Cabeça Mecânica, escultura de Haoul Hausmann, utilizada na capa de uma das edições que tenho. |
(Atualizado em 30/08/15, às 22:22h)
ADMIRÁVEL MUNDO NOVO – ALDOUS HUXLEY,
1932
CLÁSSICO DA
LITERATURA INGLESA
Li este
livro duas vezes, quase três, se contar todas as vezes que já o peguei para
reler trechos ou capítulos.
É um dos
livros de literatura mundial que abordam distopias que merecem ser lidos
de tempos em tempos. Ele foi escrito em 1932 e imaginou tanta coisa que o
engenho humano viria a criar nas décadas seguintes, que não se deve deixá-lo de lado por
muito tempo.
Li a
primeira vez quando era adolescente e outra quando tinha uns trinta anos. Recuperei
o volume da primeira leitura recentemente, quando meu primo me deu vários livros
antigos do Círculo do Livro e outros da época, livros que foram minha fonte de iniciação de
leituras nos anos oitenta. Meu primo comprava e eu tomava emprestado para ler. Eu
não tinha recursos para algo além da sobrevivência.
CAPÍTULO 1
Relendo o
primeiro capítulo, fiquei novamente estupefato ao pensar o quanto o autor já
lidava nos anos trinta com tendências de avanços biológicos no campo da
genética.
Início:
“Um
edifício atarracado e cinzento de apenas trinta e quatro andares. Sobre a
entrada principal, as palavras: Centro de Incubação e Condicionamento de
Londres e, num brasão, o lema
do Estado Mundial: Comunidade, Identidade, Estabilidade.”
O início da
estória nos fala de uma sociedade do futuro (ano da estabilidade, 632 d.F.)
onde as pessoas são reproduzidas em laboratório, fecundadas e separadas por
características definidas propositadamente para gerar castas de seres humanos
que exercerão papéis já determinados naquela sociedade mundial.
Os Alfas e
Betas eram as castas com boa genética e os Gamas, Deltas e Ipsilones eram
fabricados com adaptações genéticas para suportar terríveis trabalhos fabris e braçais.
A Estabilidade Social era alcançada pela
produção de humanos em série definidos para realizar suas obrigações sem nenhum
questionamento. O Processo Bokanovsky era o principal instrumento daquela
estabilidade social. Através dele produzia-se vintenas de seres iguais para
trabalhos uniformes.
Segundo o
diretor do Centro, o segredo da
felicidade e da virtude é: “gostar
daquilo que se tem que fazer. Este é o
propósito de todo o condicionamento: fazer as pessoas amarem o destino social
do qual não podem escapar”.
COMENTÁRIOS
Para os
amantes da leitura, em especial para as chamadas gerações Y e Z que ainda não
leram o livro, fica a sugestão de fazê-lo (que horror! A nominação lembrou-me o livro).
Felizmente,
é possível adquirir o livro em sebos por até 5 reais, bem como ler de forma
eletrônica.
A cada
capítulo, o leitor do século XXI ficará chocado com as previsões daquele “admirável
mundo novo” que hoje é o nosso admirável mundo velho e que nos desafia a pensar
mudanças para que não acabemos com o nosso admirável mundo humano.
Boa leitura...
Bibliografia
HUXLEY,
Aldous. Admirável Mundo Novo. Abril SA Cultural, São Paulo, 1981. Tradução
de Felisberto Albuquerque.
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