Docentes na luta pela educação. |
Refeição Cultural
Ushuaia (ARG), 28 de novembro de 2024. Quinta-feira
Ushuaia em movimento
No dia que chegamos à cidade, um domingo, almoçamos perto do Hotel Albatros, onde nos hospedamos. Em frente ao hotel, um veículo de city tour chama a atenção por sua caracterização: fotos e maquetes com motivos de presidiários e força policial.
Soubemos que a cidade fundada em 1884 teve sua população aumentada por causa do presídio e dos presos transferidos de diversas regiões do país para cumprirem penas em Ushuaia, por causa das características da cidade de isolamento e lugar desafiador à vida humana. Era a Alcatraz dos argentinos.
No city tour, passado com presidiários. |
ALMOÇO E JANTA
Sendo o almoço a nossa primeira refeição local, não tínhamos muita noção dos preços. Os dois pratos de macarrão, suco e cerveja foram caros, pagamos 52.000 pesos no cartão (mais de 300 reais na conversão!). Após essa referência, tivemos mais facilidade em perceber o valor das coisas em Ushuaia e procuramos locais mais em conta para comer.
Povoamento de Ushuaia contou com colônia penal. Foto no veículo de city tour em frente ao hotel. |
Almoçamos no primeiro dia com um casal de brasileiros que conhecemos no avião. Foi um momento de interação com pessoas de nosso país, moradores do Rio de Janeiro.
Como passamos a noite de sábado acordados, tivemos que dormir um pouco no domingo à tarde, para podermos andar pela cidade de noite.
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Locais imitam presos para pessoas de diversos países. |
A cidade é muito visitada por estrangeiros da Europa, pelo que pude perceber, e por asiáticos. Aqui tem muitos orientais, talvez chineses, porque o sistema de tradução do "Trem do fim do mundo" tem versão das explicações em mandarim.
Imagino que para turistas com poder de compras em Dólar ou Euro as coisas aqui devam estar com preços razoáveis, ou baratos; já para um turista brasileiro, com poder de compra em Real e um câmbio no cartão de mais ou menos 165, tudo é muito caro. Para se pagar em real, se consegue até 200 no câmbio (uns 20% melhor).
Como disse na postagem anterior (ler aqui), cobrar quase 500 reais para um casal visitar um museu é algo surreal, fora de lógica.
Pobreza do povo sob o governo de Milei. |
A Argentina está passando por um período difícil, a considerar o povo e a classe trabalhadora, pois o governo atual, de extrema-direita, está impondo pesados custos para os mais pobres no país, e os trabalhadores aqui enfrentam os mesmos problemas que os de outras partes do mundo. As mazelas do capitalismo estão para além das fronteiras nacionais.
Na quarta-feira de manhã, ao ouvir uma manifestação na rua principal, saí do hotel para verificar o que seria e era uma manifestação das professoras e professores das escolas públicas de Ushuaia. Eles estão em luta por recomposição salarial.
Em defesa da educação pública. |
As jornadas de trabalho aqui devem ser excessivas como no caso dos trabalhadores brasileiros. As mesmas pessoas que vemos atendendo na hora do almoço nos estabelecimentos, vemos atendendo de noite. De novo: me parece que essa situação é característica em países "ferozmente" capitalistas. A jornada 6x1 massacra aqui e no Brasil.
Enfim, impressões que fui tendo entre domingo e quarta-feira.
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Em Ushuaia, um esquerdista e uma professora. |
NO BRASIL, BOLSONARISMO NO CONGRESSO TENTA DESVIAR ATENÇÃO PARA OS CRIMES SOB INVESTIGAÇÃO
Enquanto isso no Brasil, a maioria parlamentar de extrema-direita, uma maioria de gente desqualificada e odiosa eleita após o auge da operação lesa-pátria chamada Lava Jato, abriu a temporada de pautas bombas para tentar salvar os golpistas liderados pelo clã bolsonario, que planejou um golpe de Estado com assassinato de Lula, seu vice e um ministro do STF.
O bolsonarismo fascista aprovou na CCJ uma PEC do estupro pior que a anterior que havia pautado antes. Se depender dessa gente, nenhuma criança estuprada faria o aborto. Querem desviar a atenção dos crimes de seus líderes com pautas sensíveis aos direitos humanos e das maiorias excluídas dos direitos sociais, civis e políticos no país.
Mundo em movimento intenso.
William Mendes
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