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segunda-feira, 8 de julho de 2024

One Piece - Zoro, o caçador de piratas



Refeição Cultural 

Luffy chega à cidade da base da marinha, interessado em encontrar o tal Roronoa Zoro.

A cena na qual Zoro aparece amarrado em um tronco é impactante e ele tem uma expressão assustadora. Uma cara de mau de verdade!

Luffy fica de longe observando os acontecimentos. Helmeppo, o filho de um dos capitães da Marinha - Morgan Mão de Machado -, maltrata uma garotinha que tentou dar comida ao Zoro.

Após Luffy ter o primeiro contato com Zoro amarrado, o preso pede a ele a comida que a garotinha trouxe e que foi pisoteada por Helmeppo. Zoro comeu com gosto a comida pisada e suja.

Zoro acredita que será solto se cumprir sua pena de um mês amarrado no tronco. Luffy ouve depois da boca do próprio Helmeppo que vão executar Zoro em três dias. 

O jovem Chapéu de Palha fica puto ao descobrir que estão enganando Zoro. Luffy enche de porrada o filho do Capitão Morgan e decide convidar Zoro a ser seu companheiro. 

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SER O MELHOR ESPADACHIM DO MUNDO 

Nos capítulos seguintes, vemos o desenrolar da história. 

No capítulo 4 "Morgan Mão de Machado, o capitão da Marinha", vemos o quanto o cara é cruel e o quanto a Marinha é corrupta e opressora.

No cap. 5 "O Rei dos Piratas e o Grande Espadachim", vemos em flashback o passado de Zoro, de quando era criança, e o seu objetivo na vida:

"Quando eu crescer, quero atravessar os mares e ser o espadachim mais forte do mundo!!" (p. 134)

Os leitores conhecem Kuina, a filha do mestre do jovem Zoro. Ela venceu Zoro 2001 vezes. Uma das espadas de Zoro era de Kuina. Ele usa três espadas nas lutas, estilo Santou-ryu. 

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No capítulo 6 do 1° volume do mangá - "O primeiro do bando" - Zoro aceita ser companheiro de Luffy. 

E conhecemos mais um golpe de Luffy, o gomugomu-no-muchi, o chicote de borracha. 

Enfim, nos capítulos 7 "Amigos" e 8 "A aparição de Nami" ficamos conhecendo mais alguns personagens: ouvimos falar do pirata Buggy, o palhaço, que também comeu uma fruta do diabo. E aparece uma ladra chamada Nami...

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AMIZADE

O anime One Piece trabalha de forma muito interessante a questão da amizade. 

No início, já vimos isso quando Shanks reage ao bandido da montanha por ver seu amigo Luffy em apuros.

Agora vimos novamente a importância da amizade na relação de Luffy com Kobi.

Como já assistimos mais de 300 episódios do anime, garanto aos leitores que terão momentos marcantes sobre amizade nas sagas e arcos de One Piece

O texto anterior sobre o Luffy Chapéu de Palha pode ser lida aqui.

William 


quinta-feira, 4 de julho de 2024

One Piece - Luffy Chapéu de Palha


Luffy derrota Alvida Clava de Ferro.


Refeição Cultural 

O capítulo 2 do volume 1 de One Piece, "Luffy Chapéu de Palha", nos apresenta o garoto de borracha dez anos após a partida dos piratas liderados por Shanks, o pirata que salvou a vida de Luffy ao demonstrar o valor da amizade.

A vila se despede de Monkey D. Luffy que parte numa pequena canoa em busca de seu sonho de se tornar o rei dos piratas. Para isso ele precisará de um navio e de uma tripulação. 

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LUFFY ENFRENTA O MONSTRO DOS MARES 

Imaginem qual foi o primeiro desafio de Luffy!

Sobreviver de novo ao monstro que atacou ele e Shanks dez anos antes.

Dessa vez, o jovem de borracha aplicou um golpe que treinou por dez anos: o gomugomu-no-pistol... um soco que arrebentou o monstro.

Luffy acabou caindo em um redemoinho no mar e só foi salvo por se esconder dentro de um barril.

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LUFFY ENFRENTA A PIRATA ALVIDA CLAVA DE FERRO

O barril com Luffy dentro é recolhido por um rapaz medroso e serviçal no navio de Alvida: Kobi, o faz tudo.

Luffy derrota a perigosa pirata com o seu golpe "gomugomu-no-pistol" (pistola de borracha) e parte com Kobi em busca de um famoso caçador de piratas chamado Roronoa Zoro. Ele quer convidá-lo para ser seu companheiro de viagem.

Post Scriptum - Explicação do filhão: os golpes de Luffy têm o poder da borracha "gomugomu-no" e mais a técnica que ele inventou, por exemplo, pistola de borracha, lança de borracha etc. 

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COMENTÁRIO 

Como disse na postagem anterior (ver aqui), já vimos em casa mais de 300 episódios do anime One Piece

Por curiosidade, acabei pegando para ler o volume 1 do mangá de meu filho e estou achando bem interessante. 

Percebo bem mais detalhes lendo o mangá do que assistindo ao anime. 

Sigamos para o próximo capítulo. 

William 


terça-feira, 2 de julho de 2024

One Piece - Eiichiro Oda v.1



Refeição Cultural 

O mangá One Piece foi publicado pela primeira vez no Japão em 1997. A publicação saiu no Brasil pela Panini em 2012. 

Meu filho gosta do mangá e anime desde pequeno. Por incentivo dele, estamos assistindo ao anime e já passamos dos 300 episódios, terminamos os arcos Water 7 e Enies Lobby. Contei sobre essa aventura de assistir One Piece aqui.

Peguei o volume 1 do mangá para ler. O primeiro capítulo "Romance Dawn - O amanhecer de uma aventura", nos apresenta alguns personagens da saga: Monkey D. Luffy, o garoto do vilarejo; Gold Roger, o lendário "Rei dos Piratas"; Shanks, o ruivo, líder dos piratas do vilarejo; Makino, a dona do bar do vilarejo; e Higuna, líder dos bandidos da montanha. 

A história de Luffy começa com uma cena impactante: o garoto está na ponta da proa do navio, com uma faca na mão, e de repente se corta no rosto, ferimento próximo ao olho esquerdo. 

Mais adiante, vemos que o ato foi para provar sua coragem ao capitão Shanks, pois ele queria ir embora com os piratas, mas por ser muito novo não conseguiu realizar seu desejo.

Outra informação central na história foi saber que Luffy, sem querer, acabou comendo um fruto do diabo, um "akuma-no-mi", um dos tesouros dos mares. 

Luffy comeu uma fruta "gomugomu-no-mi" que transformou o garoto em homem-borracha. O problema disso foi que Luffy nunca vai aprender a nadar, uma habilidade considerada quase que indispensável para um pirata, como o capitão Shanks sugeria ao garoto quando negava levá-lo junto à tripulação do navio. 

