sábado, 4 de maio de 2019

Leitura - La invención del "Quijote" (F. Ayala)


Texto de Ayala está na edição da Alfaguara,
comemorativa do IV centenário da obra.

Refeição Cultural

Releitura do texto crítico de Francisco Ayala sobre a obra máxima de Miguel de Cervantes, Don Quijote de La Mancha (1605-1615).

O texto começa assim:

"Quien se proponga considerar el proceso de creación de la prodigiosa figura literaria de don Quijote, hará bien en detenerse, ante todo, a medir el alcance del siguiente hecho: para el lector actual, el protagonista de la novela - o, mejor dicho, la pareja protagonista - posee una existencia anterior al texto mismo. Don Quijote y Sancho constituyen ante él, en efecto, dos presencias inmediatas, dos seres ficticios de quienes ha oído hablar antes que hubiera pensado siquiera en ponerse a leer su historia, dos hombres cuya imagen ha visto reproducida muchas veces, cuyo carácter le es familiar, y algunos de cuyos hechos le han sido referidos o conoce como proverbiales..."

Ayala levanta questões de criação literária muito interessantes. 

Importante lembrar aos leitores que o clássico Dom Quixote passou por diversos tipos de interpretação ao longo de quatro séculos. A obra foi compreendida corretamente como sátira aos romances de cavalaria, comuns naquela época; mas teve também por parte de críticos e leitores interpretações das mais variadas formas, principalmente no período romântico, quando se viam sentidos metafóricos nas figuras do Quixote e de Sancho.

Com o passar do tempo, houve também uma inversão de percepção na leitura da obra. Para os leitores do século XVII, o cenário e o cotidiano descritos nas aventuras do cavaleiro manchego eram reconhecidos pelos leitores, tinham verossimilhança com o dia a dia deles. O que chamava a atenção dos leitores pelo ineditismo e loucura eram justamente as figuras estrambóticas de Dom Quixote e Sancho Pança.

Passados séculos de existência da obra, hoje o que nos é "comum" e conhecido são justamente as figuras dos protagonistas, mesmo para a imensa maioria de pessoas que nunca leu o clássico, e nos custa acreditar que o cenário e o cotidiano descritos no romance cervantino eram um espelho da realidade do século XVII.

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"El texto de 1615 cuenta ya con el conocimiento que el lector tiene de sus protagonistas como entes dotados de existencia autónoma. Y, en verdad, la posición de ese lector de 1615 frente al Quijote es esencialmente idéntica a la del lector actual, en contraste con la de aquel que en 1605 comenzara a leer las palabras: 'En un lugar de la Mancha...' Don Quijote existía ahora por sí mismo; Cervantes había operado con pleno éxito la creación de su héroe."
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Enfim, a releitura deste texto crítico reavivou em mim a figura fantástica do Quixote e de seu mais que encantador escudeiro, Sancho Pança.

Obra eterna. Chorei e ri muito quando li Dom Quixote.

William


Post Scriptum:

Leiam AQUI os comentários que fiz da leitura do texto de Ayala em 2008.

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