domingo, 13 de maio de 2012

O Plano Perfeito – Spike Lee, 2006


Capa do filme. Divulgação.


O PLANO PERFEITO – DE SPIKE LEE, 2006

Com: Clive Owen, Denzel Washington, Christopher Plummer, Jodie Foster, Willem Dafoe e Chiwetel Ejiofor.

(Atenção: este comentário revela a trama do filme. Caso você não o tenha assistido, seria melhor vê-lo primeiro e ler o comentário posteriormente)


Em um recente módulo de formação sindical, nós discutimos acerca deste filme. Ele foi lembrado por um grupo de participantes como uma boa referência para se pensar em OBJETIVOS, ESTRATÉGIAS E TÁTICAS.

O início do filme é interessante. O mentor do assalto se apresenta e trabalha com as seguintes perguntas: quem, o que, onde, quando, por quê e como?

QUEM?
Dalton Russel (Clive Owen) é o cara que planejou o assalto.

O QUE?
Assalto a banco.

ONDE?
Banco Manhattan Trust, Nova York.

QUANDO?
No tempo da ação do filme.

POR QUÊ?
Dalton diz que é porque ele pode.

COMO?
O filme contará como o assalto foi arquitetado.


OBJETIVO, ESTRATÉGIA E TÁTICAS

A interpretação que faço é uma leitura para desenvolver um pouco a ideia da importância do planejamento estratégico, onde é fundamental definir os objetivos a serem alcançados, a estratégia para se alcançar aqueles objetivos (como chegar lá) e as táticas para caminhar naquela estratégia (as trilhas, os desvios etc).


OBJETIVO

Roubar o banco pela questão básica de conseguir riqueza e roubar segredos do cofre 392 de posse do dono do banco Arthur Case (Christopher Plummer) que o incriminariam pelo enriquecimento ilegal baseado em crimes de guerra por ligações com o nazismo: papéis da época e um anel de família de banqueiros judeus, mortos em campo de concentração.

O objetivo inicial era roubar o banco e os segredos e desmotivar o dono a fazer queixa do assalto por não querer que o segredo fosse revelado, pois ele enriqueceu às custas das vítimas do Holocausto – crime considerado como crime de guerra.


ESTRATÉGIA

Entrar no banco em horário de funcionamento e fazer dezenas de clientes como reféns e vestir todos da mesma forma que os assaltantes para não permitir a identificação do grupo que executa o plano.

Também fazia parte da estratégia, o líder do grupo ficar alguns dias dentro do banco, em fundo falso construído pelo bando, e depois sair tranquilamente pela porta da frente.


TÁTICAS

Várias táticas foram utilizadas pensando no plano inicial:

-usar raio infravermelho para desligar as câmaras de segurança;

-fazer pedido difícil de realizar como, por exemplo, conseguir um avião, para ganhar tempo na preparação do esconderijo;

-misturar pessoas do bando junto aos grupos de reféns para ninguém identificar ninguém etc.


MUDANÇAS TÁTICAS

Após encontrar uma quantidade enorme de diamantes junto com os segredos no cofre 392, o líder decide deixar o dinheiro e roubar os diamantes que não estavam registrados no banco. Deixando o dinheiro, não haveria roubo e os objetivos seriam alcançados, ou seja, adquirir riqueza e os segredos do cofre.

Outra mudança tática tem relação com o aparecimento do detetive Keith Frazier (Denzel Washington), o qual o líder do bando passa a admirar pela inteligência e perspicácia.

Russel vê no detetive a possibilidade de ver o banqueiro denunciado por crimes de guerra.


ATUAÇÕES E ALGUNS COMENTÁRIOS

Vale destacar a excelente interpretação de Denzel Washington no papel do detetive Frazier.

O papel de vigarista de alto calão dado à Judie Foster (interpretando Madeline White).

Como sempre, são fantásticas as denúncias de Spike Lee sobre preconceito e discriminação.

-Que o diga o coitado do bancário com aparência de “árabe”;

-A questão do policial negro que está no comando;

-A cena do menino jogando videogame violento e explicando o mundo para o líder do bando é o máximo!


Bom filme! Para ver mais de uma vez.

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