domingo, 22 de fevereiro de 2015

Diário - 220215 (Envenenamento do povo)


(atualizado em 24/2/15 às 8:45h)


Refeição Cultural - O indivíduo e o seu entorno social

Reflexões sobre envenenamento...



Domingo chegando ao fim. Vamos para mais uma semana de trabalho.

Fiz uma boa corrida hoje. O dia estava agradável e com uma temperatura de 26º e com Sol. Puxei um pouco o ritmo no meu trote e realizei o mesmo percurso de 6 km de quinta à noite em 37' (naquela noite fiz em 41'30"). Fiquei feliz com o treino.


No momento do treinamento, conseguimos esquecer todos os problemas devido ao foco e concentração necessários.

Depois fui com minha esposa almoçar em um Shopping de Brasília.



O veneno se espalha no sangue do povo brasileiro



"Não, o efeito mais forte não foi provocado por discursos isolados, nem por artigos ou panfletos, cartazes ou bandeiras. O efeito não foi obtido por meio de nada que se tenha sido forçado a registrar com o pensamento ou a percepção conscientes. O nazismo se embrenhou na carne e no sangue das massas por meio de palavras, expressões e frases que foram impostas pela repetição, milhares de vezes, e foram aceitas inconsciente e mecanicamente. [...]"

Victor Klemperer, em LTI - A Linguagem do Terceiro Reich (1946)



Brasil: já se percebe nas ruas e nas pessoas, o efeito do veneno introduzido pela direita brasileira em conluio com a grande mídia monopolizada.

Revi no sábado o documentário "Arquitetura da Destruição" que aborda de uma forma diferente os objetivos de Hitler e do Nazismo. A abordagem é muito forte e muito interessante.


Também reli e li um pouco do livro LTI - A Linguagem do Terceiro Reich, do filólogo Victor Klemperer, judeu-alemão sobrevivente do Holocausto.


Tenho analisado a estratégia do Nazismo entre 1933 e 1945 (3º Reich) em utilizar-se da linguagem alemã para envenenar o povo daquele país contra os judeus e contra os outros povos da Europa. O uso dos meios de comunicação de massa, que era uma novidade com o rádio e o cinema, monopolizados pelo 3º Reich e seus empresários e empresas parceiros, convenceu toda a nação a seguir os ideais doentios e totalitários de Hitler.


No Brasil, desde a chegada à Presidência da República de Luiz Inácio Lula da Silva no início de 2003, a direita brasileira, representada pelas famílias bilionárias tradicionais, juntamente com seus veículos de comunicação de massas - a quase totalidade deles -, monopolizados desde décadas passadas, começaram uma estratégia de destruição e ataque tanto ao líder maior da esquerda brasileira, Lula da Silva, como também ao partido por ele criado e que o levou à presidência - o Partido dos Trabalhadores - PT.


Após uma estratégia de minar a imagem e o significado do PT ao longo da história, através do uso principalmente da linguagem e da construção exponenciada de escândalos na mídia golpista, alguns deles frutos de erros mesmo do Partido e a maioria sendo uma forçação de barra para atacar o PT e tentar evitar que o povo continuasse votando nele por causa dos resultados efetivos das políticas implantadas em plano nacional por Lula e depois por Dilma Rousseff, que fizeram o Brasil mudar radicalmente (para melhor) para o povo mais carente e necessitado dos efeitos das políticas públicas.


A distribuição das riquezas produzidas pelo povo brasileiro e as oportunidades geradas para dezenas de milhões de brasileiros em condições subumanas e miseráveis, fizeram com que o Brasil resistisse melhor, a partir de 2008, aos efeitos mundiais da maior crise do Capitalismo desde a crise de 1929.


Após as eleições presidenciais de 2010 e 2014, estabeleceu-se os efeitos da construção ideológica
 liderada pela mídia familiar monopolizada de que todos os males que existem e que não existem são culpa do PT e de seus líderes.

"Trata tudo de forma simplista... reduza todos a um denominador, junte-os e crie uma afinidade entre eles!" (Estratégia de Hitler contra o judaísmo)

"Judeu: na linguagem nazista, esta palavra ocupa um espaço ainda maior que 'fanático'. Mais frequente do que o substantivo 'judeu' é o adjetivo 'judaico', pois com o adjetivo consegue-se criar um elo que reduz todos os adversários a um único inimigo: a visão do mundo judaico-marxista, a barbárie judaico-bolchevista, o sistema de exploração judaico-capitalista, o interesse dos grupos judaico-ingleses e judaico-americanos na destruição da Alemanha." (p. 275)


Quando se lê e estuda o que o Nazismo fez com os judeus e o termo "judaísmo" é fácil perceber a estratégia adotada.


Hoje no Brasil, após uma década de massacre midiático totalitário, o termo "petismo" é usado da mesma forma que era o termo "judaísmo" no 3º Reich.


As barbaridades que tenho ouvido pessoas comuns falarem contra o PT vão da falta de água em São Paulo a ser culpa do PT as pessoas estarem fazendo mais filhos (?).

Poderia citar "n" comparações do livro de Klemperer para ilustrar, mas foi-se meu tempo de montar no Blog postagens super trabalhosas para disponibilizar ao público. Eu estou com três mil coisas para ler e fazer por meu mandato na Cassi e já não posso me dedicar a textos intelectuais e críticos de literatura.


É isso!


Vamos para mais uma semana de luta em prol da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil onde estou Diretor de Saúde eleito pelo corpo social.



Post Scriptum - Quebras de Unidade no seio dos trabalhadores


Ainda bem que eu tenho uma grande resistência em conviver com a tristeza. Estou vendo o contexto político no movimento social e de esquerda de onde venho e muito me entristece ver a quebra da unidade da classe trabalhadora, principalmente num dos momentos mais difíceis do projeto que o PT e a CUT ajudou o povo brasileiro a construir desde 1980.


Soube que houve mais uma tentativa frustrada de construção de uma chapa unitária em sindicatos de bancários da Contraf-CUT e da Central Única dos Trabalhadores. As pessoas em nosso meio parecem que perderam a capacidade de construir consensos em prol de projetos coletivos e de classe. Perdemos todos nós com isso. Que posso fazer? Me destinaram para outras missões e não tenho como contribuir para buscar unidade entre companheir@s que conheço dos dois lados dos rachas que estão ocorrendo.


Muito triste por tudo isso. Dediquei boa parte da minha vida ao movimento sindical bancário e cutista e contribuí para o que significa a organização nacional dos bancários brasileiros. Que pena ver tantas divisões e dissensos. Sigo minha missão na Cassi.


William Mendes

Escriturário do Banco do Brasil desde 1992, atualmente na função de Diretor de Saúde da Cassi (mandato 2014/18).

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