Capítulo 1
Cenário atual
Como estamos hoje, março de 2009, em termos de categoria bancária?
Conseguimos avanços importantes para temas antigos e também estamos sofrendo novos ataques do patronato banqueiro nesta década dos anos 2000.
Um sonho antigo dos bancários se realizou: a campanha unificada da categoria e um só acordo geral com todos os direitos valendo para todos os bancos e para todas as regiões do país.
Com a importante greve geral de 2004 conseguimos inverter uma tendência de redução de direitos que vinha da década de 90 e passamos a lutar juntos, bancos públicos e privados, em busca de que todos fossem signatários da Convenção Coletiva de Trabalho - CCT, assinada entre a Contraf-CUT - Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro - e a Fenaban - Federação Nacional dos Bancos.
Desde a Campanha Nacional dos Bancários de 2005, os bancos públicos federais passaram a ser signatários da Convenção Coletiva da categoria - o BB já em 2005 e a Caixa em 2006 - e passaram a assinar acordos aditivos com a cesta de direitos específicos que seus bancários já haviam conquistado ao longo de suas histórias.
Antes, esses bancos tinham Acordos Coletivos de Trabalho - ACT, e isso quando conseguiam fechar as negociações entre as partes, pois muitas vezes o governo não negociava e as campanhas salariais acabavam na Justiça do Trabalho, sendo resolvidas através de dissídios coletivos, muitas vezes prejudiciais aos trabalhadores.
Os bancários cujas bases sindicais eram de sindicatos filiados à CUT faziam belas campanhas salariais e, no fim, terceiros resolviam a data-base a favor do governo, que contava com uma ajudinha da Contec, a confederação "oficial" à época.
O Banco do Brasil após a eleição de Lula (PT) em 2002
O Banco do Brasil é hoje, entre os bancos públicos federais, aquele que apresenta menos avanços em termos trabalhistas, na minha opinião.
Se, por um lado, conseguimos quase zerar as questões inerentes ao grave problema da isonomia de tratamento e de direitos entre os funcionários admitidos antes e depois de 1998, e se também podemos dizer que houve avanços nas nossas questões de previdência complementar - Previ, por outro lado, temos um quadro extremamente negativo no que diz respeito ao ambiente interno de trabalho com assédio moral e péssimas condições de trabalho, além de ser o único banco público federal onde a diretoria indicada pelo governo Lula não avançou um milímetro em relação ao Plano de Carreira na empresa, o que normalmente chamamos de PCCS - Plano de Carreira, Cargos e Salários.
Entramos o ano de 2009 reivindicando que o BB abra negociações sobre um novo Plano de Carreira e os burocratas da diretoria dizem não haver a menor intenção de se discutir o tema. Boa parte destes burocratas, aliás, vindo do movimento sindical da década anterior e que hoje fazem um papel deplorável enquanto patrões e negociadores da área de recursos humanos.
"Suas ideias não correspondem aos fatos", como diria o poeta Cazuza.
Além de termos que buscar a organização e mobilização das bases bancárias para forçar a abertura de negociações sobre o Plano de Carreira no BB, teremos que focar de maneira muito intensa a mudança das relações internas de trabalho porque o banco hoje detém um quadro funcional adoecido e desmotivado, onde o comum é o assédio moral para o cumprimento de metas irreais de vendas de produtos que nem deveriam ser o foco da empresa, haja vista o momento de crise econômico-financeira internacional em que nos encontramos neste ano de 2009.
Mais que nunca, a crise gerada pelos países desenvolvidos com suas receitas neoliberais e de desregulamentação total dos mercados exige forte atuação dos bancos públicos como apoiadores da atividade econômica através de empréstimos a taxas menores, apoio para novos empreendedores, apoio para a agricultura, crédito para a exportação, além de atuação como balizadores do mercado financeiro em menores spreads, tarifas e juros.
