segunda-feira, 30 de julho de 2018

Conhecendo animes perto dos 50 anos




Refeição Cultural

Num esforço para ampliar minha capacidade de comunicação com os mais jovens, em especial com o meu filho, tenho procurado conhecer novas linguagens e meios expressivos como os animes e mangás.

Minha primeira experiência em animes foi assistir a Death Note (2006), com 37 episódios, e depois passei a assistir aos animes de Naruto (que estreou no Brasil em 2006) e atualmente está na Netflix. Os animes são sugeridos pelo meu filho e acabam sendo uma forma de vermos algo juntos. 

De um tempo pra cá, uns dois anos, passamos a ver os episódios à noite, cada um num lugar físico, mas vendo ao mesmo tempo. Foi comum assistirmos Naruto eu num lugar, meu filho noutro, e a mãe dele num terceiro lugar. Mas unidos ao longo de dezenas de episódios. Estamos terminando mais de uma centena de episódios de Naruto, praticamente só faltam alguns episódios da saga "clássica" (a parte na qual os personagens ainda são pré-adolescentes).

Nestes dias de férias escolares de julho, em que estamos juntos no recesso da faculdade de meu filho, assistimos aos 13 episódios de Angel Beats (2010). No início foi difícil pegar o ritmo, a ação do anime era muito doida, mas aos poucos a estória começou a ter sentido. Ao caminhar para o fim foi ficando emocionante, e a cada episódio, o anime nos deixou mais reflexivos sobre a vida e a morte.

Em um dos episódios, em que o enredo encaminha o desfecho relativo a uma das personagens principais, Yuri (ou Yurippe), me peguei pensando no que foi a minha vida nos últimos anos e como está sendo difícil o desapego da missão que eu tinha e que movia toda a minha existência até o final de maio passado. Mas é preciso se deixar "obliterar" e seguir para outra etapa das existências.



Por fim, ainda na linguagem de animes, vimos o longa-metragem Your Name (Kimi no na wa, 2016). Novamente, que produção linda, emotiva, que nos põe a refletir. A estória tem amor, tradição, medos e dilemas dos jovens, e beleza no desenho, nas paisagens, nas personagens. Bem ao estilo do diretor Makoto Shinkai, de obras como Jardim das palavras (2013), que também assistimos.

Após assistir a esses dois animes, ainda vi, de quebra, ao filme Gênio Indomável (1997). Que soco no estômago. Me lembro de ter sido muito impactado pela estória do jovem Will (Matt Damon) quando eu mesmo era um jovem revoltado no final dos noventa e início dos anos dois mil.

Como escrevi na última postagem dias atrás (ler AQUI), não sei ainda o que vou fazer com meus blogs após o fim de um ciclo de quase duas décadas de vida política e representativa como eleito por trabalhadores em mandatos sindicais e de gestão em saúde.

Essa foi minha refeição cultural. Apesar do silêncio autoimposto e pela decepção que me domina em relação ao fim da democracia brasileira e a destruição de meu país após o golpe de Estado, ainda busco um sentido para escrever.


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