terça-feira, 12 de novembro de 2024

Ainda estou aqui, de Marcelo Rubens Paiva (2)



Refeição Cultural 

"A suspeita se confirmou. Rubens foi preso. Rubens foi internado. Rubens estava na mira. Todos estavam. Era a ditadura. Já tinham prendido velhos intelectuais, editores, jornalistas, humoristas, professores, sindicalistas, deputados, militares, cantores, músicos, atores, diretores de teatro, de cinema, escritores, estudantes, padres, freiras, juristas, freis. Tinha escuta telefônica por todo lado. Interceptação de cartas e telegramas. O cerco estava apertado. Rubens caiu. Rubens foi internado." (p. 126)


A Parte 2 do livro de Marcelo Rubens Paiva é dura, são lembranças que o escritor compartilha com os leitores de momentos dramáticos na vida da família.

No capítulo "Merda de ditadura" o escritor faz um apanhado do golpe de Estado, antecedentes, atos institucionais, a fuga de Rubens Paiva num primeiro momento e a volta. História do Brasil!

No seguinte, "É a peste, Augustin - Perdão, tenho que morrer", os primeiros anos no Rio de Janeiro, após o golpe.

E no capítulo "O telefone tocou", Marcelo nos conta o sequestro de seu pai pelos "gorilas" em pleno feriado ensolarado da cidade. A descrição dos agentes da ditadura na casa da família é incrível...

REDE DA LEGALIDADE 

A família só descobriu em 2014, por causa da Comissão Nacional da Verdade, uma gravação nos arquivos da Rádio Nacional com a voz de Rubens Paiva em um discurso convidando outras rádios a aderirem ao movimento. (p. 97)

Que história! Nossa história, do povo que sempre lutou por um país mais justo, com distribuição de riqueza e que respeite todas as pessoas. 

Seguimos na leitura.

William Mendes 


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