Texto de Formação 4
Outro dia, li uma matéria na seção Brasiliana, da revista Carta Capital n.546, que contava a história de um bancário que resolveu fazer algo para os moradores da comunidade de periferia de São Paulo onde reside: uma videoteca militante.
De origem simples, o jovem conseguiu chegar a um trabalho mais qualificado como bancário para um grande banco brasileiro. Como o próprio rapaz diz “durante a semana eu trabalho para o capitalismo e, no sábado, faço o socialismo”.
Ele montou por conta própria a Videoteca Olhar Marginal que já tem cerca de 200 títulos, sendo boa parte deles mais “alternativos” ou “mais engajados” política e culturalmente. Sua coleção também tem títulos oliudianos, para os iniciantes. O seu socialismo militante é cadastrar e emprestar gratuitamente os filmes, e ainda dar uma “consultoria cinematográfica” de graça aos seus associados.
As boas ideias precisam ser divulgadas, copiadas, aperfeiçoadas ou adaptadas, na medida do possível e de acordo com as necessidades.
Portas de entrada
O movimento sindical e social tem pensado em como melhorar a sua relação com os seus associados e representados.
É necessário divulgar para as novas gerações de trabalhadores os feitos coletivos que lhes garantiram os direitos existentes hoje, pois há um forte trabalho ideológico alienante das elites econômicas que dominam, inclusive, os veículos de formação e informação.
Como diz Eric Hobsbawm: "Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem" (Era dos Extremos)
Um dos grandes dilemas atuais é saber como lidar com uma juventude que vive em um mundo contemporâneo de presente contínuo, onde as novas tecnologias da informação transformaram drasticamente as pessoas e as maneiras de divulgar ideias e de criar pautas. Tudo é rápido e fugaz. Ninguém se fixa em nada que passe de poucas linhas ou que exija concentração contínua.
Se nossos trabalhadores representados estão inseridos nessa contemporaneidade, temos que pensar em formas de criar novas portas de entrada para o sindicato, que é a casa do trabalhador e o espaço de convívio coletivo e social.
Tenho insistido que os sindicatos devem se aproximar dos seus filiados e representados através destas portas de entrada como esporte, cultura e lazer. As empresas onde eles trabalham têm feito isso, em uma disputa ideológica entre Capital e Trabalho.
A Catarse como ensinamento e reflexão
É evidente que o nosso papel é contrário ao das empresas. Estas querem amansar e alienar o trabalhador que vende sua força de trabalho.
O movimento sindical, após o contato e aproximação, quer construir junto aos trabalhadores as melhores formas de organização para lutar por melhores salários e condições de trabalho no âmbito da dimensão social do trabalho e a melhor forma de mudança da sociedade em que vivemos através da dimensão política de nosso ser.
A cultura, em suas diversas formas, é um meio de socialização e aprendizagem que remonta às mais antigas sociedades.
Ter acesso a formas de cultura como teatro, música, pintura e escultura, livros e filmes é uma excelente oportunidade de formação social.
Os gregos antigos viam nas tragédias e comédias oportunidades de ensinar aos cidadãos, e também divulgar sua política e ideologia, através da Catarse. As obras teatrais exponenciavam as virtudes e os defeitos e mostravam suas conseqüências na trama de maneira a que o público saísse modificado com a experiência.
Videotecas e bibliotecas sindicais
Se atitudes individuais ou voluntariosas como a do colega bancário Ricardo Rodrigues – o Xirú - podem contribuir socialmente ajudando a formar novos cidadãos através de filmes que fazem as pessoas pensarem ou que causem catarses, nossos sindicatos - com suas estruturas - podem organizar videotecas excelentes e além de emprestar aos seus sindicalizados, podem promover sessões de cinema e bons debates, regados à pipoca e quitutes.
É isso! Hoje, é possível comprar bons filmes com pouco investimento. O mesmo em relação a livros e revistas. Sempre no intuito de construir alternativas de boa informação, esporte e cultura para os nossos trabalhadores, contribuindo para que o sindicato seja cada vez mais um local de exercício e reflexão sobre a cidadania.