A ação do primeiro capítulo se desenvolve quando o bandido das montanhas Higuna humilha Shanks e seu bando no bar de Makino. Shanks não reage às provocações de Higuna e o garoto Luffy fica indignado com o fato. Foi uma decepção para o menino não ver o capitão pirata reagir às provocações do bandido da montanha.



A AMIZADE, UM VALOR NOBRE

No final da ação, o que ficou demonstrado para os leitores foi que o capitão Shanks tem uma paciência enorme para provocações violentas de adversários, ele evita brigas e combates até o último instante. 

No entanto, quando alguém ameaçou um amigo de Shanks, a reação foi necessária. O bandido Higuna estava maltratando Luffy quando os piratas voltaram ao vilarejo. Nesse momento, os piratas reagiram às provocações do bando da montanha.

Shanks salva Luffy por duas vezes, primeiro do bandido Higuna e depois no mar, quando um monstro devoraria o garoto. A cena do salvamento de Luffy e de Shanks se expondo frente ao monstro é um marco na história da vida de Luffy e da saga One Piece.

Luffy promete a Shanks que vai se tornar um pirata quando crescer e que será o Rei dos Piratas. Antes de partir definitivamente, Shanks entrega a Luffy seu chapéu preferido, o Chapéu de Palha, e diz para o garoto guardar com ele o chapéu até esse dia no futuro em que Luffy será melhor que o bando dele, será o Rei dos Piratas.

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A FORÇA DAS IDEIAS E A FORÇA DA VIOLÊNCIA

Uma cena do primeiro capítulo de One Piece me fez lembrar um evento pessoal de meses atrás. Um evento triste.

Uma pessoa querida defendia a ideia que ao ser provocado num bar por tipos como Higuna a reação adequada seria resolver o problema com a força da violência ao invés da força das ideias, como fez Shanks naquele momento de humilhações no bar sem reagir a Higuna e seu bando.

O garoto Luffy ficou muito bravo com Shanks e ficou decepcionado com a não reação do capitão à provocação de Higuna. A atitude pareceu a Luffy covardia. Essa ideia era a que a pessoa querida defendia, que homem que é homem não poderia deixar de reagir perante uma provocação em uma cena de bar.

À época, eu tive a infeliz ideia de dar a minha opinião sobre essa questão de ser ou não ser homem através da atitude de reagir com violência ou não numa cena de provocação de bar. Foi uma merda. Ao dizer que isso era uma atitude de pessoas sem educação formal e formação cultural e sem ter tido contado com o mundo das ideias, a pessoa se sentiu ofendida. E nunca mais tivemos uma relação próxima como antes.

Eu não mudei de ideia, na essência do que quis dizer. Continuo achando que uma pessoa que teve acesso à cultura, que pôde alimentar as ideias e o espírito, deveria ser contra o império da força e da violência gratuita. Quem defende isso é o extremista de direita, é o fascismo.

O que mudei é que hoje eu não daria a minha opinião sem ser chamado a dá-la. O que tenho percebido é a mudança radical nos seres humanos da atualidade. Talvez tenhamos que tratar a todas as pessoas como estranhas, porque talvez todos sejamos estranhos uns aos outros. Sem intimidades ou ideias de laços inquebráveis pela convivência ou antiguidade da relação.

Me lembro quando criança os ensinamentos que eram repetidos ad nauseam pelo mestre de Kung Fu e seus discípulos que nós os alunos nunca deveríamos brigar nas ruas, deveríamos evitar ao máximo reagir com violência às provocações dos moleques na rua, eu tinha uns doze ou treze anos, porque vencedor era o que vencia sem lutar, mesmo tendo o dom de vencer lutando. No dojô tinha uma placa com esses dizeres na parede central da academia.

O que Shanks demonstrou ao garoto Luffy foi exatamente isso. Não valia a pena reagir com violência àquelas provocações no bar por tão pouco.

No entanto, o valor da amizade falou mais alto. Ao ver o mesmo bandido maltratando e ameaçando um amigo, Luffy, a reação de Shanks e seu bando foi outra.

Essa cena do primeiro capítulo de One Piece é uma carta de princípios, um valor a se defender, mesmo no mundo dos piratas: não se deve lutar sem necessidade e deve-se defender uma amizade a qualquer preço.

William


sábado, 22 de junho de 2024

One Piece

 


Refeição Cultural 

Dois cinquentões que assistem One Piece com o filho 


Ao terminarmos mais uma saga* de One Piece, a Saga Water 7, composta pelos arcos Water 7 e Enies Lobby, podemos dizer que conhecemos um pouco a respeito do personagem Monkey D. Luffy e sua tripulação. Já assistimos 315 episódios do anime. Luffy quando criança comeu acidentalmente um fruto do diabo que deu a seu corpo as propriedades da borracha.

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CONEXÃO ENTRE PAI, MÃE E FILHO

Como começamos a ver animes?

Sempre gosto de me lembrar como foi que comecei a ver anos atrás animes com meu filho e com minha companheira. 

Eu trabalhava em Brasília, na autogestão em saúde dos funcionários do BB, e tinha uma agenda de muitas viagens às unidades nos Estados. Meu filho estudava no interior de São Paulo. Era comum cada um dos três estar longe um do outro.

Ao pensarmos uma forma de fazermos algo juntos, meu filho sugeriu vermos anime. Deu certo! Os três colocavam o episódio no ponto e: um, dois, três e já...

Por muito tempo, vimos assim episódios de algum anime, cada um num canto do país, mas ligados por uma sessão simultânea de anime, e depois comentávamos a respeito do episódio. 

Foi assim que Ione e eu já vimos dezenas ou centenas de episódios de diversos animes.

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OS PIRATAS DO CHAPÉU DE PALHA

O final da Saga Water 7 me levou às lágrimas! Impossível não se envolver emocionalmente com os personagens do bando de piratas do Chapéu de Palha.

Em casa, cada um tem seus personagens favoritos e alguns deles têm alguma característica que chama a atenção da gente.

Eu, por exemplo, fico puto com o comportamento do Sanji quando o assunto é mulher. Caraca, o cara não se emenda! Uma coisa é o personagem ser cavalheiro, gentil etc. Outra coisa é quase pôr tudo a perder quando o inimigo é do sexo feminino (ou quando faz de conta que é) e o cara não cumpre com suas obrigações com os Chapéu de Palha por causa do inimigo ser uma mulher. É algo irritante isso.

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A TRIPULAÇÃO DE PIRATAS DO CHAPÉU DE PALHA ATÉ A PARTE QUE CONHECEMOS

Nas primeiras sagas, vamos vendo Luffy constituindo sua tripulação de piratas.

O primeiro companheiro de Luffy é o espadachim Roronoa Zoro, na primeira Saga: East Blue.

Depois, da forma mais inusitada possível, uma ladra se junta a eles, Nami. Ela será a navegadora de Luffy.

O trio está em busca de um navio. É quando conhecem um mentiroso chamado Usopp. 

O bando consegue além de um tripulante mentiroso atirador de estilingue, o navio: Going Merry.

No próximo arco de East Blue, conheceremos o cozinheiro Sanji, que se junta aos piratas do Chapéu de Palha. 

