terça-feira, 2 de setembro de 2025

Instantes (19h24)



Refeição Cultural

AMARGO

Acordei com a notícia do falecimento do jornalista Mino Carta, aos 91 anos de idade. Fiquei triste, amargo.

Nesses dias, faleceram Luis Fernando Verissimo e Jaguar. Três grandes jornalistas, escritores, pintores e cartunistas brasileiros. 

Essas perdas me fizeram pensar na morte como uma realidade inevitável a todos nós. Num momento, estamos aqui, noutro, não existimos mais. 

Após a notícia triste, não havia outra coisa a fazer que não fosse fazer a minha parte para alongar a minha permanência na Terra. Fazer uma atividade aeróbica para retardar a bomba-relógio de minha genética. 

(Fazer, fazer, fazer... a aliteração pode ser uma estilística, mas não uma solução...)

Durante a caminhada acelerada, pensei tanta coisa, mas tanta coisa, que nem poderia registrar! Deve ter sido a boa oxigenação no cérebro...

Aí, pensando a respeito da morte, tenho que engolir o fato repugnante de que aquele verme genocida está sendo julgado hoje por outro de seus crimes, por tentativa de golpe de Estado, e não pelo genocídio planejado de centenas de milhares de brasileiros... é muito injusto isso!

Bolsonaro não tem nenhum processo pela morte planejada de centenas de milhares de pessoas ao longo de sua gestão como presidente do Brasil durante a pandemia de Covid-19. O cara nem é mais lembrado por isso, pelos 700 mil mortos sob sua regência...

Amargo... estou amargo.

Todos os corruptos se dão bem no mundo! Todos, com raras exceções. Um tá cumprindo pena num apto de 600 m2. A canalha responsável pelo suicídio do reitor de Santa Catarina está aposentada com proventos integrais de 50 mil dinheiros...

Só pobre, pretos, miseráveis que se fodem nessa sociedade humana de merda!

Tô amargo pra caralho!

Aí quando vejo a notícia da morte do Mino Carta, fiquei pensando no livro dele na estante de casa que queria porque queria ter lido com o autor ainda vivo...

É aquela culpa que carrego como um pecado original por não ter lido um monte de livros e autores que gostaria de ter lido e não li... porra, quando foi pra ser leitor de dezenas de livros, optei por aceitar a missão de ser sindicalista... caralho! Não podia fazer de conta que era sindicalista, tinha que ser de verdade, aí o curso de Letras foi pro saco, pro inferno.

Fazer, fazer, fazer... fiz o que tinha que ser feito. Mas hoje não sou porra nenhuma! Não sou professor, não tenho profissão nenhuma. E como não sou mais sindicalista, não sou nada!

Estou amargo hoje. É muita gente que admiro morrendo, gente que ensinou, educou, politizou, transmitiu valores que estão se perdendo. Fico triste de ver partir intelectuais que dedicaram a vida a evoluir a espécie humana e a sociedade. 

Mino Carta, Verissimo, Jaguar, sempre presentes! Obrigado por tudo! Vocês melhoraram o mundo!

William 

02/09/25

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