quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Diário e reflexões - Naruto (02/08/23)



Refeição Cultural

Osasco, 2 de agosto de 2023. Quarta-feira.


INTRODUÇÃO

Ao refletir sobre a leitura de mangás e do mangá do personagem Naruto, me lembrei do intelectual Alberto Manguel nos contando sobre a história das leituras no livro fantástico Uma história da leitura, de 1999 (comentário aqui). As leituras têm uma história.

Por que um cara com mais de cinquenta anos está lendo mangás do Naruto? Posso simplesmente dizer que estou lendo porque quero ou porque gosto, por isso ou por aquilo. Na verdade, não é preciso um motivo específico para ler algum tipo de gênero literário. E o contrário também é verdadeiro, pode ser que estejamos lendo algum tipo de literatura por diversos motivos.

De certa forma, comecei a ver animes e a ler mangás por um motivo sim, para ter contato com um tipo de cultura que jovens gostam, porque sou pai e seria legal conversar e trocar impressões sobre Histórias em Quadrinhos (HQ) e animes japoneses. Minha leitura de mangás tem uma história.

Comecei a ver animes com meu filho entre 2016 e 2017. Eu trabalhava em Brasília, longas jornadas, viajava muito, e me sobrava pouco tempo para estar com a família. O contexto familiar foi ficando bem complicado e eu me sentia mal por não poder mudar aquela situação de pouco contato com o filho.

Naquela época, era comum estarmos cada um num lugar durante semanas. Meu filho estudando no interior de São Paulo, minha esposa em Osasco e eu em Brasília. Foi então que pensamos em compartilhar algo que nos colocasse em sintonia, mesmo separados fisicamente. Decidimos ver anime. 

O primeiro anime que vimos em 2016, meu filho e eu, foi Death Note (comentário aqui). Meu filho é quem sempre escolhia os animes que veríamos. Ele é especialista no tema e tem excelentes sugestões para nós. Foi bem interessante a experiência do primeiro anime. 

Além de adquirir um conhecimento novo, os episódios geravam boas discussões entre nós. Quando não estávamos juntos fisicamente, víamos juntos os episódios: cada um no seu notebook dava o "play" no mesmo instante e víamos "juntos" o anime.

Depois passamos a ver alguns animes os três. Chegamos a ver episódios cada um num local diferente, como disse acima: eu em Brasília ou em algum hotel pelos cantos do Brasil, a mãe em Osasco e o filho em Jaboticabal. Família unida, vendo animes no computador ao mesmo tempo.

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Ao pesquisar sobre essa temática dos animes no blog, encontrei uma postagem saudosa dessa época. Estava sozinho em Brasília, família distante, fim do dia de trabalho na Cassi, passaria o fim de semana sozinho em casa, aí peguei um dos livros de ficção do filho para ler - O azarão, de Markus Zusak (ler comentário aqui). A postagem de 2017 me fez recordar essas lembranças que estou registrando aqui. 

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NARUTO - MASASHI KISHIMOTO


ANIME

Meu primeiro contato com o anime Naruto se deu em 2017. Como expliquei acima, estávamos assistindo animes como forma de nos mantermos unidos mesmo estando distantes uns dos outros.

No final daquele ano, já tínhamos visto 40 episódios do anime. Escrevi à época:

"Para dizer da impressão ou da mensagem que mais me chamou atenção até agora na história do garoto sem família, e que sofre com a forma como as pessoas de sua aldeia o tratam - com preconceito e discriminação - foi que ele não vive de chororô pelos cantos e não deixa que nada o impeça de olhar para a frente e seguir com determinação seu objetivo de ser o melhor ninja da aldeia." (ver postagem toda aqui)

O garoto Naruto é órfão e sua atitude perante a vida é de determinação na busca de seus objetivos. Ele não é um garoto que fica pelos cantos se lamentando pelos infortúnios da vida.

Na época, vimos toda a primeira parte de Naruto, quando ele deixa a Aldeia Oculta da Folha com Jiraiya para um treinamento que durará mais de dois anos.

Naruto Uzumaki é um dos três membros da "Equipe 7", treinada pelo sensei Kakashi Hatake. Seus companheiros de equipe são Sasuke Uchiha e Sakura Haruno.

A experiência de ver o anime Naruto é ampliada pela trilha sonora, que é fantástica. As músicas de determinados momentos da história já fazem parte de nossa experiência com Naruto.


MANGÁS

Agora, muitos anos depois, resolvi ler os mangás que deram origem ao anime e a experiência é bem diferente, e ambas são muito interessantes.

A edição brasileira da coleção de mangás do Naruto saiu pela Panini e contém 72 volumes, sendo a primeira parte até o volume 27, capítulos 1 a 244 e a segunda parte vai até o capítulo 700.  

Levarei muito tempo para ler todos os volumes do mangá, mas tudo bem. E para ficar melhor ainda, estou revendo os animes à medida que avanço nos volumes do mangá.

Nos 4 primeiros volumes, revi a apresentação dos personagens principais: Naruto, Iruka sensei, Sasuke, Sakura e Kakashi, dentre outros da Aldeia Oculta da Folha. É bom citar também Konohamaru, o garotinho neto do Terceiro Hokage.

Os ninjas desenvolvem habilidades a partir de treinamento intensivo e uso de energia vital, seus chakras, e alguns ninjas trazem habilidades especiais herdadas de família ou adquiridas como é o caso do garoto Naruto, que traz em si a Raposa de Nove Caldas, derrotada numa batalha e selada dentro do garoto recém-nascido.

Após Naruto ser admitido na escola de formação de ninjas, eles saíram numa primeira missão com o sensei Kakashi e tiveram que lidar com vilões muito poderosos: Zabuza e Haku. 

Neste momento inicial, Naruto já desenvolveu seu principal jutsu, o Jutsu Clone das Sombras. Ele também tem um jutsu que causa sensação (risos), o Jutsu Sexy, que deixa qualquer homem no chão.

Post Scriptum: meu filho me lembrou de uma questão interessante no jutsu dos clones usado por Naruto: ele nunca teve família e ao criar clones de si mesmo acaba sendo uma habilidade que dialoga com a solidão que o acompanhou ao longo da infância. Tem um sentido psicológico aí...

Enfim, seguimos em contato com todas as formas de cultura e conhecimento. Animes e mangás são de uma riqueza cultural imensa e eu recomendo a experiência para todas as pessoas.

William


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