terça-feira, 19 de março de 2013

O desejo de calar é incongruente com o que sou


Refeição Cultural


José Bonifácio, Mano Brown, Mario Vargas Llosa...



Estou numa fase desejosa de silêncio. Necessidade de calar...

Mas tal atitude é meio-que incoerente com o que sou, com o papel que represento nesta aldeia global.

Ando estressado, trabalhando muito mesmo. Sequer estou dormindo sonos reconfortantes. Os desgraçados da direção do banco do brasil conseguem inventar uma merda por semana que tem reflexos negativos aos trabalhadores e às condições de trabalho. O movimento sindical tem que ficar o tempo inteiro reagindo às porcarias da gestão do bb.

Mas se estou aqui, vamos refletir sobre contatos recentes com textos e outras formas de cultura.


JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADA E SILVA


Neste fim de semana li a respeito deste personagem da história brasileira. Já passei diversas vezes pela Praça do Patriarca, ao lado do meu trabalho, e observo ali a estátua do "patriarca da independência". Ela está lá como banheiro de pombos.

O cara nasceu em Santos em 1763, filho da segunda família mais rica daquela província na época, foi para a Europa aos 20 anos e voltou para o Brasil durante o período da Corte Portuguesa de D. João VI e Dom Pedro I. Depois ainda foi tutor de Dom Pedro II.

Li o projeto de lei dele propondo ao legislativo brasileiro o fim da escravidão dos africanos antes de 1820. E olha que Franklin nos EUA foi personagem do fim da escravidão lá na América do Norte uns 40 anos depois. O projeto tem como pano de fundo uma estratégia de dizer que a escravidão é ruim para os brancos proprietários.

José Bonifácio tinha um projeto completo para a construção de uma nação ao modo europeu. Ele tinha todos os problemas que conhecemos da época como, por exemplo, achar que a solução para o Brasil era homogeneizar o povo, mesclando os negros e índios com os brancos europeus. Mas a leitura dos apontamentos dele sobre várias coisas é bem curiosa.


MANO BROWN


Li uma entrevista muito boa do Mano Brown na revista Fórum deste mês. O cara fala muita coisa verdadeira sobre a sociedade e sobre racismo e violência contra os negros na sociedade paulista e na periferia.

Segundo ele, as chacinas têm forte participação da polícia.


MARIO VARGAS LLOSA


Li uma entrevista deste escritor peruano neoliberal no Estadão. O que me chamou a atenção para ler a entrevista inteira foi o intelectual apontar o problema da contemporaneidade sobre as imagens estarem substituindo as ideias. Eu também acho isso.

Em relação à sua obra literária, não tenho opinião porque nunca li nenhum livro seu.


Bom, tem sido raro poder ler alguma coisa que me traga algum conhecimento, reflexão e me torne menos ignorante culturalmente. Meu papel atual no movimento sindical está acabando com a minha saúde e creio que está me emburrecendo um pouco, pois não tenho tempo pra mais nada.

Fim.

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