Formada a tripulação inicial do jovem Monkey D. Luffy e já possuindo o navio Going Merry, os piratas do Chapéu de Palha saem em busca de seus objetivos: encontrar o tesouro One Piece.

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NOVOS TRIPULANTES NAS SAGAS ALABASTA E SKYPIEA

Enfim, depois se juntaram ao bando dos Chapéu de Palha mais dois tripulantes: Chopper, a rena com características humanas, que será o médico do navio, e Nico Robin, uma arqueóloga. 

E agora terminamos a Saga Water 7.

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COMENTÁRIO BREVE

O anime One Piece, de Eiichiro Oda, é uma epopeia contemporânea incrível.

Nela encontramos grandes questões e dilemas da sociedade humana: amizade, determinação, ética, traição, ganância, entre outros sentimentos e comportamentos humanos. 

O tempo todo, a cada arco de aventura, podemos refletir sobre política, história, tradições e costumes, organização social etc.

Antes de conhecer os animes e mangás, eu não imaginaria a profundidade e a complexidade por trás das histórias dos personagens dessas Histórias em Quadrinhos. 

Seguiremos conhecendo mais essa forma de cultura universal. 

William


*Post Scriptum: meu filho me explicou que essa questão de divisões por sagas não é consensual, que seria melhor falar só dos arcos. Pelo pouco que havia pesquisado, o filhão tem razão. Não sou um entendido em animes, muito menos no One Piece (tanto é que, por desatenção, havia escrito errado o nome na hora que fiz o texto). Acabei usando como fonte de dados uma linha que dividia os episódios ou as aventuras em sagas e arcos. Se for retirar a citação à "saga" teria que refazer o texto todo. Enfim, como disse, após 315 episódios do anime, a gente conhece um pouco a respeito do personagem Monkey D. Luffy e seus companheiros e companheiras. Só isso. Seguiremos aprendendo mais.


domingo, 11 de fevereiro de 2024

Vendo filmes (XIII)



Refeição Cultural

Nesta postagem reflito sobre dois filmes que abordam a questão da tecnologia na vida da gente.

Em um dos filmes, o protagonista se apaixona por um programa de computador, passando a namorar com uma máquina ao invés de se relacionar com um ser humano. Eu fiquei muito pensativo sobre essas questões de trocar pessoas por máquinas desde o filme com Tom Hanks, Finch (comentário aqui).

No outro filme, um anime longa-metragem, uma máquina tem o poder de gravar os sonhos das pessoas como se fossem filmes. Aí a gente tá ferrado!, nem sonhar mais em paz poderíamos, já que algo totalmente pessoal passaria a ser de conhecimento de outrem. Seria terrível!

Enfim, estórias que nos colocam a pensar sobre nós humanes e sobre um hipotético futuro, caso haja um futuro para a humanidade, se a gente mudar a tendência das coisas e interromper a destruição do planeta, para que possamos continuar existindo nas próximas décadas e quiçá séculos. 

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FILMES

Ela (Her), de 2013 - Direção: Spike Jonze. Com Joaquin Phoenix, Scarlett Johansson, Amy Adams e demais elenco. Sinopse: Um escritor solitário encontra o amor onde menos espera: ele se apaixona pelo sistema operacional que comprou para ajudar a administrar sua vida.

COMENTÁRIO: imagino que, já à época do lançamento do filme, uma década atrás, a estória deve ter causado uma grande reflexão. Estávamos apenas começando a discussão a respeito das "IA" na vida cotidiana das sociedades. 

Filmes de ficção científica são de longa data, mas filmes de ficção com aparência de possibilidade logo ali, como esse "Ela", são mais recentes. 

A estória nos apresenta a relação entre um humano e uma máquina "inteligente", dessas que organizam respostas mais ou menos coerentes e hoje muita gente tem uma em casa, uma Alexa.

A cada filme ou texto sobre essas máquinas "inteligentes", eu mais reflito sobre o destino da humanidade. Não sou contra tecnologia nenhuma enquanto ferramenta criada pelo animal humano para facilitar sua existência enquanto espécie. 

No entanto, tenho senões a respeito do que se faz com as ferramentas criadas por nós. Se uma tecnologia for para benefício de alguns em prejuízo de milhares e ou milhões, entendo que a tecnologia deva ser avaliada sob a ótica da ética humana.

Tenho leitura enquanto hipótese de que as "IA" do momento, controladas e utilizadas por meia dúzia de sujeitos de corporações capitalistas, podem levar a espécie a se tornar outra espécie, não mais homo sapiens, mas uma espécie idiotizada ao invés de sábia, tendo as capacidades cerebrais reduzidas desde a tenra infância. É o que penso!

O filme pode ser visto como um exemplo do que estou afirmando, ou problematizando. Aquelas pessoas da estória podem se tornar isso que falei. Ao se desumanizarem, trocando relações humanas por nada (coisas, máquinas, abstrações) - afirmo que "relações" com máquinas não são relações -, as pessoas deixam de ser o que somos: humanes.

Enfim, achei interessante o filme e gostei da personagem Samantha, que, verdade seja dita, encanta qualquer ser humano com aquela voz e "personalidade" marcantes! Facilitou muito a verossimilhança da estória a interpretação da atriz Scarlett Johansson.

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Paprika (2006) - Direção: Satoshi Kon. Anime de ficção científica. Baseado em livro de Yasutaka Tsutsui, livro de mesmo nome. Sinopse: um aparelho - DC Mini - que permite acessar os sonhos das pessoas é inventado pelo Dr. Tokita. O aparelho é usado pela Dra. Atsuko Chiba para tratamentos a partir dos sonhos. O aparelho é roubado e alguém está manipulando perigosamente o sonho de várias pessoas do laboratório. A Dra. Chiba assume seu alter ego Paprika para tentar descobrir quem está por trás do uso indevido do aparelho.

COMENTÁRIO: a estória é muito doida! E as cenas do anime também. Eu fiquei imaginando que merda seria para nós humanos se até isso fosse possível, as pessoas saberem de nossos sonhos, como se fossem filmes ou vídeos... seria foda! 

Já estamos convivendo com máquinas e pessoas por trás dessas máquinas que se vendem como "IA" (que sempre tem alguém de carne e osso por trás delas), enfim, máquinas de "Inteligência Artificial" que criam vídeos e imagens falsas, com as características das vítimas, para diversos fins, inclusive criminais, imaginem se nem nossos sonhos estivessem mais salvos da invasão de privacidade na qual estamos mergulhados nesta fase da história humana.

Legal o anime longa-metragem! A sugestão foi de meu filho, ele é uma espécie de filtro para indicar animes e filmes para nós.

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É isso!

Espero que tenham gostado das reflexões que compartilhei com vocês. A postagem anterior sobre filmes pode ser lida aqui.

Abraços,

William


quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Diário e reflexões - Naruto (02/08/23)



Refeição Cultural

Osasco, 2 de agosto de 2023. Quarta-feira.


