segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Libertação - Quando terei a minha?


Arquivo X - episódios do 7º ano da série.

Refeição Cultural


Por que será que ando em busca de filmes, livros e coisas relacionadas com a liberdade, busca da liberdade ou atos de libertação?

Creio que a ideia de liberdade acompanha todo ser humano. Não sou diferente da grande maioria humana que vive em busca da liberdade.

Por que não sou livre ou não me sinto livre? Talvez esta seja a pergunta apropriada a ser feita e que mereça a reflexão necessária para a resposta.

Eu não estou preso neste momento, no sentido de estar privado de locomoção ou do direito de ir e vir. Então, por que não sou livre?


ARQUIVO X - LIBERTAÇÃO (episódios 1 e 2)

Assisti novamente a um episódio duplo da antiga série Arquivo X. Os episódios são do 7º ano e se chamam Libertação - parte 1 (Sein und Zeit) e Libertação - parte 2 (Closure).

Os episódios são da mitologia da série, ou seja, episódios que não são casos independentes dos arquivos X. Pelo contrário, episódios mitológicos têm relação com a vida dos personagens Mulder, Scully, Skinner, Dogget, Mônica Reyes, Canceroso etc.

O nome do episódio 1 faz referência a uma obra do filósofo Heidegger - "Ser e Tempo" - e tem relação com a busca pelo sentido da existência. O episódio 2 tem a palavra Closure que significa "encerramento, fim" em inglês, mas que também pode ter relação com a obra de Heidegger, quando ele se refere a World Disclosure (mundo revelado, manifestação das coisas e das relações delas no mundo).

No episódio duplo, Mulder busca por uma criança desaparecida nas mesmas circunstâncias em que desapareceu sua irmã Samantha quando era criança. Há muita tristeza nos episódios porque abordam o tema de rapto e assassinato de crianças, além de ser o episódio em que morre a mãe de Mulder. Mas tanto a garotinha desaparecida quanto a irmã dele não foram encontradas entre as dezenas de corpos de crianças mortas por um serial killer com décadas de crimes.

A teoria que prevaleceu sobre as desaparições sem corpos das crianças vitimadas (incluindo a irmã de Mulder) é que elas foram levadas pelos anjos andarilhos da luz, que salvam crianças momentos antes de mortes marcadas por grande sofrimento. Elas passam a andar nas luzes das estrelas.

Após Mulder ver sua irmã e outras crianças entre as luzes, ele afirma para sua parceira Scully que ele está livre... Sua busca terminou ali. A cena é muito forte e é difícil não se emocionar.


AINDA NÃO ENCONTREI O QUE PROCURO

Minha existência tem sido uma busca desesperada por algo que ainda não encontrei ou que talvez não saiba nominar. Fui levado pela vida para situações às mais diversas possíveis nestas quatro décadas de existência. E tudo que sei é que falta algo, falta.

Se eu sou livre, por que é que não leio todas as obras literárias que desejo? Por que não me conduzi para viver e me sustentar em função da leitura e do estudo dos grandes autores?

Nos últimos anos, ficava olhando meu pangasius no aquário e refletia o que fazer com ele, porque eu não sabia se a condição dele era favorável ou não. Por um lado, ele tinha comida, água tratada e regularidade. Por outro lado, ele havia crescido, vivido mais de uma década e eu não tinha um habitat maior que aquele aquário de 200 litros para ele.

Eu pensava às vezes se ele não queria se libertar daquele lugar ou daquela existência "regular" e sem liberdade e perspectiva. Quantas vezes eu não fiquei deitado olhando pra ele e pensando que eu me sentia na mesma situação que ele, eu também vivia num aquário! Aí pensava quem se libertaria primeiro...

O pangasius viveu sua vida de peixe de aquário. Eu ainda vivo num aquário. Tenho as mesmas rotinas... não tenho tempo para minhas grandes leituras... não tenho rotina para uma atividade física regular... vivo em tese "livre", porém longe longe do sentimento de liberdade.

Mulder buscou por sua irmã por mais de vinte e cinco anos até que um dia encontrou a verdade. Se libertou.

Eu procuro uma resposta para minha insatisfação e incompletude há mais de trinta anos. Ainda não encontrei minha verdade e aquilo que me pacificará o ser. O pior é que no aquário em que vivo, jamais surgirão as oportunidades de encontrar o que procuro porque minha resposta não está naquele habitat.

Fim.

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