sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O PEQUENO PRÍNCIPE - The little prince

Uma das capas do livro

THE LITTLE PRINCE – Antoine de Saint-Exupery
CLÁSSICO FRANCÊS de 1943

Eu li este livro – O pequeno príncipe – quando era adolescente. Até hoje a frase que mais marcou a leitura na minha cabeça foi: “você é responsável por aquilo que cativa”.
É uma frase dura. É uma frase que escraviza (ou liberta).
Peguei um volume em inglês para dar uma olhada.

LEITURA (tradução e interpretação livre)
A primeira frase interessante é sobre os adultos:
“They always need to have things explained” (eles sempre precisam de explicação pra tudo)
Outra frase muito boa:
“Grown-ups never understand anything by themselves, and it is tiresome for children to be always and forever explaining things to them”
(os adultos nunca entendem as coisas por conta própria, e é uma chatice para as crianças ficar sempre explicando as coisas pra eles)
O piloto de avião - que poderia ter sido um pintor se não o tivessem desencorajado após seus Desenhos nº 1 e nº 2 aos seis anos - sempre tenta achar um adulto que compreenda o que realmente quer dizer o seu Desenho nº 1. Não tem jeito, todos sempre afirmam ser sua Boa Constrictor um chapéu.
Desenho nº 1 e Desenho nº 2

OS ADULTOS SÃO ASSIM... (só ligam pra aparência)
“On making his discovery, the astronomer had presented it to the International Astronomical Congress, in a great demonstration. But he was in Turkish costume, and so nobody would believe what he said.
Grown-ups are like that…”
(ninguém no congresso de astronomia deu bola para a apresentação do astrônomo turco em trajes típicos quando ele anunciou a descoberta de um novo planeta – Asteróide B-612 -... os adultos são assim...)

SOBRE O CUIDADO EM LER A OBRA
“For I do not want any one to read my book carelessly. I have suffered too much grief in setting down these memories. Six years have already passed since my friend went away from me, with his sheep”
(o piloto não quer que se leia sua obra sem atenção, pois foi com muita dificuldade que ele colocou no papel essas memórias desde que o pequeno príncipe foi embora com seu carneirinho há seis anos)
No capítulo 5 há uma passagem metafórica interessante. A história fala de sementes boas e ruins que dormem na escuridão da terra. Quando elas decidem sair ao sol, é preciso saber diferenciar as boas plantas das plantas ruins. Deixar as boas e arrancar as ruins pela raiz. Esta é a sabedoria difícil e necessária.
No planeta do pequeno príncipe, o baobá é uma tragédia. Se deixá-lo crescer e dominar o solo, ele toma conta do pequeno planeta.

Fazendo a toalete do planeta
FAZER DIARIAMENTE A PRÓPRIA TOALETE E A DO PLANETA
“It is a question of discipline,” the little Prince said to me later on. “When you’ve finished your own toilet in the morning, then it is time to attend to the toilet of your planet, just so, with the greatest care”

UM DIA APARECEU UMA FLOR DIFERENTE…
Uma flor diferente e vaidosa apareceu na vida do pequeno príncipe. Ela lhe deixou muito confuso sobre como proceder com ela. Após um bom tempo dedicado a ela, regando, protegendo ela, ela se mostra pouco atenciosa com ele.
Ele decide ir embora de seu planeta...