INTRODUÇÃO

Ao refletir sobre a leitura de mangás e do mangá do personagem Naruto, me lembrei do intelectual Alberto Manguel nos contando sobre a história das leituras no livro fantástico Uma história da leitura, de 1999 (comentário aqui). As leituras têm uma história.

Por que um cara com mais de cinquenta anos está lendo mangás do Naruto? Posso simplesmente dizer que estou lendo porque quero ou porque gosto, por isso ou por aquilo. Na verdade, não é preciso um motivo específico para ler algum tipo de gênero literário. E o contrário também é verdadeiro, pode ser que estejamos lendo algum tipo de literatura por diversos motivos.

De certa forma, comecei a ver animes e a ler mangás por um motivo sim, para ter contato com um tipo de cultura que jovens gostam, porque sou pai e seria legal conversar e trocar impressões sobre Histórias em Quadrinhos (HQ) e animes japoneses. Minha leitura de mangás tem uma história.

Comecei a ver animes com meu filho entre 2016 e 2017. Eu trabalhava em Brasília, longas jornadas, viajava muito, e me sobrava pouco tempo para estar com a família. O contexto familiar foi ficando bem complicado e eu me sentia mal por não poder mudar aquela situação de pouco contato com o filho.

Naquela época, era comum estarmos cada um num lugar durante semanas. Meu filho estudando no interior de São Paulo, minha esposa em Osasco e eu em Brasília. Foi então que pensamos em compartilhar algo que nos colocasse em sintonia, mesmo separados fisicamente. Decidimos ver anime. 

O primeiro anime que vimos em 2016, meu filho e eu, foi Death Note (comentário aqui). Meu filho é quem sempre escolhia os animes que veríamos. Ele é especialista no tema e tem excelentes sugestões para nós. Foi bem interessante a experiência do primeiro anime. 

Além de adquirir um conhecimento novo, os episódios geravam boas discussões entre nós. Quando não estávamos juntos fisicamente, víamos juntos os episódios: cada um no seu notebook dava o "play" no mesmo instante e víamos "juntos" o anime.

Depois passamos a ver alguns animes os três. Chegamos a ver episódios cada um num local diferente, como disse acima: eu em Brasília ou em algum hotel pelos cantos do Brasil, a mãe em Osasco e o filho em Jaboticabal. Família unida, vendo animes no computador ao mesmo tempo.

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Ao pesquisar sobre essa temática dos animes no blog, encontrei uma postagem saudosa dessa época. Estava sozinho em Brasília, família distante, fim do dia de trabalho na Cassi, passaria o fim de semana sozinho em casa, aí peguei um dos livros de ficção do filho para ler - O azarão, de Markus Zusak (ler comentário aqui). A postagem de 2017 me fez recordar essas lembranças que estou registrando aqui. 

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NARUTO - MASASHI KISHIMOTO


ANIME

Meu primeiro contato com o anime Naruto se deu em 2017. Como expliquei acima, estávamos assistindo animes como forma de nos mantermos unidos mesmo estando distantes uns dos outros.

No final daquele ano, já tínhamos visto 40 episódios do anime. Escrevi à época:

"Para dizer da impressão ou da mensagem que mais me chamou atenção até agora na história do garoto sem família, e que sofre com a forma como as pessoas de sua aldeia o tratam - com preconceito e discriminação - foi que ele não vive de chororô pelos cantos e não deixa que nada o impeça de olhar para a frente e seguir com determinação seu objetivo de ser o melhor ninja da aldeia." (ver postagem toda aqui)

O garoto Naruto é órfão e sua atitude perante a vida é de determinação na busca de seus objetivos. Ele não é um garoto que fica pelos cantos se lamentando pelos infortúnios da vida.

Na época, vimos toda a primeira parte de Naruto, quando ele deixa a Aldeia Oculta da Folha com Jiraiya para um treinamento que durará mais de dois anos.

Naruto Uzumaki é um dos três membros da "Equipe 7", treinada pelo sensei Kakashi Hatake. Seus companheiros de equipe são Sasuke Uchiha e Sakura Haruno.

A experiência de ver o anime Naruto é ampliada pela trilha sonora, que é fantástica. As músicas de determinados momentos da história já fazem parte de nossa experiência com Naruto.


MANGÁS

Agora, muitos anos depois, resolvi ler os mangás que deram origem ao anime e a experiência é bem diferente, e ambas são muito interessantes.

A edição brasileira da coleção de mangás do Naruto saiu pela Panini e contém 72 volumes, sendo a primeira parte até o volume 27, capítulos 1 a 244 e a segunda parte vai até o capítulo 700.  

Levarei muito tempo para ler todos os volumes do mangá, mas tudo bem. E para ficar melhor ainda, estou revendo os animes à medida que avanço nos volumes do mangá.

Nos 4 primeiros volumes, revi a apresentação dos personagens principais: Naruto, Iruka sensei, Sasuke, Sakura e Kakashi, dentre outros da Aldeia Oculta da Folha. É bom citar também Konohamaru, o garotinho neto do Terceiro Hokage.

Os ninjas desenvolvem habilidades a partir de treinamento intensivo e uso de energia vital, seus chakras, e alguns ninjas trazem habilidades especiais herdadas de família ou adquiridas como é o caso do garoto Naruto, que traz em si a Raposa de Nove Caldas, derrotada numa batalha e selada dentro do garoto recém-nascido.

Após Naruto ser admitido na escola de formação de ninjas, eles saíram numa primeira missão com o sensei Kakashi e tiveram que lidar com vilões muito poderosos: Zabuza e Haku. 

Neste momento inicial, Naruto já desenvolveu seu principal jutsu, o Jutsu Clone das Sombras. Ele também tem um jutsu que causa sensação (risos), o Jutsu Sexy, que deixa qualquer homem no chão.

Post Scriptum: meu filho me lembrou de uma questão interessante no jutsu dos clones usado por Naruto: ele nunca teve família e ao criar clones de si mesmo acaba sendo uma habilidade que dialoga com a solidão que o acompanhou ao longo da infância. Tem um sentido psicológico aí...

Enfim, seguimos em contato com todas as formas de cultura e conhecimento. Animes e mangás são de uma riqueza cultural imensa e eu recomendo a experiência para todas as pessoas.

William


domingo, 26 de julho de 2020

Estudo de línguas - Língua Japonesa (IV)



Saudades de andar na USP...
essa pandemia mudou tudo.

Estamos em julho do ano em que o mundo mudou após o aparecimento de um vírus que se espalhou rapidamente e até o momento alterou a vida em todo o planeta, o novo coronavírus: Covid-19. Ano de 2020.

Dia desses, ao ouvir pela internet uma garota que fala diversas línguas, Anna Murakawa (além de ótima violinista, ela tem vídeos sobre aprendizagem), ela explicava que uma coisa importante para o aprendiz é ter claro o motivo pelo qual ele decidiu aprender um novo idioma.

Ao olhar para trás e fazer o exercício de definir o motivo pelo qual comecei a aprender a língua japonesa, vejo que o motivo não está muito claro, o que não é bom. 

