sábado, 4 de fevereiro de 2017
Leitura: Manual Inútil da Televisão (2016) - Paulo Henrique Amorim
"Esse Conselho não vai se instalar.
Se for instalado, não vai funcionar."
"Por quê?", perguntei.
"Porque a Globo não quer."
Antonio Carlos Magalhães sobre
o Conselho de Comunicação Social
para vigiar a televisão, criado pela
Constituição de 1988.
Instalou-se.
E não funcionou.
(Manual Inútil da Televisão, PHA)
Refeição Cultural
Hoje é um dia triste. Esta semana foi uma semana de tristeza. Neste sábado, Dona Marisa Letícia Lula da Silva foi velada na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Faleceu em decorrência de um AVC hemorrágico. Seu companheiro de décadas de lutas pelo povo e pelo Brasil, o ex-metalúrgico e sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva, nosso eterno Presidente, em ato de grandeza e em defesa da vida, autorizou a doação dos órgãos de Dona Marisa.
O Brasil está hoje sob estado de exceção após golpe de Estado em 2016. Estamos vivendo tempos de tristeza, de sofrimento e de pouca esperança para a classe trabalhadora e para o povo que não se situa naquele seleto grupo de pouco mais de 1% de humanos que detém os poderes do mundo. Humanos capitalistas que detêm as riquezas, as propriedades, as empresas, os meios de produção e de manipulação de massas, detêm o poder do Estado Nacional porque seus capitães do mato estão instalados nos espaços institucionais das estruturas estatais - poderes executivo, legislativo e judiciário. Os tempos são de iniquidades contra o povo, os 99%.
Tenho tentado transitar pela vida buscando estratégias para lidar com o sofrimento psicológico e a dor que adoecem as pessoas que pertencem às lutas coletivas e populares em defesa de um mundo com mais igualdade, justiça distributiva, um mundo com valores mais humanistas, com maior liberdade e tolerância às diferenças, um mundo organizado para a solução pacífica das controvérsias e não pela guerra e extermínio do outro. Pertenço a esta pequena parcela das populações, pessoas militantes que se envolvem com lutas sociais. Que se importam e buscam mudar as realidades através de atitudes e ações.
O conhecimento e a politização dos cidadãos ao mesmo tempo nos liberta da alienação causada pela ideologia da classe dominante, quanto nos causa sofrimento e dor ao ver tanta iniquidade e manipulação de nossos pares da classe trabalhadora e perceber que somos, muitas vezes, impotentes em não conseguir mudar a realidade.
Estou há quinze anos atuando em nome da classe trabalhadora como representante eleito em algum espaço social.
Ler e buscar o conhecimento segue sendo uma ação libertadora para o ser humano
Uma das estratégias que continuo adotando para atuar como representante de trabalhadores e como cidadão consciente e não alienado politicamente é ler, estudar, buscar bons autores e boas referências para ampliar o nível de conhecimento técnico, em nossa área de atuação, e político, buscando conhecimento laico e não estreito numa única área de saber, para não ser uma pessoa monotemática.
Acabei de ler meu primeiro livro de fevereiro, do jornalista Paulo Henrique Amorim - Manual Inútil da Televisão e outros bichos curiosos (2016). Ganhei o livro de presente de minha esposa em dezembro e entrou na lista de leituras gerais para este ano. A leitura é leve e tenho conhecimento de quase tudo que PHA nos conta em seus mais de quarenta anos de carreira. Conheço a maior parte das coisas por causa de minha atuação como cidadão político há quase duas décadas.
Mas soube de coisas novas do mundo do 4º poder, o poder que acaba sendo o poder único, maior, porque os meios midiáticos e a tecnologia da informação conseguiram dar o poder a poucas pessoas no mundo, de forma diversa de outros séculos e de outras histórias da humanidade. Algumas pessoas detêm todo o poder de informação, e acabam manipulando as massas pela concentração dos meios materiais e provedores de comunicação mundial. Vejam o poder dos irmãos Marinho, das famílias Civita, Mesquita e Frias. Eles são donos das pautas e dos desejos do povo brasileiro. Alguém pode discordar, mas eles mandam no seu desejo, mesmo que você tente evitar.
Em janeiro, mês que estive em férias, consegui ler muito, finalizar alguns livros e ler inteiro outros. Isso foi importante e sem dúvida tem algum efeito positivo sobre o meu ser. Nem que seja para eu poder manter a chama de minha consciência sobre o meu papel social e participante daquele pequeno grupo que citei acima, o dos voluntários e militantes sociais de causas coletivas e populares.
1. LTI A Linguagem do 3º Reich, 1947, do alemão Victor Klemperer
2. Fausto, 1770-1831, do alemão Goethe
3. O Rio, 1953, de João Cabral de Melo Neto
4. O sol também se levanta, 1926, do americano E. Hemingway
5. Mar morto, 1936, de Jorge Amado
6. Libertinagem, 1930, de Manuel Bandeira
7. Estrela da manhã, 1936, de Manuel Bandeira
8. Memorial de Aires, 1908, de Machado de Assis
9. Discurso da servidão voluntária, s. VXI, do francês Étienne de La Boétie
10. Paisagens com figuras, 1954/55, de João Cabral de Melo Neto
11. Morte e vida severina, 1954/55, de João Cabral de Melo Neto
12. Uma faca só lâmina, 1955, João Cabral de Melo Neto
Foram leituras muito enriquecedoras para este cidadão que vos fala.
Seguimos lendo e buscando esperanças para as ações, apesar do pessimismo da razão.
William
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