Refeição Cultural
Parabéns pelos 80 anos, presidente Lula! O senhor é efetivamente o filho do Brasil!
27/10/25
É uma alegria ver nosso presidente Lula completar 80 anos de idade no dia de hoje, com saúde e em plena atividade política, buscando diariamente benefícios para o Brasil e o povo brasileiro e focado em agendas globais como a questão do combate à fome, a preservação ambiental e o fim das guerras.
Eu não tenho uma foto ao lado do presidente Lula, como tem a maioria das pessoas que conheço do meio político. Não tenho! Ao longo das duas décadas de mandatos de representação sindical até tive algumas oportunidades, mas não deu certo fazer a foto com Lula.
Não tenho foto com Lula, mas Lula é uma referência em minha vida desde quando eu não sabia disso e ele é uma referência política para mim até hoje, após ser politizado pelos bancários da CUT.
Quando fiz 18 anos e tirei meu título de eleitor, votei no Partido dos Trabalhadores pela primeira vez, e ajudei a eleger Luiza Erundina prefeita de São Paulo. No ano seguinte, 1989, votei em Lula pela primeira vez para presidente da república, em primeiro e segundo turno.
Antes dos votos em Erundina e Lula, eu havia sido trabalhador braçal desde criança. Da maioridade em diante, votei em Lula e no PT como bancário e sempre tive aquela leitura básica que trabalhador vota em trabalhador.
DE BANCÁRIO SINDICALIZADO A DIRIGENTE DO SINDICATO CUTISTA
Entre 1988 e 2002 fui um trabalhador da categoria bancária sem uma formação política mais aprofundada. Eu sabia mais ou menos o que não queria, o que era ruim para mim e meus pares da classe trabalhadora. Votar em candidatos dos patrões e dos ricos era uma certeza do que não deveria fazer.
Ao participar das eleições do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região na chapa cutista em 2002 e ser eleito representante de meus colegas na direção do maior sindicato da categoria, tive a oportunidade de conhecer a nossa história e aí passaria a entender melhor quem era Lula e quem éramos enquanto movimento político da classe trabalhadora.
Ao começar essa nova fase de minha vida de trabalhador brasileiro - ter um mandato de primeiro grau dos colegas bancários - eu já tinha mais de trinta anos, estava com 33 anos de idade.
Se, por um lado, eu já tinha me envolvido em diversas lutas estudantis desde adolescente, ajudando a organizar movimentos reivindicatórios no ensino médio, na 1ª faculdade (FEAO-FITO), na 2ª faculdade (Náutico Mogiano), que não concluí, e na 3ª faculdade, a FFLCH-USP, por outro, nunca tinha tido formação política orgânica, de correntes políticas.
Notem que o trabalhador sindicalizado há anos ainda não tinha formação política sindical e partidária, e passaria a conhecer e entender melhor a história da luta de classes no Brasil, a categoria bancária, o Novo Sindicalismo surgido após a ditadura de 1964-85, a criação do Partido dos Trabalhadores, a Central Única dos Trabalhadores etc.
LULA, O PT E A CUT
Foram necessários, para mim, vários anos de militância e estudos por interesse próprio para que eu compreendesse melhor quem era essa figura humana extraordinária chamada Luiz Inácio Lula da Silva, o filho de Dona Lindu, retirante nordestino e garoto que se tornou metalúrgico, sindicalista e depois presidente do Brasil.
Mais que conhecer quem era Lula, desde o primeiro dia de diretor do Sindicato, principalmente depois que fui liberado do dia a dia no caixa do Banco do Brasil e passei a fazer trabalho de base e ações sindicais, eu precisava saber quem eu era, quem era o sindicalista que representava os bancários de um sindicato com uma história extraordinária como o nosso.
Eu já estava no movimento sindical há algum tempo quando li o livro "Lula, o filho do Brasil", escrito por Denise Paraná e lançado pela Fundação Perseu Abramo, em 2002. A base da biografia são entrevistas com Lula, familiares e amigos nos anos noventa e depois a autora faz uma espécie de análise sociológica na segunda parte do livro.
E qual é a minha história com Lula e as instituições de classe que ele ajudou a construir?
Desde 2002, vinha buscando conhecer a história dos bancários, as lutas no banco no qual trabalhava, a história da corrente política à qual pertencia no campo cutista - Articulação Sindical -, coisa que fui entender tempos depois de estar no dia a dia do movimento.
As entrevistas contidas no livro de Denise Paraná foram muito esclarecedoras para mim, muito. Óbvio que eu lia muita coisa, jornais antigos do movimento, cartilhas, livros, documentos, tudo que aparecia na minha frente. Mas o livro foi um documento sistematizado para entender o Lula, o PT, a CUT e a Articulação Sindical.
Minha edição é toda rabiscada! Eu lia um trecho e pensava "essa fala é para fazer formação sindical sobre comunicação" ou "caramba, preciso mostrar isso aos companheir@s para eles entenderem melhor a Articulação e a CUT" etc.
Me chamou a atenção algumas falas do Lula nas quais ele explicava o que a gente não queria ser, o que a gente sabia que não queria copiar de outras forças políticas, sindicais, partidárias etc.
Ao pensar o Partido e a Central, e até o país que queríamos, nossas referências não seriam o que se conhecia no campo da esquerda da época: URSS, China, Cuba e outras experiências socialistas não eram nossas referências.
Lula sempre foi muito enfático ao falar em democracia, em pluralidade sindical e partidária, ao falar em livre pensamento e liberdade de expressão, em direito à oposição, em melhorar a vida da classe trabalhadora não só pensando o futuro (objetivos históricos), mas pensando o cotidiano, os objetivos imediatos da classe.
Sei lá, após ler o livro sistematizando aquelas entrevistas de Lula e seus familiares, e olhando tudo o que vinha estudando, vivendo e experimentando como sindicalista seguindo fielmente as concepções e práticas sindicais da Articulação Sindical e da CUT, compreendi bem melhor quem eu era e passei a lidar melhor com as contradições da política.
Para fechar essa reflexão e minha alegria ao parabenizar Lula por seu aniversário, diria que não tenho uma foto com o companheiro Lula talvez por ter sido disciplinado demais durante minha militância com mandatos.
Uma das vezes nas quais eu poderia ter tirado a minha foto com Lula, ele estava reunido com a direção do Sindicato no Auditório Azul e eu até queria ir àquela reunião.
Mas nós do Banco do Brasil tínhamos uma assembleia um ou dois dias depois e como havíamos ido mal na assembleia anterior, nós da corrente Articulação Sindical da CUT tínhamos que fazer uma convocação muito amarrada com os bancários para ganhar aquela assembleia.
Eu era o responsável pelo Complexo São João do Banco do Brasil, eram 22 dependências e uns dois mil bancários ali. Convocações bem-feitas na região central definiam uma assembleia na Quadra dos Bancários, ao lado da Praça da Sé.
Não deu outra, eu foquei na convocação dentro do prédio e não fui à reunião com o presidente Lula... mas tivemos uma boa assembleia e tenho certeza que esse era o meu papel principal naquele momento.
Presidente Lula, parabéns e felicidades!
William Mendes
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