Pensei em estudar japonês por ser uma língua bem diferente da minha. Pensei nos desenhos dos ideogramas e entendi que aprender essa linguagem poderia melhorar meu cérebro cinquentenário, exercitar meus neurônios e desenvolver minha inteligência.

Mas isso é suficiente para manter o esforço em aprender japonês? Aparentemente, posso substituir o estudo dessa língua por outras atividades e alcançar o mesmo objetivo. Então, pode ser que meu desejo esteja sendo insuficiente para avançar mais rápido, no sentido inclusive de maior dedicação.

Aprender japonês também pode ser interessante para mim porque passei a assistir animes com nosso filho, uma forma de interagir com ele em época tão difícil de manter contatos com as pessoas, inclusive as mais próximas. 

O ser humano está cada vez mais centrado em si mesmo, fisgado pelas coisas virtuais e sem paciência para coisas das épocas mais antigas, quando não havia toda essa tecnologia capturadora de humanos, e os humanos apenas ficavam juntos e conversavam.

Mas o motivo também é insuficiente para manter a energia necessária para esse aprendizado, pois já vemos os animes com legendas. 

Eu sonhei em ser poliglota, por ser poliglota, porque dizer que tinha esse desejo para realizar diversas coisas não seria verdade.

Se comparar com antes, sei alguma coisa hoje. Meses atrás não sabia nada. Agora já conheço os alfabetos e sei fazer as lições do curso online que faço. A matéria que passei a fazer na faculdade complicou um pouco minha condição de aprendiz porque eu estava estudando por conta em curso pela internet e o ritmo era o meu. 

Na faculdade é tudo programado e tem que ser cumprido. Neste momento em que estamos fechando o semestre, já não estou acompanhando bem o conteúdo. O fato de o curso ser à distância (EAD) não é desculpa nenhuma. Agora eu sei o que sofrem as pessoas que não sabem matemática ou outra matéria e sofrem porque falta a elas o básico que perderam em algum momento para trás.

Enfim, nas dificuldades a gente acaba parando para refletir um pouco sobre os porquês das coisas. Estou meio perdido, mas isso é normal em seres humanos que não são autômatos. Se temos dúvidas, talvez seja porque ainda pensamos. Que bom!

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Post Scriptum (28/7/20):

Quando falo que comparado com a etapa anterior eu já estou melhor, é porque já identifico sentenças com as estruturas da língua japonesa como as sentenças abaixo, com kanji, hiragana e katakana, com partículas que atuam na sintaxe e influenciam na semântica das expressões; mas ainda me falta autonomia para conseguir me comunicar e expressar pensamentos inteiros. Mas é melhor estar onde estou neste momento do que estar no ponto onde iniciei a jornada, quando não sabia nada.


図書館で漢字の辞書を借りる。
Pego emprestado um dicionário de kanjis na biblioteca.


この [ 新しい 家 ] は広い。
(kono atarashii ie wa hiroi)

Esta [casa nova] é espaçosa.


先生と生徒が学校で会う。
(Sensei to seito ga gakkō de au.)

Professor e aluno se encontram na escola.


家の前に大きな木があった。
(Ie no mae ni ōkina ki ga atta.)

Havia uma grande árvore em frente à casa.


十一日 


Ideograma que significa "dia 11 do mês ou 11º dia" じゅういちにち (a leitura)

自動車 = automóvel (gênero)

/Jidōsha/ じどうしゃ (a leitura em romaji e em hiragana)


新聞 = ideograma que significa jornal


しんぶん (a leitura em hiragana)

domingo, 9 de dezembro de 2018

A busca de sentidos nas leituras, nas amizades, nas coisas simples



(texto atualizado às 9h30 de 10/12/18)

Refeição Cultural

O domingo está chegando ao fim. O ano de 2018 vai terminando. Muitos de nós estamos em busca de sentidos, de esperanças, de explicações, de porquês.

Quando olho para trás, vejo a importância que a leitura teve em minha vida. 

Foi lendo livros emprestados no início da adolescência que tive a oportunidade de alternar os perigos a que me expunha nas ruas do bairro violento onde cresci com momentos dentro de casa ou em outro lugar lendo.

Eu me lembro que nunca tive uma aula de geometria em sala de aula entre a 5ª e 8ª séries do antigo ginásio, porque durante uma época do ano tinha greve dos professores e a gente ficava sem ver as matérias do meio do livro adiante, o "Matemática Moderna" do Domênico Lago Ens. Com menos de 15 anos, acabei um livro desses sozinho certa vez, e ouvindo rock. (rock e matemática, tudo a ver!)

E assim as coisas foram acontecendo na vida deste leitor que vos fala. Foi lendo à base de guaraná em pó por causa do cansaço de trabalhar e dormir pouco que estudei livros de concurso para tentar uma carreira pública. Entrei no Banco do Brasil assim.

Da mesma forma, já com vinte e tantos anos, quis fazer uma faculdade pública e passei na Fuvest lendo livros adquiridos em banca de jornal do Telecurso 2000 e assistindo aulas da madrugada na TV (gravadas em VHS). Sempre acreditei que as pessoas devem conhecer as noções básicas de todas as áreas, mas quase ninguém sabe nem o básico. Fiz Letras na USP estudando assim.

Depois que entrei no movimento social, eleito pelos colegas trabalhadores para representá-los no movimento sindical, passei a complementar meu desejo de leitura literária e de ciências com referências biográficas e bibliográficas do mundo das lutas sociais e, com isso, somei ao desejo de leitura de cultura acadêmica o desejo de cultura dos movimentos populares.

Essa breve retrospectiva de minha pequena história de leituras até aqui foi para compartilhar com vocês que acredito muito nas possibilidades que o estudo e as leituras nos trazem como seres humanos.

Os leitores sempre esperam encontrar nas páginas de livros ou textos que estão mergulhados algo revelador, uma explicação, uma inspiração, um conhecimento que vá lhes favorecer, uma sensação diferente, um despertar, uma luz. Mesmo nas leituras despreocupadas ou inocentes (ler AQUI sobre "O leitor crítico").

Em tempos de graves crises políticas, econômicas e sociais como estamos vivendo, os leitores devem renovar suas energias para essa busca de saber e conhecimento que possa despertar alguma solução para sairmos dessa fase para outra melhor.

A referência às amizades e às coisas simples é porque meu coração está clamando por isso, por mais solidariedade, mais amor, mais amizade entre as pessoas, que as coisas simples da vida possam prevalecer sobre as causas de tanta arrogância e prepotência que têm feito a vida social ser tão ruim entre nós.

Abraços e leiam!

William


Post Scriptum:

Hoje perguntei no meu perfil de rede social se tinha amig@s lendo neste fim de semana e foi muito bom o retorno das pessoas. Muita leitura interessantíssima em andamento por parte de meus amig@s. Que legal! Fiquei feliz. Quero ver se a gente promove alguns saraus em 2019, para reunir as pessoas e sermos felizes compartilhando momentos de lazer e cultura.

