domingo, 26 de fevereiro de 2017

Diário e reflexões - 260217



Quero acabar a leitura desta obra
muito interessante de Denise Paraná.

Domingão. Chuva cai, chuva para, chuva volta. Brasília parada. Feriado de Carnaval.

Eu cheguei ao feriado tão cansado, tão esgotado, que neste sábado e domingo, meu corpo não responde a quase nada. Quero correr, mas o corpo diz não. Quero ler, mas o olho pesa e o sono atrapalha. Saudades do filho, longe de casa. Saudades dos pais, lá nas Minas Gerais.

Tive duas semanas de trabalho na Cassi que me esgotaram completamente. Essa vida de três jornadas por dia desde o início do mandato não é brincadeira. Mas tenho a consciência política de saber que a única chance que teria em fazer algo do que planejamos na defesa da Caixa de Assistência e dos associados contra o sistema hegemonizado tanto pelo patrão patrocinador na gestão, quanto pelo total desconhecimento do corpo social, era empreendendo uma jornada continental de fortalecimento das bases sociais a partir de mais participação e informação. Deu e dá muito trabalho, mas sei que faço algo diferente e necessário ao estar com as lideranças do funcionalismo do Banco e associados da Cassi pelo Brasil afora.

Pensei em escrever neste feriado alguns textos sobre a leitura de três livros. Até agora só fiz um deles, sobre um romance de ficção de autor alemão, Patrick Süskind. Terminei a obra O perfume, a história de um assassino (1985). Na sexta-feira à noite, aproveitei e vi a adaptação cinematográfica da estória. Achei bem legal. Ler comentário AQUI. Mas ainda queria escrever sobre outras duas leituras feitas neste mês: A corrosão do caráter, de Richard Sennet, e A morte de Ivan Ilitch, de Tolstói. Mas e o sono?

Outra coisa que mentalizei para o feriado do Carnaval foi retomar e terminar a leitura do livro de Denise Paraná - Lula, o filho do Brasil (2002). Tenho o livro desde 2011. Ao retomar no sábado a leitura, vi que era necessário reler alguns capítulos anteriores. Revi a entrevista de 1994 com Dona Marisa. Ler comentário AQUI. Hoje, reli a apresentação de Antonio Candido e a introdução de Denise Paraná, explicando os porquês da obra e a metodologia utilizada por ela. Nisso já foram mais umas 40 páginas. Era necessária a releitura porque as partes seguintes às entrevistas orais que já havia lido são justamente as análises sociológicas e psicanalíticas que fecharão os estudos feitos por ela no final dos anos 90.


ONDE ESTÁ A UNIDADE DE CLASSE E A FORMAÇÃO POLÍTICA?

Enfim, eu fico refletindo sobre a situação de cisão e ruptura em que se encontram os movimentos social e sindical brasileiro, do qual fiz parte por praticamente duas décadas, e fico triste ao saber que a desunião entre as principais lideranças e entidades representativas dificulta sobremaneira a resistência urgente à destruição de nosso Brasil e dos direitos sociais por parte da camarilha de golpistas empresários e burguesia vira-latas e lesa-pátrias que tomaram de assalto as instituições oficiais do País.

Assim como aprendi através de estudos concentrados no início dos anos dois mil a compreender o que era o movimento do qual participei, a Central Única dos Trabalhadores, o Partido dos Trabalhadores e a corrente política em que me peguei fazendo parte, eu tenho a convicção que se fosse feito um esforço conjunto de unidade entre os grupos e lideranças do movimento social e percursos formativos urgentes com história e origem de nossas lutas e conquistas, seria possível uma reação. Mas... e a vaidade e os corporativismos? Quem abriria mão neste mundo, mundo, vasto mundo em que estamos neste século do individualismo?

É isso, fim da reflexão. (ai que sono, que cansaço...)

William

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