Poster do filme de 1998. |
Filme com Denzel Washington, dirigido por Edward Zwick.
Refeição Cultural – Uma questão de Valores
Sinopse do filme (ao final do texto
há revelações do enredo)
A estória
do filme começa com o sequestro de um líder religioso iraquiano pela CIA após
um ataque terrorista a bases americanas na região do Oriente.
Começa então
em Nova Iorque uma série de ataques terroristas que vão se ampliando em relação
ao poder de estrago e número de vítimas.
O herói
bonzinho do filme é o agente do FBI Anthony “Hub” Hubbard (Denzel Washington). O
americano que faz o lado ambíguo do Tio San é o general William Devereaux
(Bruce Willis). A agente dupla da CIA que atuou por longo tempo no Oriente e
que tem participação importante no que está ocorrendo em Nova Iorque é Elise
Kraft / Sharon Bridger (Anette Bening).
A tragédia do terrorismo
Uma das
questões que nos leva a muitas reflexões é sobre a eterna tragédia do terrorismo
e da violência contra as pessoas e o assassinato de cidadãos de qualquer parte
do mundo.
O filme
antecipou em ficção o que viria a ocorrer em Nova Iorque após o ataque
terrorista contra as Torres Gêmeas em 2001 com a morte de mais de 3 mil pessoas.
Antecipou também o que viria a ser a linha adotada pelo governo norte-americano
na “guerra contra o terrorismo” com sua política de violações aos direitos
humanos e contra toda e qualquer razoabilidade no que diz respeito às violações
das liberdades civis nos Estados Unidos e também no mundo com as invasões americanas
em diversos países após o 11 de setembro.
Se já ficamos
enojados no filme com o que os agentes da CIA fizeram com aquelas 1.500 pessoas de
origem árabe do bairro do Brooklin durante a perseguição e busca de alguns
terroristas árabes, o que dirá do absurdo que é até hoje a existência e
manutenção da Base de Guantánamo
violando todos os direitos humanos e civis e todas as leis internacionais!
A importância da preservação dos
Valores Éticos e Morais
O filme me
fez refletir sobre a questão dos valores que nos movem, que nos definem e que
nos dão alguma razão em fazer o que fazemos.
Na estória
de Nova
York sitiada, o que aparentemente é uma “simples” questão de guerra
entre mundos (Ocidente x Oriente; árabes x americanos), se trata mais
especificamente de vingança por traições, se trata de pactos não cumpridos, de
quebra de limites e valores éticos e morais com reflexos para todos os lados.
A agente Sharon / Elise da
CIA criou uma célula terrorista no Iraque com apoio de um líder
religioso local para derrubar Saddan Hussein. Depois os EUA mudaram de ideia e
deixaram sua célula local iraquiana ser destroçada. O líder religioso e seu
grupo dão o troco nos americanos com um sanguinolento ataque suicida em uma
base americana no Oriente. Os EUA replicam de novo e sequestram o líder
religioso.
A agente
Sharon da CIA acabou levando alguns dos sobreviventes de seu grupo terrorista
contra Saddan Hussein para Nova Iorque. Imaginem quem eram os terroristas que
estavam sitiando a cidade para que seu líder religioso fosse libertado pela
CIA?
Durante os
momentos decisivos da trama, o agente "Hub" do FBI viu os agentes da CIA violando de
todas as formas os direitos civis e humanos, além das normas internacionais.
Reflexões sobre os Valores Éticos e
Morais de meu mundo
Passei a
última década lapidando meu ser, aprendendo a ser um militante orgânico de
movimento político e sindical.
Avalio que
desde moleque já tinha bons valores morais e éticos passados a mim por meus
pais e alguns de meus parentes em suas simplicidades benfazejas. É lógico que
fiz um monte de coisa errada como todo mundo faz.
No movimento
sindical, aprendi com os meus companheiros do Sindicato, principalmente
lideranças do funcionalismo do Banco do Brasil, o que é ser um militante de
corrente política e sindical, o que é respeitar os fóruns e fazer o debate
político democraticamente e depois encaminhar o que ficou deliberado por
maioria ou por consenso progressivo.
Os valores
que aprendi e pratiquei foram permeados de solidariedade e de espírito de
coletividade, antagônicos do personalismo e do cupulismo, contrários às traições.
Os projetos sempre foram políticos e não pessoais. Foi desta forma que acabei
indo de função em função, após definições nos fóruns políticos de projetos a se
realizar.
Tenho visto
e sentido instabilidade e quebras nos valores éticos e morais do movimento de
esquerda e humanista nos últimos tempos. É claro que lutamos todos os dias para
manter o bom caminho e o norte a perseguir. Mas em alguns dias enfrentamos
várias “crocodilagens” ao mesmo tempo... É foda!
Que sobrevivam os valores humanistas
da esquerda
Ao final do
filme, vence o agente "Hub" do FBI, o mocinho dos valores éticos e morais. Aqueles
que traíram os valores, que violaram todos os princípios, foram presos ou
morreram. Só tem uma coisa: filme é ficção!
A vida real
no mundo em crise capitalista, no mundo da chamada esquerda, no mundo do
movimento sindical e social, enfim, a coisa está feia na vida do mundo real.
Espero que
consigamos resgatar um pouco dos valores éticos e morais da esquerda e do
humanismo: a liberdade, a solidariedade, o valor da vida e a democracia
valorizando mais a coletividade que a predominância do querer individual de
alguns poucos.
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