a influência de um governo legítimo e democrático como é o governo do presidente Lula. Nos últimos sete anos, entre 2016 e 2022, a Cassi esteve sob a influência de governos golpistas, governos cujas questões de saúde eram tratadas por gente da pior espécie, como aqueles ministros da saúde de Temer e Bolsonaro...

Enfim, quando penso em escrever sobre a Cassi me dá uma coisa esquisita no peito, porque eu gostaria que a autogestão mudasse a rota perseguida após janeiro deste ano. Até li hoje uma apresentação sobre algumas coisas que estão sendo implantadas sobre especialidades médicas em algumas unidades etc. Mas acho muito sério não se reverter o que fizeram na Cassi durante esses 7 anos.

Na minha visão de ex-diretor de saúde o que estão fazendo com a Cassi não vai reverter a lógica implantada de transformar a Caixa de Assistência numa mera empresa de mercado de saúde. E a Cassi não tem a menor chance de sobreviver assim no mercado no qual atua. É uma lógica liberal, eu diria, totalmente equivocada.

Essa descontinuidade do modelo de Estratégia de Saúde da Família por outro tipo de Atenção Primária à Saúde, com outra lógica, centrada no estímulo de demanda espontânea não tem como reduzir as despesas assistenciais de uma população quase fixa no tempo e que segue envelhecendo: aposentados e pensionistas e funcionários da ativa do banco. 

A lógica de APS que implantaram na Cassi na gestão dos governos golpistas e dos eleitos até o ano passado é equivocada para o perfil dos participantes da Caixa de Assistência. As CliniCassi e a entrada por telemedicina é só um ponto de atenção, e um gerador de demanda espontânea. Vejam o resultado econômico-financeiro após 7 anos terceirizando tudo e desfazendo a ESF... e recebendo muito mais recursos dos participantes...

Por que será que mesmo com tanto dinheiro a mais de receita e tanta redução de estrutura própria a Cassi não se tornou sustentável? A culpa é dos associados? Não está claro que tem algo errado nessa lógica dos últimos 7 anos de gestores do grupo político que estava lá e dos governos de extrema-direita de 2016 até o ano passado? O resultado operacional do 1º trimestre deste ano foi de 98 milhões de reais de déficit (Visão Cassi)

Enfim, se uma hora tiver estômago, escrevo sobre isso, mesmo sabendo que não se pode falar contra o "nosso" time do governo Lula...

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O BRASIL EM 2023

LULA - O presidente Lula é a melhor coisa a se falar do Brasil... disparado! 

O humanista e estadista Lula tem andado pelo mundo refazendo tudo que aquele regime genocida e criminoso destruiu durante os 4 anos de desgraças.

Lula é o homem com expressão política no mundo que está falando que é necessário mudar o rumo das coisas, ou adiar o fim do mundo, como diz Krenak. 

Lula está cobrando dos governantes do mundo e dos capitalistas que é preciso falar em paz e amor e sermos contra a guerra, que é preciso distribuir riquezas e ter a redução das desigualdades como pauta e meta dos países.

Lula está cobrando que os países façam sua parte contra o aquecimento global e parem de ser hipócritas ao olhar o cisco no olho dos outros sem lidar com a trave no próprio olho (para falar numa linguagem das religiões).

Lula está hoje muito mais à esquerda do que os movimentos sociais nos quais militamos a vida toda. É impressionante! Lula tem a minha admiração e o meu respeito, como sempre teve.

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bolsonarismo - O fascista genocida que esteve no poder do país até dezembro, colocado lá pela casa-grande e pelos donos do poder no Brasil, foi julgado em uma das ações contra ele no TSE e se tornou inelegível na data de hoje, sexta 30. É o assunto do momento. Parte do país está em festa.