Post Scriptum II:

Ah, eu falei em amizade também porque dois momentos em família têm relação com laços de amizade. No sábado, vimos uma maratona com os 4 filmes "A Era do Gelo" e o enredo com as personagens traz forte referência ao valor da amizade, dos laços entre amigos. Os filmes são muito legais, e foram lançados em 2002, 2006, 2009 e 2012. E também estamos terminando mais uma série de anime com 64 episódios, Fullmetal Alchemist Brotherhood, onde a questão da amizade entre os irmãos Elric é uma das principais características da estória.


segunda-feira, 30 de julho de 2018

Conhecendo animes perto dos 50 anos




Refeição Cultural

Num esforço para ampliar minha capacidade de comunicação com os mais jovens, em especial com o meu filho, tenho procurado conhecer novas linguagens e meios expressivos como os animes e mangás.

Minha primeira experiência em animes foi assistir a Death Note (2006), com 37 episódios, e depois passei a assistir aos animes de Naruto (que estreou no Brasil em 2006) e atualmente está na Netflix. Os animes são sugeridos pelo meu filho e acabam sendo uma forma de vermos algo juntos. 

De um tempo pra cá, uns dois anos, passamos a ver os episódios à noite, cada um num lugar físico, mas vendo ao mesmo tempo. Foi comum assistirmos Naruto eu num lugar, meu filho noutro, e a mãe dele num terceiro lugar. Mas unidos ao longo de dezenas de episódios. Estamos terminando mais de uma centena de episódios de Naruto, praticamente só faltam alguns episódios da saga "clássica" (a parte na qual os personagens ainda são pré-adolescentes).

Nestes dias de férias escolares de julho, em que estamos juntos no recesso da faculdade de meu filho, assistimos aos 13 episódios de Angel Beats (2010). No início foi difícil pegar o ritmo, a ação do anime era muito doida, mas aos poucos a estória começou a ter sentido. Ao caminhar para o fim foi ficando emocionante, e a cada episódio, o anime nos deixou mais reflexivos sobre a vida e a morte.

Em um dos episódios, em que o enredo encaminha o desfecho relativo a uma das personagens principais, Yuri (ou Yurippe), me peguei pensando no que foi a minha vida nos últimos anos e como está sendo difícil o desapego da missão que eu tinha e que movia toda a minha existência até o final de maio passado. Mas é preciso se deixar "obliterar" e seguir para outra etapa das existências.



Por fim, ainda na linguagem de animes, vimos o longa-metragem Your Name (Kimi no na wa, 2016). Novamente, que produção linda, emotiva, que nos põe a refletir. A estória tem amor, tradição, medos e dilemas dos jovens, e beleza no desenho, nas paisagens, nas personagens. Bem ao estilo do diretor Makoto Shinkai, de obras como Jardim das palavras (2013), que também assistimos.

Após assistir a esses dois animes, ainda vi, de quebra, ao filme Gênio Indomável (1997). Que soco no estômago. Me lembro de ter sido muito impactado pela estória do jovem Will (Matt Damon) quando eu mesmo era um jovem revoltado no final dos noventa e início dos anos dois mil.

Como escrevi na última postagem dias atrás (ler AQUI), não sei ainda o que vou fazer com meus blogs após o fim de um ciclo de quase duas décadas de vida política e representativa como eleito por trabalhadores em mandatos sindicais e de gestão em saúde.

Essa foi minha refeição cultural. Apesar do silêncio autoimposto e pela decepção que me domina em relação ao fim da democracia brasileira e a destruição de meu país após o golpe de Estado, ainda busco um sentido para escrever.


domingo, 10 de dezembro de 2017

Na vida e nas lutas, desistir não é uma opção!



(atualizado em 11/12/17, às 13h)

Naruto Uzumaki, garoto órfão não se deixa abater
pelas adversidades da vida em momento algum.

Refeição Cultural

Está terminando o domingo. Estou em casa com a família, que bom! Momentos juntos não são comuns em minha atual jornada de lutas.

Não estou lendo literatura neste semestre com a frequência que gostaria porque minhas demandas no trabalho tomam conta de minha agenda praticamente em todos os dias do mês. Mas a dedicação é necessária e tudo bem, é por uma boa causa: a Cassi e os associados.

Neste sábado, trabalhei em casa até umas 19 horas. Estudei toda a pauta da reunião de Diretoria Executiva do início da semana. Teremos uma agenda bem cheia na segunda e terça-feira. Inclusive com reunião prévia das entidades representativas e mesa de prestação de contas sobre o Memorando de Entendimentos acordado entre o BB e os associados.


Três coisas que me levaram à reflexão neste fim de semana

Desde o ano passado, tenho visto alguma série ou anime com meu filho. Mesmo estando distantes, temos algo para vermos juntos e comentarmos. Tem sido bem legal isso.

Depois de assistir ao anime Death Note (ler comentários AQUI), começamos a ver agora Naruto. Meu filho conheceu a história do garoto ninja e seus amigos quando ele tinha uns dez ou onze anos. Diferente do Death Note, que contém 37 episódios, esse anime vai demorar muito tempo para vermos tudo, porque são centenas de episódios. Mas eu e minha esposa estamos indo bem, já chegamos ao 40.

Para dizer da impressão ou da mensagem que mais me chamou atenção até agora na história do garoto sem família, e que sofre com a forma como as pessoas de sua aldeia o tratam - com preconceito e discriminação - foi que ele não vive de chororô pelos cantos e não deixa que nada o impeça de olhar para a frente e seguir com determinação seu objetivo de ser o melhor ninja da aldeia. 

Apesar do garoto não ser um destaque na escola e na academia de artes marciais, suas atitudes perante a vida são algo a se pensar.


Um homem em situação de rua
e seus companheiros, seus animais.
Aí, entre o sábado e o domingo, fiquei muito pensativo ao observar uma pessoa em situação de rua, um sem-teto, que estacionou (com sua carroça) em frente do prédio onde moramos em Brasília no final da tarde de sábado e só foi embora no domingo pela manhã.

O homem chegou, arriou o seu cavalo, fixou a carroça na árvore e aos poucos fomos vendo seus amigos e companheiros. A cena chamou a nossa atenção. Além de seu cavalinho simples, ele tinha 3 cachorros, sendo um filhote em fase de adestramento, 3 galinhas e um gatinho filhote. Todos ficaram soltos ao redor dele e de sua carroça, brincando, ciscando, exceto o cachorro filhote, que corria atrás de quem passava perto, latindo e com intenção de brincar. Acho que alguns moradores não gostaram. Seu dono, mancando bastante, ia atrás dele e dizia "- vem com o papai". Mas, em momento algum, ele bateu nos seus animais. Quando anoiteceu, todos se recolheram dentro da carroça e, pela manhã, já haviam partido. 

Imaginem quantas pessoas em nosso mundo estão nessas condições. O que eles comeram? Como se viram diariamente? Quando começou a chover, todos ficaram quietinhos dentro da carroça. Todo ser humano tem direitos. Onde estão os dele?

