sábado, 3 de dezembro de 2011

Refeição Cultural - Antes de partir


Foto divulgação

ANTES DE PARTIR – Bucket list

Este é um belo filme com Jack Nicholson e Morgan Freeman. O filme tem direção de Rod Reiner e estreou em 2007.
Ao tecer comentários sobre filmes em meu blog, gosto de escrever algo que realmente tenha me tocado ou alguma reflexão que o filme tenha me levado a pensar.
O ano de 1996 foi um dos anos mais duros de minha vida. Foi um ano de transições, rompimentos e de desistências. Estive completamente sem motivo de seguir adiante naquela época.
Uma das coisas que fiz para mirar em algo a cada dia quando acordava foi uma lista com algumas coisas que desejaria conseguir ou fazer naquela época, com aquela visão de mundo daquele cara.
Logo se vê que o ato humano de fazer listas de coisas a realizar é muito antigo. Acredito que o que varia são as motivações das listas e não o conteúdo das listas em si, que, via de regra, deve até ser muito parecido.
Não descreverei toda a minha lista de motivações para viver a partir daquele ano. Mas o filme me fez procurá-la novamente, pois fazia tempo que não a visitava.

CASA PRÓPRIA
Lá na lista estão ticadas coisas importantes e difíceis de conseguir para a classe trabalhadora pobre e humilde. Adquiri meu pequeno apartamento de cooperativa e não pago mais aluguel. Consegui ajudar meus pais a terminarem a casinha deles lá em Uberlândia. Nesses últimos quinze anos, muitas pessoas de origem simples conseguiram isso, algo que deveria ser fácil em sociedades justas.
Também está ticado o sonho de fazer uma faculdade pública. Passei na Fuvest e fiz Letras na USP. Eu vinha de uma decepção enorme por largar por falta de condições financeiras um curso de Educação Física em uma faculdade privada, curso que adorava e no qual me destacava nas aulas.

SÃO SILVESTRE
Eu não me lembrava de ter listado que tinha o sonho de correr a famosa corrida de São Silvestre. Realizei esse sonho em 2007 e corri nos anos seguintes. Ou seja, realizei com folga esse objetivo.
Hoje, meu desejo é bem mais difícil, pois sonho em correr e completar uma maratona. Com a vida que levo é completamente inviável treinar e me preparar para uma prova de 42 km.

SALTAR DE PARAQUEDAS
Eu me lembro de ter ficado muito impressionado nos anos noventa quando vi na TV um homem saltar de um avião e sair surfando no ar. Eu nunca havia saído do chão. Eu desejei muito voar e fazer um salto de paraquedas.
No dia 19 de fevereiro do ano 2000, abria-se a porta daquele pequeno avião a uns 4.500 pés e o instrutor me chamava a dependurar-me na asa, seguir as instruções de verificação e soltar as mãos para o vazio...
Após abrir o paraquedas foi um dos gritos de emoção mais libertadores que já dei. Estava vivo e estava voando sozinho junto aos pássaros no céu de Piracicaba. Naquele dia me senti o super-homem.
Depois desse primeiro salto sozinho, fiz mais treze saltos e cheguei a ficar nove minutos em descida lenta no céu, curtindo o barulho do vento nos velames, o silêncio do céu. Foi algo maravilhoso que já fiz.

COISAS A FAZER
Uma das coisas por fazer e que necessita de fôlego e tempo está relacionada com meu amor pela leitura e literatura.
Para ticar o item de ler no mínimo cem clássicos da literatura mundial, tenho muita estrada a percorrer. Não fiz uma lista dos clássicos que já li, mas sei que estou longe.
Também sei da questão da dificuldade de se classificar o que seria ou não um clássico da literatura mundial.
Mas alguns clássicos são indiscutíveis. Já percorri obras fantásticas e que me marcaram profundamente como Don Quijote de la Mancha, de Cervantes; Ulisses, de Joyce; A Montanha Mágica, de Mann; O Processo e A Metamorfose, de Kafka; Pedro Páramo, de Rulfo; Vidas Secas, de Graciliano; O Velho e o Mar, de Hemingway; Irmãos Karamázov, de Dostoiévisk; Hamlet, de Shakespeare; Cem Anos de Solidão, de Garcia Marquez; Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado; Macunaíma, de Andrade; Alguma Poesia, de Drummond... e falta muita coisa que já está em minha estante e só falta sentar e Ler...

O FILME
Voltando ao filme "Antes de partir": gostei do filme. Gostei das atuações de Nicholson e Freeman.
O personagem Carter é encantador. Cole é o inverso. O casamento entre ambos é fruto daquilo que penso a respeito das possibilidades humanas: para o ser humano tudo é possível.
Um ser humano pode mudar a vida de outra pessoa. Nós podemos ser fantásticos. Podemos marcar a vida das pessoas. É ISTO O QUE SOMOS, POSSIBILIDADES!
Assistam ao filme!

(após esta reflexão, saí e fui correr 5 km)

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