terça-feira, 23 de setembro de 2025

O sentido da vida (10)



Poderia definir como sentido da vida o simples fato de buscar o conhecimento em si?

Ao ouvir uma explicação do jurista Lenio Streck, ficou encantado com o fato novo de algo que achava que já conhecia, mas que na verdade só conhecia parte da coisa e não a sua totalidade, e ouvindo o intelectual explicando o sentido completo daquilo se pegou admirando a beleza da erudição e do saber na vida de um ser humano. Lenio usa sua inteligência em benefício das causas justas e populares.

Outro dia, ele havia visto o documentário "O longo amanhecer" (2004) sobre o grande brasileiro Celso Furtado e se sentiu orgulhoso daquela figura extraordinária, um compatriota seu. O documentário foi lançado quando o economista ainda estava vivo e ao rever aquele filme e perceber a atualidade de seu pensamento e o amor daquele brasileiro por seu povo e pelos povos latino-americanos, ficou mais uma vez pensando sobre a maravilha da erudição e suas possibilidades para a libertação dos povos subjugados.

Ao olhar para trás, percebia facilmente que sempre teve o desejo de saber mais sobre o mundo e a vida, tinha aquela curiosidade filosófica que poderia levar a pessoa a ser uma estudiosa e se tornar alguém que atuasse no mundo em áreas ligadas ao saber. Mas sua vida trilhou outras veredas: queria ser professor, mas não foi; ter talvez uma profissão na área da educação, mas não teve. E os temas que dominou bem, durante sua vida útil, não serviam para mais nada.

Vivendo num mundo em colapso, numa sociedade humana que não demonstrava perspectivas de construir um amanhã melhor que antes, com sinais claros de tempos piores para a vida coletiva no futuro, poderia viver seus dias buscando algum conhecimento novo como forma de dar sentido à vida? As crises e colapsos em andamento apontavam até para a perda de interesse social no conhecimento, na ciência e na cultura.

Dilemas... qual o caminho a seguir? A fazer, se não houver caminhos?

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