Felizmente, e graças a organização coletiva, em boa parte capitaneada pela CUT - Central Única dos Trabalhadores - e seus sindicatos, o Brasil é um dos poucos países que teve a resistência vitoriosa dos sindicatos e dos bancários de bancos públicos em não permitir que o regime neoliberal dos demo/tucanos FHC e Serra tivesse doado o que sobrou do patrimônio da nação, pois após vaporizarem o sistema de telecomunicação, as mineradoras, os bancos regionais e estaduais e centenas de outras empresas públicas, não tiveram tempo de doar até 2002, a Petrobras (apesar de doarem cerca de 40% das ações para alguns americanos), os bancos públicos federais e o BNDES.
Se é previsível embates duros com a diretoria burocrática e retrógrada do Banco do Brasil, também é belíssima a história recente de luta dos funcionários do banco, unidos aos demais bancários do país que, juntos há mais de 5 anos, reverteram boa parte das mazelas oriundas do governo trágico dos partidos PSDB/DEM/PPS entre 1995-2002.
Irei contanto aos poucos essas campanhas, essas lutas e suas conquistas e as versões que se fizeram e fazem delas por aí.
William Mendes
O Banco do Brasil após a eleição de Lula (PT) em 2002
O Banco do Brasil é hoje, entre os bancos públicos federais, aquele que apresenta menos avanços em termos trabalhistas, na minha opinião.
Se, por um lado, conseguimos quase zerar as questões inerentes ao grave problema da isonomia de tratamento e de direitos entre os funcionários admitidos antes e depois de 1998, e se também podemos dizer que houve avanços nas nossas questões de previdência complementar - Previ, por outro lado, temos um quadro extremamente negativo no que diz respeito ao ambiente interno de trabalho com assédio moral e péssimas condições de trabalho, além de ser o único banco público federal onde a diretoria indicada pelo governo Lula não avançou um milímetro em relação ao Plano de Carreira na empresa, o que normalmente chamamos de PCCS - Plano de Carreira, Cargos e Salários.
Entramos o ano de 2009 reivindicando que o BB abra negociações sobre um novo Plano de Carreira e os burocratas da diretoria dizem não haver a menor intenção de se discutir o tema. Boa parte destes burocratas, aliás, vindo do movimento sindical da década anterior e que hoje fazem um papel deplorável enquanto patrões e negociadores da área de recursos humanos.
"Suas ideias não correspondem aos fatos", como diria o poeta Cazuza.
Além de termos que buscar a organização e mobilização das bases bancárias para forçar a abertura de negociações sobre o Plano de Carreira no BB, teremos que focar de maneira muito intensa a mudança das relações internas de trabalho porque o banco hoje detém um quadro funcional adoecido e desmotivado, onde o comum é o assédio moral para o cumprimento de metas irreais de vendas de produtos que nem deveriam ser o foco da empresa, haja vista o momento de crise econômico-financeira internacional em que nos encontramos neste ano de 2009.
Mais que nunca, a crise gerada pelos países desenvolvidos com suas receitas neoliberais e de desregulamentação total dos mercados exige forte atuação dos bancos públicos como apoiadores da atividade econômica através de empréstimos a taxas menores, apoio para novos empreendedores, apoio para a agricultura, crédito para a exportação, além de atuação como balizadores do mercado financeiro em menores spreads, tarifas e juros.
Felizmente, e graças a organização coletiva, em boa parte capitaneada pela CUT - Central Única dos Trabalhadores - e seus sindicatos, o Brasil é um dos poucos países que teve a resistência vitoriosa dos sindicatos e dos bancários de bancos públicos em não permitir que o regime neoliberal dos demo/tucanos FHC e Serra tivesse doado o que sobrou do patrimônio da nação, pois após vaporizarem o sistema de telecomunicação, as mineradoras, os bancos regionais e estaduais e centenas de outras empresas públicas, não tiveram tempo de doar até 2002, a Petrobras (apesar de doarem cerca de 40% das ações para alguns americanos), os bancos públicos federais e o BNDES.
Se é previsível embates duros com a diretoria burocrática e retrógrada do Banco do Brasil, também é belíssima a história recente de luta dos funcionários do banco, unidos aos demais bancários do país que, juntos há mais de 5 anos, reverteram boa parte das mazelas oriundas do governo trágico dos partidos PSDB/DEM/PPS entre 1995-2002.
Irei contanto aos poucos essas campanhas, essas lutas e suas conquistas e as versões que se fizeram e fazem delas por aí.
William Mendes
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