Eu pensei muito a respeito e não concordo com o rumo que nosso país tomou após o Golpe de Estado, nem concordo com a forma como o mundo está hegemonizado pelo sistema e modelo capitalista. Outro mundo é necessário, com melhores condições de existência para todos e todas.

Em relação ao título desta reflexão, em que afirmo que desistir não é uma opção na vida ou nas lutas, esse homem que vimos por algumas horas está lutando, está sobrevivendo. Aliás, está cuidando de seus companheiros.

Por fim, neste domingo, fiz uma corrida que me deixou satisfeito. Ao longo deste ano que está terminando, tive muita dificuldade de correr com a regularidade que gostaria. Mas corri o possível. 

Agora, terminando o ano, entre novembro e dezembro, já consegui voltar a correr mais de 5k. Corri recentemente 6k, depois 7,5k, depois 8k (dias atrás) e hoje fui para o Eixão quase deserto, por causa das chuvas, e corri 9k. Foi muita concentração e fiquei feliz comigo mesmo. Sei que isso é bom para fortalecer não só minha resistência física e minha saúde, mas minha mente e minhas energias.

Fim do domingo, vamos pras lutas nesta segunda-feira.

William

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Diário e reflexões - 301117 (Alguns números de um mês de lutas)





Refeição Cultural

Novembro - Números da agenda de lutas de um cidadão brasileiro, bancário, gestor eleito de saúde, pai de família, blogueiro, militante social por um mundo mais justo e solidário, sem exploração de alguns humanos sobre todos os outros bilhões de humanos.


Hoje termina o mês de novembro de 2017. Hoje completo 3 anos e meio de mandato como Diretor de Saúde da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, eleito pelos trabalhadores associados. 

Tenho revisado minhas postagens nos blogs e com isso vejo nosso percurso de trabalho desde 2014 - foi o mais intenso de minha vida! Basta olhar os números deste mês e dá para se ter uma ideia do quanto nossa missão foi intensa e focada em nossas tarefas. Mas não podia ser de outro jeito.

Neste mês, meus compromissos de trabalho e representação como gestor da área de saúde da Cassi me levaram a algumas bases sociais. 

Fui a Londrina (PR) e tive reuniões com os funcionários, com os participantes associados e com as lideranças do Sindicato. Fui ao Rio de Janeiro e conversamos com os funcionários da Cassi e os participantes de nossa autogestão. Em São Paulo capital idem, estivemos com centenas de associados da Cassi e almocei com a equipe de gestores da Unidade.

Voltei ao Paraná, desta vez em Curitiba, para dois dias de agenda de gestão e Conferência de Saúde, assim como as Conferências de SP e RJ.

Fui a São Paulo mais duas vezes, para eventos que debateram a nossa Cassi. Na capital, estive na Fetec SP reunido com representantes de sindicados do Estado (a convite das entidades). Fui a Ribeirão Preto para conversar com associados e participantes da Cassi, a convite das entidades de aposentados e associações.

Ontem, me reuni com os conselheiros de usuários da Cassi DF. 

Ou seja, neste mês, tive o privilégio de prestar contas, tirar dúvidas, ouvir lideranças e associados de capitais e interiores de várias Unidades da Federação - SP, RJ, PR, DF.

Teve semana em que dormi menos de 20 horas, entre segunda e sexta. 

Na parte de prestação de contas, informação, formação e comunicação, fizemos 10 matérias no Blog Categoria Bancária (acessar AQUI), o boletim do mês Prestando Contas Cassi (ler AQUI) e estou fechando novembro com 6 textos neste Blog.

Além dessa forma de fazer o mandato de representação, com presença na base social e prestando contas o tempo todo, tenho uma agenda pesada na rotina da governança.

Em novembro, tivemos 4 reuniões de Diretoria Executiva, onde estudamos e apreciamos 101 documentos técnicos com centenas de páginas e anexos. Tivemos oficina de trabalho da direção da Cassi com a consultoria contratada após o Acordo entre BB e entidades representativas do funcionalismo. E estamos com encontros de capacitação de gestores das unidades Cassi dos Estados e DF.

Eu juro pra vocês que essa agenda de novembro representa exatamente o que eu fiz ao longo desses 3 anos e meio. É só ler nas postagens dos dois blogs que mantenho.


E o cidadão?

Bom, como eu havia refletido no início do segundo semestre, não foi possível ler literatura e livros neste período, como havia feito no semestre anterior. Só alguns capítulos de alguns livros. O tempo livre que tinha em finais de semana estou usando para trabalhar nos blogs e reforçar a nossa memória das lutas vividas.

O saldo do afago familiar possível foi ter visto em novembro meus pais e familiares de Uberlândia em um fim de semana. Também só vi meu filho em um fim de semana. Vi minha esposa menos da metade do mês.

Para compensar e manter algo junto com meu filho querido, que estuda em outro Estado (SP), estamos assistindo juntos um anime (Naruto) em algumas noites e dias da semana. Enquanto eu e esposa conhecemos a saga do garoto ninja, meu filho mata saudades da infância. Chegamos a assistir um episódio eu num hotel (PR), ele na cidade que estuda e minha esposa em Brasília. Mas dessa forma (distantes) já vimos 31 episódios. Não basta ser pai, tem que participar...

Por fim, neste mês de novembro completaram 3 anos que voltei a correr com regularidade. Lá em novembro de 2014 vi que se não voltasse para as corridas, eu teria sérias consequências em minha saúde e na minha vida estressada e de lutas (ler postagem AQUI).

Ao correr hoje, completei 50k em 10 corridas no mês. Sei que isso é fundamental para salvar a minha vida e ter energia para suportar tudo que enfrento em um mês de lutas. Me virei pra correr:

6k no Eixão (dia 2), 4k DF (dia 4), 7k no Eixão (5), 7,5k na AABB SP (12), 2k no Pq. Continental SP (13), 2k e pedal no Eixão (15), 4k DF (17), 6k no Eixão (19), 8k no Pq. do Sabiá MG (26) e 4k DF (30).


O mundo está desabando para a classe trabalhadora à qual pertenço e represento após o Golpe de Estado em nosso querido Brasil. Mas desistir não é uma opção, por mais triste que estejamos ao longo de nossa jornada e existência.

Estou firme nas lutas!

William

domingo, 19 de março de 2017

Death Note - Anime (Há justiça com justiceiros?)



Jovens inteligentes se enfrentam na série Death Note.
Um quer ser o novo deus do mundo, o outro está
ao lado da justiça do Estado para frear o Kira.

Refeição Cultural - Há justiça com justiceiros?

Assisti com meu filho aos episódios finais da série de anime Death Note (2006/07). Foi emocionante!

No ano passado, havia começado a ver este anime por sugestão de meu amado filho. Seriam 37 episódios. Cheguei até o 13 ou 14 e parei. Em julho daquele ano, recomecei e disse ao meu filho que iria até o final. Aproveitei que iríamos estar juntos neste final de semana e vi os episódios que faltavam.