VIAGEM POR VÁRIOS PLANETAS
Nosso pequeno príncipe passa por vários planetas após sair do seu.  Eram os asteróides 325, 326, 327, 328, 329 e 330. Depois vai para o planeta Terra.
REI = No primeiro, ele encontra um rei com um trono e uma capa que ocupa todo o planeta. Assim que ele vê o pequeno príncipe, já afirma: “Ah! Here is a subject” (...)
“He did not know how the world is simplified for kings. To them, all men are subjects”
(para os reis, todo mundo é súdito)
CONVENCIDO = No segundo, ele encontra um orgulhoso que logo lhe diz: “Ah! Ah! I am about to receive a visit from an admirer!”
(Vejam só! Estou recebendo a visita de um admirador)
BEBERRÃO = no terceiro, ele encontra um beberrão que bebe muito pra esquecer da vergonha que sente por beber muito.
HOMEM DE NEGÓCIOS = no quarto planeta, ele encontra um homem que resolveu dizer que é dono de todas as estrelas porque ele pensou nisso primeiro.
“Then they belong to me, because I was the first person to think of it”
ACENDEDOR DE LAMPIÕES = no quinto, o pequeno príncipe ao menos viu uma razão ou utilidade naquilo, pois acender lampiões quando escurece e apagá-los quando amanhece tem algum sentido.
GEÓGRAFO = no sexto, o garoto encontrou um senhor geógrafo muito técnico e intelectual. Só tinha um problema: ele não sabia nada de seu próprio planeta, pois para conhecê-lo era necessário que houvesse um aventureiro para depois contar ao geógrafo, um sábio, o que havia descoberto na prática e nas experiências de campo.
o sétimo planeta visitado foi o planeta Terra, que é completamente diferente dos outros pela imensidão e complexidade.

Mais uma ilustração clássica
PEQUENO PRÍNCIPE E A COBRA NO DESERTO
“You are a funny animal”, he said at last. “You are no thicker than a finger…”
“But I am more powerful than the finger of a king,” said the snake”
(apesar de ser mais fina que um dedo, a cobra se diz mais poderosa que o dedo de um rei)

PEQUENO PRÍNCIPE E OS MILHARES DE FLORES
E então, após andar por longo tempo no deserto, o pequeno príncipe encontra um jardim com milhares de flores iguais a sua e tem uma decepção enorme, pois descobriu serem pouco importantes suas três montanhas pequenas e sua flor que achava que fosse a única no universo.

PEQUENO PRÍNCIPE E A RAPOSA
As explicações da raposa para o pequeno príncipe são muito legais. Ela explica a ele qual o sentido de cativar algo, de criar uma relação, laços, que faça com que a coisa ou pessoa que se cativa se torne única no mundo, mesmo sendo comum.
“Come and play with me,” proposed the little Prince. “I am so unhappy.”
“I cannot play with you,” the fox said. “I am not tamed.”
(…) “What does that mean – ‘tame’?”
(…) “It is an act too often neglected,” said the fox. “It means to establish ties.”
Existem milhares de flores ou pessoas, mas se você cria laços com uma flor ou uma pessoa, você e essa pessoa ou flor precisarão um do outro. A partir de então, ambos serão únicos um para o outro no mundo.

NÃO SE COMPRA AMIGOS EM SHOPPINGS
“One only understands the things that one tames,” said the fox. “Men have no more time to understand anything. They buy things all ready made at the shops. But there is no shop anywhere where one can buy friendship, and so men have no friends anymore. If you want a friend, tame me…”
(devemos entender aquilo que cativamos e a que nos dedicamos. Os homens não têm mais tempo pra nada. Tudo se compra pronto. Mas não se pode comprar amizade por aí, e com isso, os homens não têm mais amigos. E então, você não quer me cativar?)
Interessante, heim! Os homens já não tinham mais tempo nos anos 40...

COMO CATIVAR UM AMIGO...
Muito interessante a explicação da raposa ao pequeno príncipe da maneira com que se deve começar uma amizade ou relação. Sente-se um pouco afastado e não fale nada, apenas olhe meio de soslaio. As palavras podem ser a origem do desentendimento.
“words are the source of misunderstandings”

OS OLHOS ESTÃO CEGOS. DEVE-SE OLHAR COM O CORAÇÃO
Esta é outra conclusão a que chegam o pequeno príncipe e o piloto, no deserto, após uma grande sede e busca por água.
“But the eyes are blind. One must look with the heart…”

Aprende-se bastante com esse garotinho aí.

COMENTÁRIO FINAL
Releitura muito prazerosa. Depois de ler o livro na adolescência, descobri na idade adulta – i’m a grown-up – que é sempre bom conciliar ou intercalar a leitura de novas obras ou obras literárias ainda desconhecidas com a releitura dos grandes clássicos.
É isso!
Bibliografia:
SAINT-EXUPERY, Antoine de. The little prince. USA.

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