quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Crónica de una muerte anunciada - Gabriel García Márquez


Capa da edição que li.

Crónica de una muerte anunciada – Gabriel García Márquez


CLÁSSICO COLOMBIANO de 1981


Li este livro de García Márquez em 2005. Reli agora.

“El día en que lo iban a matar, Santiago Nasar se levantó a las 5.30 de la mañana para esperar el buque en que llegaba el obispo. Había soñado que atravesaba un bosque de higuerones donde caía una llovizna tierna, y por un instante fue feliz en el sueño, pero al despertar se sintió por completo salpicado de cagada de pájaros. ‘Siempre soñaba con árboles’, me dijo Plácida Linero, su madre, evocando 27 años después los pormenores de aquel lunes ingrato. ‘La semana anterior había soñado que iba solo en un avión de papel de estaño que volaba sin tropezar por entre los almendros’, me dijo. Tenía una reputación muy bien ganada de intérprete certera de los sueños ajenos, siempre que se los contaran en ayunas, pero no había advertido ningún augurio aciago en esos dos sueños de su hijo, ni en los otros sueños con árboles que él le había contado en las mañanas que precedieran a su muerte” (Fortes traços iniciais na obra de G. G. Márquez)


Antes da leitura desta obra curta, porém de forte impacto, havia lido o mais clássico dos clássicos do autor – Cem anos de solidão, de 1967.

Assim como sempre me chamou a atenção o nome de sua maior história, pois me remete a uma solidão imensa, dolorosa e profunda – e que sempre senti -, “Crônica de uma morte anunciada” também tem um nome muito chamativo.

Quantos de nós não vemos situações que, no fundo, já sabemos que o final será a morte ou evento catastrófico?

Por exemplo, quanto tempo fiquei esperando por aquele telefonema que recebi dizendo que meu pai havia sofrido um infarto? Tudo na crônica de sua vida indicava aquilo. Tudo!

Agora mesmo, a crônica da sobrevida de meu pai, e a crônica da vida cotidiana daquela casa onde meus pais vivem é algo anunciado.


Fui estudante de letras e terminei o bacharelado. Apesar disso, a crônica de minha vida torta levou-me a outros destinos que não fossem viver e apreciar o mundo das letras. Os acasos não me levaram a viver e me sustentar em função das letras.

Como leitor amador, partilho com os leitores do blog minha impressão sobre a leitura desta crônica funérea de Santiago Nasar.

O LIVRO É MUITO BOM!

A história

O narrador-personagem volta a sua cidade natal, muitos anos depois do assassinato de Santiago Nasar, para buscar informações e tentar reconstituir o crime que marcou sua infância, pois ele narrador era membro daquela comunidade que presenciou evento tão bárbaro. Mais que isso, havia relação de amizade entre a vítima e as pessoas de seu relacionamento.

Os personagens da comunidade se conhecem. Uns são meio aparentados dos outros. É fácil visualizar isso para aqueles que cresceram ou já viveram em cidades pequenas ou de interior.

Onde cresci, em Uberlândia, nos anos oitenta, vi assassinatos a facadas assim. Esses crimes de armas brancas eram comuns. É horrível a cena deste tipo de crime!

Pelo que pude averiguar, a história se trata de caso verídico ocorrido na comunidade onde viveu Gabriel García Márquez.

A técnica narrativa

O mais fascinante na obra é a forma como García Márquez reconstitui o assassinato, buscando entender e deixando pistas de que as casualidades foram determinantes para que efetivamente Santiago Nasar fosse morto pelos irmãos Vicario.

Para os estudantes de letras, com tempo e foco no estudo literário, sugiro a leitura tranquila e crítica, que permita avaliar a técnica do tempo narrativo e do formato pouco comum de história que começa do fim para o começo.

Não é qualquer escritor que alcança o objetivo de cativar o leitor já dizendo de cara o desfecho da história e, dali, começar a voltar passo a passo até finalizar no evento que já sabemos.

Essa técnica de García Márquez é demais. Alguém se lembra de como começa a saga secular da família Buendía em “Cem anos de solidão”?

“Muchos años después, frente al pelotón de fusilamiento, el coronel Aureliano Buendía había de recordar aquella tarde remota en que su padre lo llevó a conocer el hielo…”

É isso!

Ler é uma das melhores aptidões do ser humano. É pena que seja a minoria no mundo que tenha o hábito deste prazer.


Bibliografia:

MÁRQUEZ, Gabriel García. Crónica de una muerte anunciada. DeBolsillo, 7ª edición. Editorial Sudamericana S.A. Buenos Aires, 2005.

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