Esses criminosos do clã bolsonarista serão julgados e condenados? Isso é o que importa, na minha opinião. Espero estar vivo para ver a justiça ser feita contra esses monstros que destruíram nossos biomas, que por ações e omissões fizeram com que meio milhão de pessoas morressem de forma vil por uma pandemia de Covid para a qual a ciência tinha medidas protetivas e vacinas. Esses mafiosos têm tanta coisa pra explicar como, por exemplo, sobre uma centena de imóveis adquiridos em dinheiro vivo e sem origem comprovada. Vínculos com assassinos e milicianos do Rio de Janeiro etc...

Eu nunca acreditei em se fazer justiça através do sistema de justiça dos países... mas torço para que se faça justiça. 

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PESSOALIDADES DO BLOGUEIRO:

LEITURAS

Os livros lidos têm um sentido para além dos estudos e reflexões de cunho pessoal. Dá um trabalhão fazer uma postagem algumas vezes. Lembro aqui o objetivo inicial do blog: compartilhar conhecimento! (receber milhares de acessos por mês me dá um sentimento de contribuição ao mundo da cultura e das ideias)

1 - A estranha vontade de um morto, Sandro Sedrez (comentário aqui)

2 - Torto arado, Itamar Vieira Junior (aqui)

3 - rio pequeno, floresta (aqui)

4 - Diário de um bandeirante ligeiramente atrasado e totalmente desarmado, Roberto Buzzo (aqui)

5 - Manifesto do Partido Comunista, Marx e Engels (aqui)

6 - Os sentidos do lulismo, André Singer (aqui)

7 - O homem que amava os cachorros, Leonardo Padura (aqui)

8 - A vida não é útil, Ailton Krenak (aqui)

9 - A Ilha, Fernando Morais (aqui)

10 - O trono no morro, José J. Veiga (aqui)

11 - O governo do futuro, Noam Chomsky (aqui)

12 - A impureza da minha mão esquerda, Henry Bugalho (aqui)

13 - A Quinta-Coluna, Ernest Hemingway (aqui)

14 - A comédia dos erros, William Shakespeare (aqui)

15 - A bíblia em crônicas livres, Roberto Buzzo (aqui)

16 - Evocación, Aleida March (aqui)

17 - Lawfare: uma introdução, Cristiano e Valeska Zanin e Rafael Valim (aqui)

18 - A megera domada, William Shakespeare (aqui)

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AS VIAGENS

Tenho viajado pouco. 

Bem diferente de quando tinha uma agenda de viagens intensa durante meu último mandato de representação na Cassi. Estive sempre nas bases sociais do país, todas as capitais por 4 anos. Era cansativo, mas fiz o que tinha que ser feito.

Neste ano pós-pandemia de Covid-19 em sua pior fase (a pandemia não acabou), além de viagens de família, conheci Guarapari (ES) com a esposa e realizei uma das viagens mais interessantes de minha vida: fomos a Cuba, meu filho e eu. Tenho escrito reflexões sobre essa experiência.

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A SAÚDE

Acredito que a alta quilometragem de meu organismo e sempre sob pressão intensa pelos desafios enfrentados pelas veredas percorridas acelerou o desgaste dos componentes dos meus sistemas corporais. Avalio que minha saúde e condição física poderia estar melhor para alguém da minha idade e com o conhecimento que tenho. Uma pena!

Neste mês de junho caminhei bastante, corri algumas vezes mesmo com dores no quadril e pedalei um pouco. No entanto, mesmo me alimentando com consciência e regrando as coisas da vida, sei que estou indo rápido demais para o envelhecimento físico. Uma pena!

Ainda tento fazer o que tem que ser feito, mas não é fácil quando o compromisso é só pessoal e privado. O que move um homo sapiens são as abstrações às quais ele está engajado e nas quais ele se move por fé e pertencimento. Somos máquinas de paixões...

Meus dependentes não têm com que se preocupar, mesmo quando acordo mals, tenho consciência de minha importância como ser social. E a vida é uma oportunidade, sempre. Se depender só de meus cuidados, estarei entre vós mais um tempo.

William


Post Scriptum: o texto anterior sobre abril e maio pode ser lido aqui.


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