A estória é sobre um jovem estudante japonês, dos melhores de sua classe, que encontra um Caderno da Morte (Death Note), jogado em nosso mundo por um Deus da Morte (shinigami), que não aguentava mais o tédio em sua dimensão de mundo, e a partir daí começam os acontecimentos.

O garoto Light Yagami ou Raito (o Killer ou Kira em japonês) também sentia um certo tédio ou descrença em nosso mundo, ao ver tanta violência e impunidade nas sociedades. Após testar o Caderno e perceber que ele poderia matar qualquer pessoa ao escrever o nome dela no Death Note, ele decide eliminar todos os "bandidos" do mundo e construir uma sociedade mais justa.

Bonita a ideia, não? Ele via na televisão e demais meios de comunicação os crimes que eram anunciados e seus respectivos "culpados" e definia para eles a pena capital. Minha santa inocência! Já pensaram se a estória se passasse no Brasil da Rede Globo, Folha, Estadão e Veja (P.I.G.)? Se essas fossem as fontes de quem é "bandido" e quem não é? Não haveria mais uma liderança de esquerda ou dos movimentos sociais e populares viva... No entanto, tod@s os articuladores do Golpe de Estado que fizessem parte deste sindicato de criminosos e lesa-pátrias estariam livres e bem vivos!

Depois de decretar pena de morte automática para criminosos que apareciam nos noticiários, Raito passou a ver e matar também os suspeitos; depois foi a vez de pessoas más vistas pelas esquinas da vida... depois quem ele achasse que poderia prejudicar seus planos de ser o novo senhor do mundo, um novo mundo onde ele seria o deus.


O shinigami Ryuk é o responsável pelo Death Note
que tirou por um tempo o tédio de si próprio,
de Raito e do mundo humano.

Há momentos muito bons em alguns episódios. Foi difícil assistir aos 37 por causa de minha falta de tempo livre, mas agradeço a sugestão de meu filho. Além de poder entrar um pouco no mundo dele, dos jovens de hoje, pudemos discutir alguns episódios e o final foi de arrepiar. Meu filho admirava muito a inteligência de Raito (Kira) e do outro jovem (L) que lutava para descobrir quem era o Kira.

Papel especial e destacado também damos ao shinigami Ryuk, o Deus da Morte que não aguentou o tédio em seu mundo e veio para o nosso passar um tempo ao lado do dono de seu Death Note, Raito.

Este anime Death Note tem na Netflix, não se sabe até quando, mas eu recomendo, tanto aos jovens quanto aos seus pais.

Ficam as reflexões que fiz nas postagens anteriores, principalmente na segunda (ler AQUI) e terceira (ler AQUI), onde reflito sobre o quanto é temeroso apostar em heróis, anti-heróis ou justiceiros, ao invés de investir e fortalecer instituições sociais dos Estados para que funcionem de forma imparcial e impessoal, para evitar que indivíduos dotados da natureza humana falível, façam papéis de deuses julgadores, porque ao final o que teremos é totalitarismos, falta de democracia e injustiça.


William

sábado, 4 de março de 2017

Leitura: O azarão (1999) - Markus Zusak





Refeição Cultural


"A primeira coisa que me obrigou a fazer foi meter a mão na privada de uma velha e retirar tudo que estava entupindo o cano. Sério, quase vomitei na privada na mesma hora.

- Ah, que merda! - gritei, sem fôlego, e meu pai apenas sorriu.

Falou:

- Bem-vindo ao meu mundo, filho. - E foi a última vez que sorriu durante todo o dia. No restante do tempo, me obrigou a fazer todo o trabalho sujo, como pegar canos no teto da van, cavar uma fossa debaixo da casa, ligar e desligar a energia elétrica, e recolher e arrumar as ferramentas dele. No fim do dia, me deu vinte contos e, na verdade, me agradeceu.

Falou:

- Obrigado pela ajuda, garoto."


Comentário do Blog

Na quinta-feira à noite, dia 2 de março, cheguei do trabalho esgotado e já era quase onze horas. Estava sozinho em casa, estando a esposa em Osasco e o filho longe, estudando no interior de São Paulo. 

Fiquei pensando em meu filho. Entrei no quarto dele, hoje vazio, e acabei olhando algumas coisas. Apostilas de cursinho, livros. Peguei dois livros de Markus Zusak. Vi nas capas e orelhas que eram livros sobre jovens. Comecei a ler O azarão. O sono logo bateu por causa do cansaço. Li umas trinta ou quarenta páginas.

Por mais que eu tenha me esforçado para acompanhar momentos importantes na vida deste belo jovem, meu filho, enquanto minhas lutas pelos trabalhadores me afastavam do dia a dia de casa, eu sinto que preciso sempre buscar formas de compreendê-lo mais, de estar mais disponível, de tentar entrar em seu mundo, se ele quiser que isso ocorra. Até uma série de Anime - Death Note - estou quase acabando de ver. Dos 37 capítulos, faltam 4 agora.

Superar a distância de mundos diferentes entre os adultos e os jovens é algo sempre desafiador para pais e filhos. Certa vez, li algo que nunca esqueci: que nós adultos devemos respeitar a dimensão sentida pelos jovens, às vezes dramática, dos problemas que eles têm, por mais que na nossa ótica, o caso concreto que eles enfrentem possa parecer algo menor, porque um problema deles para nós pode parecer bobagem, mas para o mundo deles pode ser algo de muito sofrimento real. É necessário estarmos atentos a isso.

Um dos livros que li faz pouco tempo, em 2012 - O apanhador no campo de centeio (1951) -, de J. D. Salinger, me fez refletir muito sobre a juventude, os jovens, as revoltas com causa ou "sem causa" dos jovens. Eu fui um jovem extremamente revoltado. (ler comentário sobre o livro de Salinger AQUI)

Enfim, neste sábado, acordei e retomei a leitura até o fim. A estória do jovem Cameron Wolfe e seus irmãos e irmã me fez pensar na juventude de meu filho, na sua geração e lembrei-me de minha própria juventude e geração.

A cena que coloquei em epigrama é a descrição exata do que vivi como ajudante de encanador lá na minha infância e que foi muito marcante para mim (ler uma crônica a respeito AQUI). Na estória o pai de Cameron é encanador e aceita o pedido do filho para ajudá-lo em troca de conseguir algum dinheiro, já que foi despedido pelo jornaleiro por quebrar um vidro sem querer nas entregas que fazia.

Os críticos e os operadores do mundo literário gostam de classificar os tipos de textos literários. Este que li está classificado como literatura para jovens. Assim como não sou muito favorável às classificações que se fazem de algumas obras clássicas como sendo de difícil compreensão para determinados grupos - muito jovens, com pouca formação etc - também acho que toda obra pode valer a pena conforme o momento em que um leitor se encontre em sua vida. 

Valeu a pena a leitura deste livro de Markus Zusak. Vou ler o outro dele publicado como sequência da estória dos irmãos Cameron e Ruben Wolfe - Bom de briga (2000).

Abraços,

William
Um leitor