sexta-feira, 24 de maio de 2013

"Scripta manent, verba volant" - O inverso do que se pensa



Capa do livro.
"As palavras escritas, desde os tempos das primeiras tabuletas sumérias, destinavam-se a ser pronunciadas em voz alta, uma vez que os signos traziam implícito, como se fosse sua alma, um som particular. A frase clássica scripta manent, verba volant - que veio a significar, em nossa época, "a escrita fica, as palavras voam" - costumava expressar exatamente o contrário: foi cunhada como elogio à palavra em voz alta, que tem asas e pode voar, em comparação com a palavra silenciosa na página, que está parada, morta. Diante de um texto escrito, o leitor tem o dever de emprestar voz às letras silenciosas, a scripta, e permitir que elas se tornem, na delicada distinção bíblica, verba, palavras faladas - espírito. As línguas primordiais da Bíblia - aramaico e hebreu - não fazem diferença entre o ato de ler e o ato de falar; dão a ambos o mesmo nome" (pág. 62, do capítulo "Os leitores silenciosos")


COMENTÁRIO

Sigo pensando que este livro do Alberto Manguel é uma "bíblia" do leitor, um livro de cabeceira dos amantes da leitura. Nele, vemos um diário de cada pessoa que algum dia leu neste nosso pálido ponto azul no Universo - o Planeta Terra.

Bibliografia:
MANGUEL, Alberto. Uma História da Leitura. Companhia Das Letras. Edição 1999, 4a reimpressão.

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