Outro dia, li uma matéria na seção Brasiliana, da revista Carta Capital n.546, que contava a história de um bancário que resolveu fazer algo para os moradores da comunidade de periferia de São Paulo onde reside: uma videoteca militante.
De origem simples, o jovem conseguiu chegar a um trabalho mais qualificado como bancário para um grande banco brasileiro. Como o próprio rapaz diz “durante a semana eu trabalho para o capitalismo e, no sábado, faço o socialismo”.
Ele montou por conta própria a Videoteca Olhar Marginal que já tem cerca de 200 títulos, sendo boa parte deles mais “alternativos” ou “mais engajados” política e culturalmente. Sua coleção também tem títulos oliudianos, para os iniciantes. O seu socialismo militante é cadastrar e emprestar gratuitamente os filmes, e ainda dar uma “consultoria cinematográfica” de graça aos seus associados.
As boas ideias precisam ser divulgadas, copiadas, aperfeiçoadas ou adaptadas, na medida do possível e de acordo com as necessidades.
Portas de entrada
O movimento sindical e social tem pensado em como melhorar a sua relação com os seus associados e representados.
É necessário divulgar para as novas gerações de trabalhadores os feitos coletivos que lhes garantiram os direitos existentes hoje, pois há um forte trabalho ideológico alienante das elites econômicas que dominam, inclusive, os veículos de formação e informação.
Como diz Eric Hobsbawm: "Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem" (Era dos Extremos)
Um dos grandes dilemas atuais é saber como lidar com uma juventude que vive em um mundo contemporâneo de presente contínuo, onde as novas tecnologias da informação transformaram drasticamente as pessoas e as maneiras de divulgar ideias e de criar pautas. Tudo é rápido e fugaz. Ninguém se fixa em nada que passe de poucas linhas ou que exija concentração contínua.
Se nossos trabalhadores representados estão inseridos nessa contemporaneidade, temos que pensar em formas de criar novas portas de entrada para o sindicato, que é a casa do trabalhador e o espaço de convívio coletivo e social.
Tenho insistido que os sindicatos devem se aproximar dos seus filiados e representados através destas portas de entrada como esporte, cultura e lazer. As empresas onde eles trabalham têm feito isso, em uma disputa ideológica entre Capital e Trabalho.
A Catarse como ensinamento e reflexão
É evidente que o nosso papel é contrário ao das empresas. Estas querem amansar e alienar o trabalhador que vende sua força de trabalho.
O movimento sindical, após o contato e aproximação, quer construir junto aos trabalhadores as melhores formas de organização para lutar por melhores salários e condições de trabalho no âmbito da dimensão social do trabalho e a melhor forma de mudança da sociedade em que vivemos através da dimensão política de nosso ser.
A cultura, em suas diversas formas, é um meio de socialização e aprendizagem que remonta às mais antigas sociedades.
Ter acesso a formas de cultura como teatro, música, pintura e escultura, livros e filmes é uma excelente oportunidade de formação social.
Os gregos antigos viam nas tragédias e comédias oportunidades de ensinar aos cidadãos, e também divulgar sua política e ideologia, através da Catarse. As obras teatrais exponenciavam as virtudes e os defeitos e mostravam suas conseqüências na trama de maneira a que o público saísse modificado com a experiência.
Videotecas e bibliotecas sindicais
Se atitudes individuais ou voluntariosas como a do colega bancário Ricardo Rodrigues – o Xirú - podem contribuir socialmente ajudando a formar novos cidadãos através de filmes que fazem as pessoas pensarem ou que causem catarses, nossos sindicatos - com suas estruturas - podem organizar videotecas excelentes e além de emprestar aos seus sindicalizados, podem promover sessões de cinema e bons debates, regados à pipoca e quitutes.
É isso! Hoje, é possível comprar bons filmes com pouco investimento. O mesmo em relação a livros e revistas. Sempre no intuito de construir alternativas de boa informação, esporte e cultura para os nossos trabalhadores, contribuindo para que o sindicato seja cada vez mais um local de exercício e reflexão sobre a cidadania.
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