Capa da edição que li. |
Crónica de una
muerte anunciada – Gabriel García Márquez
CLÁSSICO
COLOMBIANO de 1981
Li este
livro de García Márquez em 2005. Reli agora.
“El día en que lo iban a matar, Santiago
Nasar se levantó a las 5.30 de la mañana para esperar el buque en que llegaba
el obispo. Había soñado que atravesaba un bosque de higuerones donde caía una
llovizna tierna, y por un instante fue feliz en el sueño, pero al despertar se
sintió por completo salpicado de cagada de pájaros. ‘Siempre soñaba con
árboles’, me dijo Plácida Linero, su madre, evocando 27 años después los pormenores de aquel lunes ingrato. ‘La semana
anterior había soñado que iba solo en un avión de papel de estaño que volaba
sin tropezar por entre los almendros’, me
dijo. Tenía una reputación muy bien ganada de intérprete certera de los sueños ajenos, siempre que se los
contaran en ayunas, pero no había advertido ningún augurio aciago en esos dos sueños de su hijo, ni en los
otros sueños con árboles que él le había contado en las mañanas que precedieran
a su muerte” (Fortes traços iniciais na obra de G. G. Márquez)
Antes da
leitura desta obra curta, porém de forte impacto, havia lido o mais clássico
dos clássicos do autor – Cem anos de solidão, de 1967.
Assim como
sempre me chamou a atenção o nome de sua maior história, pois me remete a uma
solidão imensa, dolorosa e profunda – e que sempre senti -, “Crônica
de uma morte anunciada” também tem um nome muito chamativo.
Quantos de
nós não vemos situações que, no fundo, já sabemos que o final será a morte ou
evento catastrófico?
Por
exemplo, quanto tempo fiquei esperando por aquele telefonema que recebi dizendo
que meu pai havia sofrido um infarto? Tudo na crônica de sua vida indicava
aquilo. Tudo!
Agora
mesmo, a crônica da sobrevida de meu pai, e a crônica da vida cotidiana daquela
casa onde meus pais vivem é algo anunciado.
Fui
estudante de letras e terminei o bacharelado. Apesar disso, a crônica de minha
vida torta levou-me a outros destinos que não fossem viver e apreciar o mundo
das letras. Os acasos não me levaram a viver e me sustentar em função das
letras.
Como leitor
amador, partilho com os leitores do blog minha impressão sobre a leitura desta
crônica funérea de Santiago Nasar.
O LIVRO É
MUITO BOM!
A história
O narrador-personagem
volta a sua cidade natal, muitos anos depois do assassinato de Santiago Nasar,
para buscar informações e tentar reconstituir o crime que marcou sua infância,
pois ele narrador era membro daquela comunidade que presenciou evento tão
bárbaro. Mais que isso, havia relação de amizade entre a vítima e as pessoas de
seu relacionamento.
Os
personagens da comunidade se conhecem. Uns são meio aparentados dos outros. É
fácil visualizar isso para aqueles que cresceram ou já viveram em cidades
pequenas ou de interior.
Onde
cresci, em Uberlândia, nos anos oitenta, vi assassinatos a facadas assim. Esses
crimes de armas brancas eram comuns. É horrível a cena deste tipo de crime!
Pelo que
pude averiguar, a história se trata de caso verídico ocorrido na comunidade
onde viveu Gabriel García Márquez.
A técnica narrativa
O mais
fascinante na obra é a forma como García Márquez reconstitui o assassinato,
buscando entender e deixando pistas de que as casualidades foram determinantes
para que efetivamente Santiago Nasar fosse morto pelos irmãos Vicario.
Para os
estudantes de letras, com tempo e foco no estudo literário, sugiro a leitura
tranquila e crítica, que permita avaliar a técnica do tempo narrativo e do
formato pouco comum de história que começa do fim para o começo.
Não é
qualquer escritor que alcança o objetivo de cativar o leitor já dizendo de cara
o desfecho da história e, dali, começar a voltar passo a passo até finalizar no
evento que já sabemos.
Essa
técnica de García Márquez é demais. Alguém se lembra de como começa a saga
secular da família Buendía em “Cem anos de solidão”?
“Muchos años
después, frente al pelotón de fusilamiento, el coronel Aureliano Buendía había
de recordar aquella tarde remota en que su padre lo llevó a conocer el hielo…”
É isso!
Ler é uma
das melhores aptidões do ser humano. É pena que seja a minoria no mundo que
tenha o hábito deste prazer.
Bibliografia:
MÁRQUEZ, Gabriel García. Crónica de una muerte anunciada.
DeBolsillo, 7ª edición. Editorial Sudamericana S.A. Buenos Aires, 2005.
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