domingo, 30 de junho de 2019

Conversa com os bancários do Paraná



Mesa de saúde e previdência do Encontro
do BB e da Caixa da Fetec CUT PR.

Neste sábado 29, tive a oportunidade de participar do Encontro Estadual do BB e Caixa em Curitiba, Paraná. Foi minha primeira participação como convidado de um evento dos bancários desde que exerci meu último mandato em nome da classe trabalhadora. Havia decidido me afastar das discussões relativas à nossa entidade de autogestão em saúde para cumprir uma quarentena posterior ao mandato. Assim o fiz. Fiquei um ano longe de qualquer debate.

Antes de comentar de forma sucinta sobre as questões que abordamos no encontro, quero agradecer aos dirigentes paranaenses pelo convite, em especial à companheira Ana Busato, e por extensão agradecer aos organizadores do encontro: Fetec Paraná, Sindicato dos Bancários de Curitiba e região e demais sindicatos cutistas do Estado.

O convite foi para falarmos um pouco sobre a Cassi, aproveitando nossas experiências adquiridas através do mandato eletivo que exercemos na Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil entre 2014 e 2018. A Caixa de Assistência é a mais antiga autogestão do país, completou 75 anos, e cuida da saúde de quase 700 mil vidas.  

Na oportunidade, também foi pedido que eu falasse um pouco sobre um dos eixos temáticos do Encontro, a Organização do Movimento, por causa da experiência que tivemos nas negociações coletivas dos bancários, a partir da Contraf-CUT e das Comissões Organizadoras dos Empregados (COE) de cada um dos bancos, comissões que assessoram a Confederação e o Comando Nacional dos Bancários nas negociações coletivas. Na corporação do Banco do Brasil, os trabalhadores chamam a COE de Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB).

Antes das reuniões por banco, tivemos uma excelente palestra da deputada federal Érica Kokay (PT/DF), companheira com grande história de lutas em defesa dos direitos dos trabalhadores. Também tivemos palestra da companheira Paula Goto, diretora eleita de nossa Caixa de Previdência, a Previ. Obtivemos esclarecimentos importantes sobre o tema.

ORGANIZAÇÃO DO MOVIMENTO

Fizemos uma breve retrospectiva histórica das últimas décadas de organização sindical dos bancários, tanto do Banco do Brasil quanto da categoria em geral. Os bancários brasileiros construíram uma unidade nacional bastante exitosa e que fortalece a luta por direitos coletivos.

A organização de vanguarda da categoria bancária permite a construção de processos maduros de negociação coletiva com os bancos em geral, através das mesas com a Fenaban, e negociações específicas banco a banco, e o resultado é termos uma Convenção Coletiva de Trabalho que abrange diversos bancos em todas as unidades da federação.

Falamos um pouco da importância dos representantes sindicais de base, também conhecidos como delegad@s sindicais e as possibilidades de atuação dessas lideranças bancárias. Esses trabalhadores podem auxiliar na mediação de conflitos nos locais de trabalho.

CASSI - PERTENCIMENTO É A CHAVE PARA O FORTALECIMENTO DA AUTOGESTÃO EM SAÚDE

Para proteger e ampliar os direitos em saúde da comunidade Banco do Brasil - os trabalhadores da ativa, aposentados e beneficiários da Previ e seus respectivos familiares - é essencial que os associados saibam o que é a Cassi, como ela funciona ou deveria funcionar e os objetivos do modelo assistencial. 

Também é necessário que associados, participantes e patrocinador defendam a Cassi na relação com o mercado privado de saúde, onde a autogestão compra serviços. A nossa Caixa de Assistência precisa ser defendida inclusive de equívocos ou decisões governamentais que ponham em risco sua existência.

Em linhas gerais, explicamos como funciona o modelo assistencial da Cassi, de Atenção Integral à Saúde, organizado a partir da Estratégia Saúde da Família (ESF), das CliniCassi e dos programas de saúde que acompanham e monitoram os participantes já acometidos de alguma comorbidade. A prevenção de doenças e a promoção de saúde são a base do modelo assistencial da entidade.

É necessário ampliar a escala de cobertura do modelo, cuja eficiência comprovamos em estudos e por números durante os quatro anos em que estivemos à frente da Diretoria de Saúde. 

A solidariedade no custeio do sistema por parte dos associados é fundamental para que a Cassi siga sendo a maior autogestão do país, para que ela continue cuidando de todos os trabalhadores da ativa e dos aposentados e beneficiários da Previ, e não somente de parte da comunidade.

Temos que reverter as consequências de medidas recentes que excluíram o acesso à Cassi aos novos bancários. Também temos que retomar os debates entre os associados e suas entidades representativas para pensar alternativas que reequilibrem a Caixa de Assistência. Após definidas propostas por parte dos associados, buscar negociações com o patrocinador.

É isso. A Cassi é um patrimônio dos trabalhadores da comunidade Banco do Brasil e vamos atuar para fortalecer a autogestão, construindo unidade e mobilização como historicamente fazemos para encontrar soluções para os problemas que nos desafiam.

William

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