domingo, 12 de maio de 2013

Nova York sitiada – 1998 (The Siege)


Poster do filme de 1998.

Filme com Denzel Washington, dirigido por Edward Zwick.


Refeição Cultural – Uma questão de Valores


Sinopse do filme (ao final do texto há revelações do enredo)

A estória do filme começa com o sequestro de um líder religioso iraquiano pela CIA após um ataque terrorista a bases americanas na região do Oriente.

Começa então em Nova Iorque uma série de ataques terroristas que vão se ampliando em relação ao poder de estrago e número de vítimas.

O herói bonzinho do filme é o agente do FBI Anthony “Hub” Hubbard (Denzel Washington). O americano que faz o lado ambíguo do Tio San é o general William Devereaux (Bruce Willis). A agente dupla da CIA que atuou por longo tempo no Oriente e que tem participação importante no que está ocorrendo em Nova Iorque é Elise Kraft / Sharon Bridger (Anette Bening).


A tragédia do terrorismo

Uma das questões que nos leva a muitas reflexões é sobre a eterna tragédia do terrorismo e da violência contra as pessoas e o assassinato de cidadãos de qualquer parte do mundo.

O filme antecipou em ficção o que viria a ocorrer em Nova Iorque após o ataque terrorista contra as Torres Gêmeas em 2001 com a morte de mais de 3 mil pessoas. Antecipou também o que viria a ser a linha adotada pelo governo norte-americano na “guerra contra o terrorismo” com sua política de violações aos direitos humanos e contra toda e qualquer razoabilidade no que diz respeito às violações das liberdades civis nos Estados Unidos e também no mundo com as invasões americanas em diversos países após o 11 de setembro.

Se já ficamos enojados no filme com o que os agentes da CIA fizeram com aquelas 1.500 pessoas de origem árabe do bairro do Brooklin durante a perseguição e busca de alguns terroristas árabes, o que dirá do absurdo que é até hoje a existência e manutenção da Base de Guantánamo violando todos os direitos humanos e civis e todas as leis internacionais!


A importância da preservação dos Valores Éticos e Morais

O filme me fez refletir sobre a questão dos valores que nos movem, que nos definem e que nos dão alguma razão em fazer o que fazemos.

Na estória de Nova York sitiada, o que aparentemente é uma “simples” questão de guerra entre mundos (Ocidente x Oriente; árabes x americanos), se trata mais especificamente de vingança por traições, se trata de pactos não cumpridos, de quebra de limites e valores éticos e morais com reflexos para todos os lados.

A agente Sharon / Elise da CIA criou uma célula terrorista no Iraque com apoio de um líder religioso local para derrubar Saddan Hussein. Depois os EUA mudaram de ideia e deixaram sua célula local iraquiana ser destroçada. O líder religioso e seu grupo dão o troco nos americanos com um sanguinolento ataque suicida em uma base americana no Oriente. Os EUA replicam de novo e sequestram o líder religioso.

A agente Sharon da CIA acabou levando alguns dos sobreviventes de seu grupo terrorista contra Saddan Hussein para Nova Iorque. Imaginem quem eram os terroristas que estavam sitiando a cidade para que seu líder religioso fosse libertado pela CIA?

Durante os momentos decisivos da trama, o agente "Hub" do FBI viu os agentes da CIA violando de todas as formas os direitos civis e humanos, além das normas internacionais.


Reflexões sobre os Valores Éticos e Morais de meu mundo

Passei a última década lapidando meu ser, aprendendo a ser um militante orgânico de movimento político e sindical.

Avalio que desde moleque já tinha bons valores morais e éticos passados a mim por meus pais e alguns de meus parentes em suas simplicidades benfazejas. É lógico que fiz um monte de coisa errada como todo mundo faz.

No movimento sindical, aprendi com os meus companheiros do Sindicato, principalmente lideranças do funcionalismo do Banco do Brasil, o que é ser um militante de corrente política e sindical, o que é respeitar os fóruns e fazer o debate político democraticamente e depois encaminhar o que ficou deliberado por maioria ou por consenso progressivo.

Os valores que aprendi e pratiquei foram permeados de solidariedade e de espírito de coletividade, antagônicos do personalismo e do cupulismo, contrários às traições. Os projetos sempre foram políticos e não pessoais. Foi desta forma que acabei indo de função em função, após definições nos fóruns políticos de projetos a se realizar.

Tenho visto e sentido instabilidade e quebras nos valores éticos e morais do movimento de esquerda e humanista nos últimos tempos. É claro que lutamos todos os dias para manter o bom caminho e o norte a perseguir. Mas em alguns dias enfrentamos várias “crocodilagens” ao mesmo tempo... É foda!


Que sobrevivam os valores humanistas da esquerda

Ao final do filme, vence o agente "Hub" do FBI, o mocinho dos valores éticos e morais. Aqueles que traíram os valores, que violaram todos os princípios, foram presos ou morreram. Só tem uma coisa: filme é ficção!

A vida real no mundo em crise capitalista, no mundo da chamada esquerda, no mundo do movimento sindical e social, enfim, a coisa está feia na vida do mundo real.

Espero que consigamos resgatar um pouco dos valores éticos e morais da esquerda e do humanismo: a liberdade, a solidariedade, o valor da vida e a democracia valorizando mais a coletividade que a predominância do querer individual de alguns poucos.


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