Refeição Cultural
Osasco, 10 de outubro de 2024. Quinta-feira.
Fim de noite. Estou cansado e vou tentar dormir um pouco mais cedo, coisa que raramente faço.
Estive reunido hoje com amigas e amigos bancários numa pizzaria. É muito gostoso encontrar pessoas queridas que conhecemos há muito tempo. O vínculo entre nós é a agência do BB onde todos trabalhamos um dia: a Vila Iara. Nunca trabalhei ao lado deles, mas por duas décadas fui conhecendo e me tornando amigo de cada pessoa que atuou na agência de onde saí para ser sindicalista. Nunca esqueci minha origem e sempre prestei conta a eles como representante sindical.
Ontem, estive na plenária de arrancada do 2º turno das eleições municipais de São Paulo: vamos fazer o possível para elegermos Guilherme Boulos prefeito de nossa cidade. O encontro se deu na Casa de Portugal, na Liberdade, um lugar que me traz grandes recordações. Lá, conduzi e liderei com meus companheir@s a categoria bancária por muitos anos. Dialoguei com milhares de colegas em assembleias decisivas os rumos do movimento bancário.
Ainda nesta semana, estive na unidade de saúde da Cassi da região onde vivo, a CliniCassi Oeste. Compareci às dependências da nossa autogestão por uma convocação de reunião do Conselho de Usuários. Lamentavelmente, cancelaram a reunião sem avisar os participantes pelo mesmo meio convocatório. Para não perder a viagem, me consultei com a nossa médica de família. A Cassi é outra instituição para a qual dediquei o melhor de mim enquanto gestor eleito pelos associados.
Renovação: tenho sentido pouco pertencimento às instituições e grupos sociais aos quais me vinculei a maior parte de minha vida. Para não dizer que não me senti partícipe de alguma causa, posso dizer que dei alguma contribuição às renovações parlamentares ocorridas recentemente no Partido dos Trabalhadores. A eleição da jovem vereadora Luna Zarattini em São Paulo com mais de cem mil votos é um alento para todos nós. E a eleição de Heber, Gabi e Matheus, do Coletivo JuntOz, em Osasco, também.
Boulos e Marta: eu acredito que a militância do Partido dos Trabalhadores e dos demais partidos de esquerda e dos movimentos sociais organizados pode conquistar votos suficientes para derrotarmos o bolsonarismo e o reacionarismo conservador de direita em São Paulo. Acredito mesmo! Mas para isso, a militância do nosso campo precisa mergulhar de coração na campanha até o dia 27, principalmente a do PT que não sinto estar envolvida ainda neste início de 2º turno. (a militância da região Oeste, do Butantã, é exceção, está bem engajada e nas ruas)
Me incomoda muito ver na boca e no (des)ânimo de gente do nosso campo afirmações deterministas e pusilânimes de que não teríamos chance de vencer, pois o pilantra do prefake atual está à frente nas pesquisas e conta com o apoio da plutocracia que impede a democracia no Brasil. Cara, se nossa militância arregaçar as mangas e for para a conquista de votos, nenhuma máquina de dinheiro e manipulação midiática ganha da gente. A questão é o envolvimento de nossa militância para criar uma onda vira voto.
É isso. Como disse nos últimos textos de reflexão pessoal, provavelmente eu vá me afastar da cena política após as eleições municipais. Como colocamos Boulos no 2º turno, minha missão cidadã vai até dia 27. Depois disso, vou avaliar o que fazer da vida. Minha decepção com as coisas já superou meu compromisso interno de lutar até morrer nas causas para as quais me incorporo. E daria a minha vida por uma causa. Daria. Mas a burocracia matou e ou está matando a esquerda organizada na qual me politizei desde os anos noventa.
William Mendes