Meu mundo, Osasco. |
Domingo. Brasil. Osasco.
Estou quase terminando a releitura do livro "Nada de novo no front", publicado em 1929 pelo alemão Erich Maria Remarque. Quando o li na adolescência, fiquei muito impactado pelo relato do dia a dia da 1ª Guerra Mundial. Que merda de guerra imbecil que ainda duraria décadas considerando um intervalo de vinte anos de crises e a 2ª Guerra Mundial.
Aí volto para a nossa realidade num mundo em crise, num país sob Golpe de Estado desde 2016, num momento em que os golpistas que destroem o presente e o futuro do Brasil e do povo brasileiro ainda estão vencendo as batalhas travadas contra a classe trabalhadora. Uma quadrilha com membros em todos os espaços de poder da República derrubou um governo eleito pelo povo, sem crime algum, e agora avança com todo tipo de arbitrariedade contra o povo e seus representantes com abusos de poder por parte do Legislativo, Executivo e Judiciário.
Lendo várias matérias na revista Carta Capital nº 988, de 31/1/18, ficou-me uma esperança ao ler o artigo de Nirlando Beirão "O fascismo não acaba bem - Eles que não se iludam. A História pertence a outros protagonistas", que fala sobre como terminaram os líderes fascistas e totalitários e como a história os tratou. O duce Benito Mussolini e sua trupe justiçados pelo povo e pendurados de cabeça para baixo em praça pública. O nazismo e seus líderes como Hermann Göring, Rudolf Hess e mais uma dezena condenados à morte no julgamento de Nuremberg. Ditadores em diversas partes do mundo como o nicaraguense Anastasio Somoza justiçados pelo povo...
Nós o povo da classe trabalhadora já sofremos diariamente a violência desses governos ilegítimos ou comprometidos com a elite através das injustiças diárias, através do desemprego, da miséria, da violência das forças repressivas do Estado que só abusam de pobres, estudantes, pessoas simples e representações populares, segmentos discriminados como, por exemplo, a comunidade negra, dentre outros segmentos sociais. Morremos todo dia nas periferias do Brasil. Morremos de morte morrida ou de morte matada. O mundo dos 99% é o da exposição à insegurança, às doenças oriundas da não intervenção do Estado no saneamento e na atenção básica.
Matéria de Carta Capital sobre o fim que tiveram alguns fascistas pelo mundo. E o livro de Remarque sobre a imbecilidade da guerra. |
Que saco! Vivi para ver a miséria na minha infância, depois na adolescência. Depois vivi a esperança de um futuro melhor com a ascensão de forma democrática dos governos do PT e o Brasil deu um salto para melhor justamente para o povo sofrido e miserável e para milhões de remediados que melhoraram em mais de uma década de governos progressistas e com foco naqueles que mais precisam das políticas do Estado, o povo foi incluído no orçamento público nos governos do PT.
Vivi para ver um golpe destruir décadas e décadas de avanços e lutas sociais em praticamente dois anos. Nossas riquezas sendo entregues. Nossos direitos sendo eliminados por uns 400 lesas-pátrias. E até agora não vi a reversão do processo de destruição de nosso país e de nosso povo.
Minha esperança fica ao olhar a história que conta que alguns casos de regimes de exceção e abusos de castas contra o povo podem ter finais felizes, com os desgraçados sendo justiçados pelo povo após o processo de destruição e abuso e violência que esses poucos cometeram contra os muitos, o povo todo.
Eu não posso aceitar os abusos que vejo ao meu redor, a tristeza que sentimos com as injustiças quase nos mata, mas não mata. Estou com energia para lutar por um mundo diferente desse que os golpistas, fascistas, capitalistas e lixos do tipo estão impondo ao povo ao qual pertenço.
William
Post Scriptum:
Como um soldado do povo trabalhador, tenho a noção exata que não posso quebrar nem fisicamente nem psicologicamente. Os assédios que tenho sofrido não vão me quebrar. As dores e efeitos físicos das batalhas que enfrentamos diariamente pelos direitos dos trabalhadores que representamos também não podem me quebrar. Acordei tão dolorido neste domingo pelo estresse ininterrupto de semanas e saí para correr, após perceber que não era dor muscular nem nos tendões. Talvez fosse efeito da tristeza de ver o que temos visto ao nosso redor. Resisti às dores e corri meus 5,5 km. Foi importante.
Conversando com lideranças sindicais nesta semana, sugeri que as entidades sindicais deveriam pensar em programas de atenção à saúde e atividades físicas para o nosso pequeno exército de representantes dos trabalhadores, porque o que todos estão sofrendo para resistir aos ataques aos direitos do povo o tempo todo não está sendo fácil. É o que eu penso. Temos que estar firmes para resistir nas batalhas entre o povo e os golpistas encastelados nas estruturas do Estado.
Solidariedade e unidade entre nós do movimento social e popular são fundamentais para defender o povo e os trabalhadores. O momento não é de divisão entre nosso lado por divergências que eventualmente existam. O foco é enfrentar a destruição do Brasil e dos direitos sociais dos trabalhadores.
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